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Mariana

Estávamos ofegante, as respirações fortes, a água gelada caindo sobre nosso corpo, e o Lucas com aqueles olhos escuros de prazer que eu não estava reconhecendo.

Ele encosta nossas testas por alguns segundos, sem falar uma palavra eles dá as costas e se enrola na toalha. E eu estava alí, nua e me sentindo usada.

Eu não sei oque aconteceu para ele está assim, mas suspeito que foi por causa do Felipe, eu vi seus olhos de longe me observando.

- é isso?- decido falar ainda embaixo daquela água gelada.

Lucas... na verdade trovão se vira e me olha, ainda calado.

Respiro fundo e pego uma toalha me seco rápido e coloco novamente meu vestido, me sento no banco calçando meu salto e sinto uma mão nas minhas costas.

- não me toca trovão!- desvio do seu toque, seus olhos estavam mais escuros que o normal.

- para de graça Mariana.- sua voz sair baixa e grossa, mas com autoridade.

- para de graça?- nego escutando essa idiotice- sinceramente eu não estou te entendendo trovão! Eu vim aqui numa boa, vi que você não estava bem, fiquei preocupada por que eu te amo, aí você me come bem comido e me ignora? Tá achando que eu sou puta trovão?- me viro pra sair daquela merda mas sou puxada com força.

- tá maluca? Que puta oque? Olha as merdas que tu tá falando Mariana!- trovão segura meu braço e eu puxo com força para ele me soltar.

- é isso que parece, depois de transar você faz isso normalmente?- debocho- eu tentei ser paciente trovão, sou muito compreensiva e ingênua como você falar, mas eu não sou idiota.

- espera porra!- ele me puxa me deixando com mais raiva ainda- eu tô puto cara, tu não faz ideia. Eu tô com um ciúme desgraçado de tu, coisa que eu nem sabia que existia, então não me faz ir lá fora e matar o filho da puta que trabalha pra mim.

Olho incrédula para ele.

- você não se garante trovão?- pergunto olhando nos seus olhos- não confia na mulher que você tem?- me viro novamente tentando ir embora mas ele puxa meu braço denovo- mas que saco!

Seus olhos caem na tatuagem no meu pulso.

- você tatuou um trovão...- suas palavras saem baixa.

- pois é, tatutei um trovão, interessante né? Já tô indo mandar arrancar- me pegando de surpresa trovao me puxa para me abraçar, eu não abraço ele mas ele me abraça não deixando que eu me solte.

- eu te amo Mariana, papo reto, eu confio em tu, mas o bagulho é que é meu sangue ferveu vendo tu sorrindo pra outro cara, mó papo parecendo de quem se conhecia a anos.- ele fala baixo no meu ouvido- me desculpa pô, tu sabe que eu preciso de tu.

- não quero conversar agora- digo meio indecisa- e se você soubesse sobre o Felipe, ia ver que não precisa desse surto todo, até porque eu conheço ele des que nasci.

Trovão me solta e me olha sem entender.

- como assim?- dou de ombros.

- se você não conhece seu próprio "braço", porque eu tenho que falar algo?- respiro fundo- eu vou para casa da isa, não vá até lá por favor, preciso descansar.

- rapunzel...- ele tenta encosta a mão em mim mas eu saio daquele lugar o mais rápido possível.

Eu não estava errada, ele foi idiota sem motivos, idai que estava com ciúme? Eu nunca dei motivos para ele dúvidar de mim.

Não aceito ser tratada assim, mesmo depois que larguei minhas coisas em Copacabana e vim para o morro, fui sequestrada por um cara que odiava ELE, perdi um filho que estava esperando DELE, procurei tratamento aqui perto para que ELE pudesse está perto e porque ELE implorou para que eu não morresse.

Eu nem ia fazer cirurgia muito menos tratamento, eu já estava determinada a morrer, se eu ainda não morrer né? Nenhum tratamento ou cirurgia é totalmente eficaz. Isso me assusta muito, depois de todo tempo presa sendo vigiada em tudo que fazia, agora que tenho liberdade para fazer oque eu quero, aí ele quer vim me fazer de otária? Eu não aceito!

ATÉ UM DIA Onde histórias criam vida. Descubra agora