ATÉ UM DIA

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Trovão

Entrei no ringue sentindo a tensão no ar. A multidão vibrava, gritos e assobios ecoando por todo o galpão. Já lutei em muitas noites como essa, mas, desta vez, algo me incomodava. Meu olhar instintivamente procurou Mariana na plateia, e lá estava ela.

Eu não entendi o motivo do fp esta ali, e ao lado dele, eles conversavam como se fosse muitos íntimos, e isso me enlouquecia. Tentei ignorar, mas não consegui. Ver ele sorrindo para ela, tão próximo, me deixou mais irritado do que qualquer provocação que o Coringa poderia fazer. Balancei a cabeça. Não podia deixar isso me afetar.

O gongo soou, e Coringa avançou como um animal. Ele era rápido, calculista, com aquele sorriso debochado que parecia me desafiar a todo momento. Meus instintos me fizeram levantar a guarda e desviar do primeiro golpe, mas o segundo me pegou no ombro.

-isso é tudo o que você tem? - coringa provocou, rindo.

Respondi com um jab direto no rosto dele, mas meu foco estava quebrado. Cada vez que eu recuava, meu olhar ia para Mariana.

Coringa aproveitou minha distração. Um soco certeiro no estômago tirou meu ar, e antes que eu pudesse me recompor, um gancho me acertou no queixo. Cambaleei, quase indo ao chão. A multidão vibrou, e eu ouvi algumas vozes gritando para eu levantar.

Respirei fundo, tentando organizar meus pensamentos.

Voltei à luta com mais cuidado, mas Coringa era imprevisível. Ele vinha com sequências rápidas, como se quisesse me destruir. Esquivava de alguns golpes, mas outros me acertavam em cheio. Cada impacto parecia diminuir minha energia, enquanto ele ganhava confiança.

Desviei de um cruzado de Coringa e contra-ataquei com um direto no queixo. Foi um golpe limpo, e ele deu um passo para trás, surpreso. Não dei tempo para ele reagir. Avancei, desferindo uma sequência de socos, cada um carregado com toda a frustração que eu sentia.

Ele tentou resistir, mas já não conseguia acompanhar. Um chute baixo acertou sua perna, e, enquanto ele vacilava, soltei um gancho que o fez cair. Ele tentou levantar, mas as pernas falharam. O juiz começou a contagem, e eu sabia que a luta estava ganha.

Quando o gongo soou, levantei os punhos para a multidão. O galpão explodiu em gritos, mas minha atenção estava nela.

A galera gritava, eu desci do ringue e fui direto para o banheiro comunitário, e só tinha eu alí. Me sentei passando a mão no rosto, meu corpo queimava e ardia por alguns cortes.

- oi?- a voz me tira dos pensamentos. - você foi ótimo amor! Nossa, eu fiquei tão nervosa e empolgada, meu coração quase saiu pela...- ela me olha confusa- aconteceu alguma coisa?

Olho para aqueles olhos que brilhavam assim como mar. Eu não consegui falar nenhuma palavra a ela, eu nunca sentir isso, de ciúmes, e mesmo todos sabendo que ela era minha, eu fiquei com raiva por outro cara está ao seu lado.

- Lucas?- Mariana me chama novamente e eu me levanto ficando na sua frente.- fala comigo.

Respiro fundo e viro minhas costas indo em direção ao chuveirão. Tiro minha roupa e entro embaixo do chuveiro mesmo notando a presença da Mariana alí.

Fecho meus olhos enquanto a água gelada escorria pelo meu corpo. Eu não podia colocar tudo a perder, então era melhor ficar quieto e não agir por impulso, aliás, eu amo a Mariana e nunca quero ve-la sofrer.

Mas sem perceber, estava ainda de olhos fechados, os braços me abraça alí, abro os olhos vendo a Mariana nua embaixo no chuveirão na minha frente.

- amor?- sua voz ecoa enquanto nossos olhos se cruzam.- sei que não quer conversar, então não conversar comigo. Me beija!

Arqueio a sombrancelha surpreso por sua fala, não consegui segurar a risada, Mariana não tinha cara de quem falaria assim, e eu amo todas as personalidades diferentes que ela pode ter.

Então eu a beijo com vontade, meu corpo estava em chamas, agora estava mil vezes mais queimando por dentro. Empurro seu corpo na parede sentindo sua respiração quente enquanto a água gelada escorre entre nós.

Desço o beijo pelo seu pescoço e vou subindo até sua boca novamente, mordo o lado inferior fazendo ela arfar. Já me sinto duro só de olha-la, seus olhos não saiam do mesmo cruzamento do meu.

Levanto ela com um só braço, suas pernas presas em mim. Sem dó e piedade eu coloco nela de uma vez, Mariana enfia suas unhas nas minhas costas me fazendo pegar fogo por dentro.

-Lu...
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