Capítulo I - Ligados por Sangue / Parte 13: Linda Rivera

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Estava dentro de um dos engraçados táxis vermelhos de Circodema e senti o celular vibrando dentro da minha bolsa clutch preta com detalhes prateados que havia comprado naquela mesma manhã para aquela mesma noite. Como a noite tinha tudo para ser especial e Bonnie não me deixava pensar de outra maneira, comprei também um formoso vestido cocktail dress que estava na vitrine da mesma loja. Ela, que estava comigo, amou, e eu esperava que meu Eddie também gostasse - muito -; ele que, claro, estava me ligando.

"Eddie!"

O taxista, intrometido como todos outros, olhava-me pelo retrovisor.

"Sim! Já estou a caminho de casa", continuei. Sempre me apressando. "Não se preocupe querido", esperei ele terminar os pedidos para eu não me atrasar. "Tudo bem. Até daqui a pouco", sorri com a despedida. "Também te amo, bobo."

Desliguei o aparelho, colocando-o na bolsa. Trajava a roupa com a qual estava acostumada a trabalhar: plataforma preta, saia lápis cinza-fosco, camisa branca, brincos de argola discretos e dourados, e meus cabelos presos.

"Namorado?" O indiscreto homem meio calvo e acima do peso perguntou.

"Sim...", respondi.

"É impossível entender o homem. Nada na vida é melhor do que namorar! Mas aí criamos o casamento." Ele riu com a própria piada idiota, à medida que eu franzi a testa. Provavelmente mais tarde ele diria para seus colegas igualmente enxeridos sobre o ocorrido. Consigo até imaginá-los tecendo comentários machistas como "mulheres não tem senso de humor", observando seus amigos concordarem. Antigos homens; antigas ideias.

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