Capitulo III

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Kheila: O que aconteceu? Eu vi a Gabriela saindo mais rápido que o Usain Bolt.

S/n estava chateada, se sentia culpada.

S/n: Eu usei as palavras erradas com ela.

Kheila não disse nada, apenas abraçou s/n.

Kheila: Vamos pra casa...

GABI POV

Eu não consigo me perdoar. Não faz sentido o que eu fiz. Como é que eu troquei a pessoa que eu mais amo e valorizo no mundo por alguém que eu conheço há tão poucos meses? Como eu permiti que isso acontecesse? Como me deixei levar assim? Eu estou me perguntando isso sem parar desde que tudo desmoronou. S/n confiava em mim, e eu falhei com ela.

A primeira reação que tenho é sair de perto. Eu não posso continuar aqui, não consigo ficar ao lado dela sabendo o quanto eu errei. Preciso de espaço, de clareza. Minhas pernas começam a se mexer antes que eu perceba, e quando vejo, já estou correndo pela rua, tentando fugir de todos esses pensamentos sufocantes.

Pego o celular enquanto corro, sem nem saber direito o que estou fazendo. Eu ligo para Isabelle. Preciso falar com ela. Preciso que ela entenda o que está acontecendo e, ao mesmo tempo, preciso desabafar. O telefone toca, e a cada toque eu sinto mais o peso de tudo o que está errado. Finalmente, ela atende.

Isabelle: Gabi?

Eu não perco tempo. As palavras saem de uma vez, atropeladas pela angústia.

Gabi: Isabelle, eu... eu não posso continuar assim. Eu gosto da nossa amizade, de verdade, mas não dá. Eu percebi que estou priorizando muito mais você do que minha mulher. E isso está me destruindo.

Do outro lado da linha, ela fica em silêncio, talvez tentando processar o que estou dizendo. Mas eu não consigo parar.

Gabi: Eu só percebi isso tarde demais — continuo, a voz falhando de tanto segurar o choro. — Como é que eu deixei isso acontecer? A S/n precisava de mim, e eu não estava lá. E, por mais que você seja importante pra mim, eu errei. Eu errei feio com ela. E agora eu não sei como consertar isso.

Isabelle finalmente responde, tentando me acalmar, mas eu mal consigo ouvi-la. Meus pensamentos estão em uma confusão total.

Isabelle: Gabi, calma. Você não errou sozinha... — ela começa a dizer, mas eu a interrompo.

Gabi: Não, Isabelle. Eu errei. Eu devia estar com a S/n. Eu devia ter percebido que ela não estava bem. E eu estava tão focada em você, na nossa amizade, que... que esqueci da pessoa que eu mais amo. Como isso é possível?

Eu me odeio por isso. Cada palavra que sai da minha boca parece mais pesada que a anterior, e eu percebo que correr não vai me afastar dessa culpa.

Gabi: Eu não sei o que fazer agora — confesso, parando de correr e respirando pesado. — Eu preciso de tempo, preciso pensar. Mas eu sei que as coisas entre nós duas não podem continuar assim. Eu não posso mais deixar isso acontecer. Não posso continuar priorizando você em vez da S/n. Isso não é justo com ela... e não é justo comigo também. Você entende, não é?

Isabelle fica em silêncio novamente, talvez sem saber o que dizer. E, naquele momento, percebo que, por mais que eu goste da amizade dela, eu não posso mais errar com S/n. Eu já fiz isso tarde demais.

Desligo o telefone sem me despedir direito, as lágrimas começando a escorrer pelo meu rosto. Eu só quero correr para longe de tudo, mas sei que não importa o quanto eu corra. Eu preciso consertar o que fiz com a minha pitoquinho, mesmo que eu não saiba por onde começar.

Volto a correr, mais rápido desta vez, como se, de alguma forma, a dor e a culpa fossem desaparecer com a velocidade. Mas não desaparecem. Só ficam mais intensas.

Imagines VôleiOnde histórias criam vida. Descubra agora