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Quando ele invadiu a tenda médica às pressas, esbarrando em todos que estavam aguardando ali por atendimento, e pisando em soldados sentados pelo chão, recebeu olhares grosseiros xingamentos, mas ignorou a todos. Ele estava atônito a tudo, seu mundo parecia girar e suas pernas fraquejavam, mas não podia tombar ali.
Ele precisava continuar até que ele estivesse em segurança na mão de pessoas que pudessem socorre-lo.
O corpo em seus braços estava mole e pesado, o som rangente da armadura danificada era o único barulho que o homem semiconsciente emitia. Mas felizmente, conseguia sentir a respiração leve que vinha dele.
Quando cortou toda a fila de espera, e colocou o soltado sobre o primeiro leito disponível que viu – a cama improvisada ainda suja de sangue e terra - dois médicos o olharam de cara feia, mas ao reconhecerem baixaram as cabeças no mesmo instante. Eram trabalhadores fieis de sua corte.
- Tratem dele, por favor... – a ordem saiu mais como uma suplica do que qualquer outra coisa. Seus lábios tremiam e um suor frio descia por suas têmporas. Tinha certeza que todo seu sangue havia descido para os pés.
Os dois betas assentiram e mesmo com expressões duvidosas começaram a fazer o que podia ser feito. Que naquele caso, não era muito, apenas aliviar a dor do alfa deitado ali colocando compressas quentes em sua testa e o desfazendo da armadura pesada.
Hoseok já havia perdido muito sangue, o liquido viscoso escorria da ferida em seu peito, onde uma flecha estava alojada molhando o colchão e pingando no chão ao lado do leito, sendo absorvido pela terra do chão da tenda.
Depois de uma vida de guerras, sangue não incomodava mais o Min. No entanto, ver aquela cena fez com que suas pernas bambeassem.
- Yoon... – a voz saiu como um sussurro rouco, a dificuldade na fala era óbvia. Mesmo assim ele se esforçava.
- Não precisa falar nada, está tudo bem... – o Rei segurou a mão do soldado, o aperto que recebeu de volta estava fraco e a pele gelada pela falta de sangue.
O ruivo balançou a cabeça em uma negação, sentindo todo o corpo latejar com o movimento, sua visão estava turva e rodando.
- Por favor, eu te imploro – ele não se arrependia nem por um segundo de ter entrado na frente daquela flecha. Ele fez aquilo porque quis, queria a sensação de pelo menos uma vez em toda a sua vida, fazer algo sem pensar no dinheiro, ou o que receberia em troca. Assim como o rei fazia. Como abrigava e cuidada de desconhecidos, ajudava seus concorrentes amorosos e ainda, chorava por eles. Tinha chego a uma conclusão, aquele alfa não era nada mais do que apenas alguém de bom coração. – Continue cuidando da minha família – ele não veria mais seu ômega, e nunca conheceria a face de seu bebezinho. Nunca saberia se ele era parecido consigo ou com seu noivo. Mas estava em paz, pois sabia que estariam em boas mãos.
- Não, você vai ficar bem... – o rei murmurou, mas despontou em choro ao ver o sangue que começa a escorrer pela boca do soldado com uma tosse violenta. Fruto da perfuração em seu pulmão. Ele estava morrendo, sem folego e se afogando em seu próprio sangue e apesar disso tudo ele estava sorrindo.
- Diga para o meu Lindo que eu amo ele – era engraçado pensar, que mesmo naquela situação, seu coração pulsava em pesar, ao constatar que nunca mais compartilharia uma noite de risadas com o rei. Aquele cintilar bonito em seus olhos escuros – Yoongi, acha que nós...
- Eu prometo, nunca irá faltar nada para nenhum deles. - O rei deixou que o corpo caísse ao lado do leito e debruçado sobre o colchão improvisado acariciando os cabelos ruivos molhados de suor, e chorou, como nunca havia feito antes. Nem mesmo quando constatou que teve seu coração partido ao ter o ômega que amava, roubado de seus braços por outro. Irônico, que nesse instante, ele se debulhava em lagrimas e fazia promessas a esse tal outro.
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𝘘𝘜𝘌𝘌𝘕𝘚 & 𝘒𝘐𝘕𝘎𝘚▪︎jjk + pjm
FanfictionJeon Jungkook, um alfa lúpus e príncipe herdeiro de Seul. Criado desde o seu nascimento com os ensinamentos do pai que diziam claramente: "Um alfa tem o mundo na palma de sua mão. Os ômegas são fracos, e não devem nada a nós além de sua submissão". ...