Capítulo 19

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POV GUSTTAVO

Um som fraco me acorda. Pego o celular debaixo do travesseiro e vejo que mesmo dormindo eu tinha acionado quatro vezes o modo soneca, o que significava vinte minutos à menos. 

Entro no chuveiro e sinto meus músculos relaxarem quando a água morna bate no meu corpo. Fico ali por um longo espaço de tempo e saio do banheiro com uma toalha em volta da cintura. 

Tiro uma calça preta da pilha de roupas recém dobradas e visto juntamente com a boxer e a camisa verde retiradas do armário. 

Termino de me arrumar e pego tudo que eu iria precisar: celular, carteira e chave do carro. Antes de sair olho para o material da faculdade pensando se deveria ou não levá-lo e escolho a segunda alternativa. Hoje seria apenas eu e meu cérebro ainda com etiqueta de fabricação.

Na garagem verifico o celular e eu ainda tinha tempo, então no caminho passo por uma cafeteria e compro um cupcake para a Emma. 

Vai que adoça a garota. 

Quando já estava na porta da biblioteca, com o cupcake nas mãos, olho para o celular e eu tinha exatamente cinco minutos para chegar até ela. Passo pela bibliotecária morena e lanço meu melhor sorriso. Eu não lembrava de tê-la visto nas vezes que estive na biblioteca. 

No dia que a Penélope machucou a Emma quem estava na recepção era uma mulher de cabelos grisalhos e com um olhar ameaçador estampado no rosto. Ela parecia me odiar e eu não sabia o porquê. 

Vai entender essa gente. 

Emma estava sentada de frente para o corredor de onde eu vinha, na sua habitual mesa escondida, e isso impediu que eu sussurrasse no ouvido dela e visse qual seria a sua reação. 

Arrasto a cadeira à sua frente e ela fecha o livro que estava lendo, olhando em seguida para mim. 

_ Oi. _ Sorrio, tentando aparentar o mais amigável possível. 

Ela parecia tão nervosa que me disse um "oi" quase inaudível e imediatamente desviou os olhos dos meus, pousando-os no doce que eu ainda segurava nas mãos. 

_ É para você. _ Estendo o cupcake para ela que alterna o olhar entre o doce e eu até finalmente aceitá-lo. 

_ Obrigada. _ Murmura e deixa a caixinha branca com o cupcake ao lado do livro fechado anteriormente por ela. 

_ Você não vai comer? _ Me pergunto se ela apesar do visual era daquelas garotas que se preocupa com a quantidade de calórias consumidas durante o dia. 

_ Vou, mas não aqui. É proibido ingerir alimentos quando se está fazendo uso dos livros. _ Aponta para um aviso que dizia exatamente o que ela acabou de falar. 

_ Não é como se você estivesse desobedecendo às ordens do presidente do país e além disso, não tem ninguém vendo. _ Digo tentando convencê-la, coisa que parecia impossível se considerada a expressão no seu rosto. 

_ Mas é proibido. _ Fala baixinho como se estivéssemos rodeados de pessoas. 

_ Uma vez não faz mal. Come. _ Estendo o cupcake para ela que o pega entre as mãos, desfaz o laço da caixinha com todo cuidado e tira o doce de dentro. 

Ela afasta a forminha de papel e olha sobre o meu ombro demoradamente antes de levar a mão até os óculos e e arrastá-lo pela ponte do nariz. 

Pelo pouco tempo que passei junto à ela decifrei o significado do tal gesto. Ela faz isso quando está nervosa e eu queria saber se o motivo do seu nervosismo era eu ou o fato dela estar prestes a cometer um crime gravíssimo ao desobedecer uma regra ridícula como aquela. 

Foi tudo uma apostaOnde histórias criam vida. Descubra agora