Capítulo VII - Olho por Olho / Parte 4: Edgar Visco

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Amanhecia em Circodema. Na pousada à beira da estrada, eu acordava de um pesado sono. Pouco a pouco saía do marasmo em que me encontrava, sentindo uma forte larica. Olhei a televisão em frente à cama e, curioso sobre a noite passada, levantei-me para ligá-la.

O espectro de Circodema ataca novamente e o desfecho se aproxima!

A manchete trazia um misto de tristeza e felicidade. Mortes somadas à esperança de finalmente encontrarem o desgraçado que arruinara a vida de muitas pessoas que viviam nesta amaldiçoada cidade. Para mim, admito, a felicidade prevalecia.

"Três mortes confirmadas na madrugada de hoje. O oficial Paul Thompson flagrou o suspeito, que fugiu, deixando o carro, o que significa uma vantagem para a polícia.

Há bastante esperança de que o psicopata será encontrado, mas até o momento é recomendado que os moradores permaneçam em suas casas ao anoitecer."

Ainda aéreo, esforçava-me ao máximo para atentar-me à matéria, mas, pelo visto, o infeliz do Paul Thompson conseguira sua manchete.

"Veja agora, em primeira mão, a entrevista exclusiva de Paul Thompson", disse, a âncora.

"O suspeito ainda não foi encontrado" anunciava. "Mas a cidade pode dormir mais calma, pois garanto a todos os cidadãos que todos os esforços estão alocados na resolução deste caso. No mais, o carro nos trará várias pistas e...", a reportagem fora cortada, voltando para o estúdio.

"A comunidade de Circodema agradece o ótimo trabalho de seus policiais e, em especial, o incrível oficial Thompson, que com sua bravura...". Desligou a televisão, interrompendo a mulher.

Não precisaram de mim, afinal. Senti um certo alívio com a ideia. Eles conseguiram e as coisas terminariam bem.

"Deixemos de coisa e cuidemos da vida", sussurrei, pensando em Linda.

Tudo voltaria ao normal – e quando o capturasse, se o capturassem vivo, eu descobriria o motivo de daquela merda de bilhete debaixo da minha porta.

A boa notícia fizera-me esquecer a fome. Deitei-me novamente, voltando a dormir.

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