ATÉ UM DIA

46

- seu namorado vai ficar com ciúmes- Felipe sorrir quando viro meu rosto para procurar o trovão que acabou de sumir da minha vista.

- porque entrou no tráfico Felipe? Você nunca precisou disso, e nem de dinheiro- digo totalmente em choque.

-priminha, a adrenalina é o melhor remédio...- ele sorrir- quis viver no meu próprio mundo, e ninguém sabe quem sou eu aqui.

- isso é oque você acha! Oque sua mãe falou sobre isso?- pergunto- você é filho do banqueiro cara!- nego ainda sem acreditar.

- ninguém sabe Mariana, deixa de ser chata. Você também não cumpre regras!- ele segura meu braço me tirando dali.

Quando éramos crianças, a gente era grudados praticamente. Toda festa de família era eu e o Felipe, sonhávamos acordados em um mundo cheio de vivências. Porém, ele sempre gostou de viver nesse mundo medíocre de dinheiro.

Eu e ele se afastou e não tinha mais notícias nem nada do tipo, até vê que aquele menino que preferia viver certinho, era um grande mentiroso.

- aonde está me levando?- ele aponta para um lugar cheios de vinhos.

- a gente tomava muito escondido, lembra?- afirmo ainda sem palavras.

- não quero toma vinho, não agora- ele me olha confuso- quero fazer uma tatuagem.

- ótima ideia- ele sorrir- vem é logo alí.

Ando pelos meios daquelas pessoas segurando no Felipe, todas nos olhavam confusas.

- iae iguinho- fp diz cumprimentando o homem- essa garota quer fazer uma tatuagem

Iguinho me olha meio desconfiado.

- tu num é a mulher do trovão?- afirmo devagar tentando raciocíniar.- e tu?- ele olha pro fp- ta fazendo oque com a mina?- ele olha desconfiado pro fp que sorrir.

- minha amiga de muitos anos- fp diz e iguinho assente se sentando na cadeira.

- quer fazer oque é na onde?- me aproximo.

- quero fazer uma lua pequena aqui- aponto para o lado esquerdo do meu pescoço. - e aqui no pulso, um trovão.

Iguinho e fp se olham segurando o riso.

- oque foi?- pergunto.

- certeza que vai fazer um trovão?- iguinho dar as costas pegando a maquininha.

- e porque não? Tatuagem é algo que é para sempre não é? Quero deixa registrado. - digo e iguinho dá de ombros.

- não curtir isso não, que mané tatuagem de trovão Mariana- fp fala e eu ignoro.

- você não tem uma tatuagem no corpo e quer falar ainda?- debocho.

Ele sorrir negando. Iguinho faz um desenho e coloca no meu pescoço e um no meu pulso. Logo depois sinto a caneta me furar, e começou arde o local da tatuagem.

Juro já estava querendo desistir de primeira, mas respirei fundo e fiquei até o final. A tatuagem ficou linda, mas minha mãe vai me matar.

- obrigado- dou um sorriso pra ele e saio da sala com o fp.

- você quase morreu ali por causa de uma tatuagem, deixa de ser frouxa mari- ele dar risada e eu ignoro olhando para o ringue.

- cala a boca que meu namorado vai lutar!- digo animada olhando ele entrando no ringue.

O som de um microfone ecoa pelo galpão, abafando as conversas e chamando a atenção de todos. O ambiente, já carregado de tensão, silencia por alguns instantes enquanto um homem sobe em uma plataforma improvisada no canto do ringue. Ele usa um terno velho, com gravata frouxa, mas sua voz firme domina o espaço.

- senhoras e senhores! -começa ele, erguendo os braços como um maestro. - Está na hora do momento que todos esperavam! A luta principal da noite!

A multidão explode em gritos, assobios e palmas, criando uma onda de energia.

- de um lado, ele é conhecido por sua força, velocidade e por nunca recuar em uma luta! Com vocês, o homem que carrega o nome de uma tempestade... TROVÃO!

Trovão sobe ao ringue com passos firmes, o olhar frio e concentrado. Vestindo shorts pretos com detalhes dourados, ele levanta os punhos para a plateia, que responde com gritos de incentivo.

- e do outro lado... ele é imprevisível, perigoso, e um verdadeiro louco em combate! Direto das ruas, o mestre do caos... CORINGA!

Coringa surge do meio da multidão, com um sorriso debochado e passos relaxados. Ele sobe no ringue de maneira teatral, acenando para a plateia como se fosse uma celebridade. Vestindo shorts vermelhos e pretos, ele aponta para Trovão, como se já o declarasse sua próxima vítima.

O apresentador volta ao microfone.

- senhores, comecem as apostas! Quem vai levar a vitória esta noite? TROVÃO ou CORINGA?

Felipe, ao meu lado, sorri de canto, puxando um maço de dinheiro do bolso.

-vai apostar no seu namorado, priminha?

Olho para ele de relance, ignorando a provocação. Ao meu redor, vejo pessoas se aproximando de um dos homens que anota as apostas freneticamente. Dinheiro troca de mãos, vozes gritam valores, enquanto a tensão no galpão cresce a cada segundo.

A multidão vibra em expectativa enquanto os lutadores se encaram no centro do ringue, aguardando o sinal para começar.