Ana Carolina (Carolana)

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O clima no time estava, no geral, tranquilo, afinal, a VNL estava chegando e a rotina de treinos intensos ocupava a cabeça de todas. Mas, por algum motivo que ninguém conseguia entender, Carol e S/n não estavam exatamente na melhor sintonia. Não era como se elas ficassem se provocando ou trocando farpas. Longe disso. Elas faziam o que era necessário para o time funcionar, sem drama, mas o que todos percebiam é que elas simplesmente se evitavam.

É estranho, porque sendo uma ponteira e uma central, era esperado que as duas tivessem uma conexão mais forte em quadra, já que dependem muito uma da outra para o time fluir bem. No entanto, por algum motivo, sempre rolava um desentendimento aqui ou ali. Nada grave, mas o suficiente para que a tensão ficasse no ar.

Os treinos rolavam e as outras meninas tentavam agir normalmente, mas não dava pra negar que todo mundo estava se perguntando o que estava acontecendo entre elas. Ninguém sabia ao certo o que tinha causado esse distanciamento, mas o fato é que, por enquanto, elas mantinham uma certa distância. O clima não estava insuportável, mas aquela pequena "frieza" entre as duas estava evidente para quem prestasse um pouco mais de atenção.

Enquanto o VNL se aproximava, era questão de tempo até que as coisas se resolvessem... ou piorassem.

Gabi: Muito que bem, eu tô cheia de fome. Quem vamo comer?

Júlia B: Eu tô super dentro.

Thaísa: Eu também. Bora pra churrascaria.

Carol: Bora que bora

Júlia B: Você vem, S/n?

S/n: Agradeço o convite, Ju. Mas eu já tenho compromisso. Divirtam-se e bon appetit— sorriu, acenou e foi embora

Carol: Obviamente não seria diferente

Júlia B: O que aconteceu entre vocês, Carol? Sei lá, vocês se davam tão bem e do nada estão se desentendendo e se evitando...

Carol: Pergunta pra essa doida. Ela que do nada virou a cara pra mim

Gabi: Eu acho que tá na hora de vocês resolverem.

Carol: Não tem o que resolver. Se ela quer assim, por mim tudo bem. Desde que isso não afete o time. Durante os jogos a gente funciona, os passes são bons, então tudo certo.

***

S/n: Hey! Desculpa a demora.

Mariane: Oi meu amor! Fica tranquila, eu acabei de chegar também. Como foi o treino?

S/n: Super bem. Acho que temos boas chances de levarmos essa VNL

Mariane: Sério? Que maravilha amor. Fico super feliz em saber. Você vai arrasar. Já pedi pra você tá?

S/n acenou positivamente

S/n: E como foram as coisas na empresa?

Mariane: Tá indo né?! A estagiária nova tá fazendo uma leve bagunça que eu tenho que ficar arrumando, mas tudo bem. Já estive no lugar dela.

S/n: Ainda bem que você tem paciência com ela.  Ninguém nasceu sabendo.

Mariane: Ela é até espertinha, mas as vezes não sei se o Ricardo passa informação demais e bagunça a cabeça dela ou ela que trava do nada.

S/n: Apenas cuide dela antes que o Ricardo a corrompa — riu

S/n estava vivendo um momento feliz fora da quadra. Ela namora Mariane há cinco anos, e esse amor sempre foi um grande suporte em sua vida. Mariane a conhecia profundamente e sempre a incentivava a ser a melhor versão de si mesma, o que tornava ainda mais frustrante ver essa desarmonia com Carol. No fundo, S/n sabia que precisavam se entender e que a amizade que construíram não poderia ser deixada de lado por causa de desavenças temporárias. Porém, por enquanto, o silêncio persistia, e a incerteza pairava sobre a relação delas, enquanto a VNL se aproximava e a pressão aumentava.

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