Capítulo 26 parte II

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POV EMMA

_ Minha vez. _ Falo antes que ele percebesse o efeito que suas palavras causaram em mim _ Uma comida? Qualquer coisa, mas só pode ser uma.

_ Sorvete de creme de avelã. Parece bobo, mas não consigo viver sem. _ Diz e mordo a bochecha para não sorrir diante da imagem que o meu cérebro projetou dele com um pote de sorvete nas mãos _ E a sua?

_ A torta de nozes com chocolate que a mamãe faz. Não é porque é minha mãe, mas não existe outra que chegue aos pés da dela. _ Afirmo veementemente ao lembrar do dia que a minha mãe a fez pela primeira vez.

Ela estava grávida do Arthur e desejou comer uma torta de chocolate com noz-macadâmia, que estava passando em um programa de culinária que ia ao ar tarde da noite em um dos seus canais preferidos. Quando ela disse para o meu pai que ou ele ia procurar as benditas castanhas ou o filho deles nasceria com cara de torta papai pegou o carro e passou mais de uma hora procurando-as em todos os supermercados vinte quatro horas, e foi quando ela ligou para apressá-lo que ele comprou nozes e voltou para casa dizendo que era a única coisa de nome parecido que ele havia encontrado.

O resultado foi uma torta deliciosa, a qual eu tive que ficar olhando de dois em dois minutos, porque depois de passar exatos cinquenta minutos tendo que preparar massa, recheio e cobertura minha mãe teve os seus pés inchados reclamando do esforço que ela havia feito e no final de tudo ela nem provou da torta, já que seu desejo havia passado e só de olhar para o chocolate derretido a sopa de legumes que ela tinha ingerido no jantar ameaçava pular garganta à fora.

_ Você está me deixando com vontade. Agora vou ter que provar essa torta para comprovar se ela é tudo isso que você disse. _ Ele diz, colocando a mão na barriga.

_ Só se trouxer sorvete de creme de avelã para acompanhar. _ Falo e sem pensar estou estendendo a mão aberta para ele.

Quando me dou conta do que acabei de fazer abaixo o braço, mas antes que a minha palma pudesse encontrar a calça do pijama Gusttavo a segura e uma onda de pequenos choques passam pelo meu braço quando sinto o calor da sua mão na minha.

_ Feito. _ Ele a aperta, seu polegar massageando o meu pulso acelerado, e a solta, permitindo que a minha respiração que estava presa escape pelas minhas narinas _ Sou eu agora. Deixa eu ver..._ Ele diz, enrugando a testa _ O que costuma fazer para passar o tempo?

_ Ler um bom livro. _ Não preciso nem pensar para dar a minha resposta.

_ Sério? Nem imaginava. _ Comenta, sarcasticamente.

_ Se já sabia, então por que perguntou? _ Questiono, sem conseguir conter a irritação por ele debochar do meu gosto por livros, e ele ri.

_ Você fica brava com tanta facilidade. _ Diz com um sorriso, expandindo os lábios e reviro os olhos.

_ E você o que faz para passar o tempo? _ Pergunto, a fim de tirar o sorriso presunçoso do seu rosto.

_ Sair por aí. _ Diz sem mais detalhes e procuro em meu cérebro uma pergunta para fazer.

_ Um medo? _ Digo e ele me fita com uma expressão neutra no rosto, em seguida desvia o olhar, parecendo refletir.

_ Seria muito estranho se eu dissesse que não tenho um? _ Indaga, voltando a me olhar no rosto.

_ Acho que sim. Todas as pessoas têm um medo por mais banal que ele seja. Têm umas que morrem de medo de barata, outras que têm medo de tempestades e outras que o medo chega a atingir proporções anormais. Eu, por exemplo, tenho medo de que possa acontecer alguma coisa que acabe por me afastar das pessoas que amo. _ Falo e ele me olha pensativo.

Foi tudo uma apostaOnde histórias criam vida. Descubra agora