Desconhecidos

Capítulo 21

Brasil, Março 2014

Beatriz

Como era de se esperar, todo o entusiasmo de Raul com o nosso possível namoro, sumiu em pouco tempo. A viajem que ele disse que faria para me encontra no Brasil foi adiada por duas vezes, por compromissos profissionais. Com muita insistência de Dani, entrei em sites de fofoca e vi algumas fotos dele em festinhas, discotecas, muito bem acompanhado. Se eu fiquei arrasada com isso? Não! Eu não fiquei, pois eu não sou tão ingênua assim ao ponto de acreditar que o Grande Raul Garcia mudaria sua vida por mim. Como eu sempre disse: Ele é um jogador em todos os sentidos, seja no campo ou na vida amorosa, ou melhor, sexual. Se ele achava que eu o procuraria estava redondamente enganado e acabar o que não começou foi mais fácil do que eu imaginava. Claro que eu pensava nele, principalmente no fim do dia quando me deitava na cama, mais correr atrás dele isso estava fora de questão. Se ele sumiu sem dar nenhuma explicação é porque aquilo tudo que ele dizia não passava de fogo de palha.

Isaac por sua vez, não me deixou na mão com relação a vingança e conseguiu umas fotos bem comprometedoras de Guilherme em umas festinhas privadas regadas de sexo e drogas. O que rolou todas as capas de revistas do mundo e sua carreira foi para decadência e o máximo que ele consegue de trabalho é fotografar para propagandas de margarinas. Se eu fiquei feliz com isso? Claro! Porem Isaac não me ofereceu nada mais que isso. Não rolou nada entre nós, como era de costume. Ele anda envolvido com uma estagiaria do seu escritório e a gastar suas energias sexuais com ela. Tudo bem! Não temos nenhum acordo de exclusividade.

Eu? Bom, eu ando em uma nova faze de vida, em todos os sentidos. Minha loja está bombando cada dia mais e a nova loja foi inaugurada em grande estilo. Agora sou uma empresaria respeitada. Os paparazzi ainda pegam no meu pé, mais tenho conseguido levar uma vida praticamente normal. Fui convidada para algumas campanhas de moda, mais recusei todas, pelo menos este ano não pretendo assinar nenhum contrato. Apenas cumprirei os que já havia me comprometido e basta. Quero uma vida mais normal e anônima possível e por isso estou com Dani e Fernanda no aeroporto embarcando rumo a uma micareta.

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Primeiro dia de micareta foi uma loucura! O que era aquilo meu Deus! O povo todo se beijando e eu passada porque não queria ser beijada de jeito nenhum. Não tenho o costume de sair beijando e beijando por ai, e isso de certa forma me fez um pouco confusão, mas não me impediu de curtir muito a festa.

No dia seguinte, acordamos e Fernanda falou que tinha combinado de irmos todas almoçar em casa de uma amiga dela. O irmão dessa amiga estava lá com um montão de amigos, dando uma festa, inclusive o irmão de Fernanda, que eu e Dani nem nos lembrávamos que ainda existia um irmãozinho novo na nossa família. Talvez porque Jonas não falava no filho para nós e Fernanda só sabia dizer que não perdíamos nada em conhecer o Santos, nome que ela sempre fazia questão de dizer, que de santo só tinha o nome.

Então o pano delas era, juntar "os meninos" com "as meninas". Não me agradou muito para falar a verdade. Eu queria mesmo era ir para a praia, tomar sol e ficar quieta. Até porque estava com uma ressaca da porra. Mas Deus fez com que eu não conseguisse convencer ninguém a gostar da minha ideia e lá fomos nós para a casa dos "meninos". Ao contrário de Fernanda e Dani a única coisa que entrou na minha boca, foi cerveja e na delas línguas. Dani definitivamente não se apega a ninguém, bastou ela conhecer o gerente da loja ao lado da nossa no shopping para ela dispensar sem mais nem menos o portuga.

Chegamos lá na tal casa, as meninas entraram primeiro e eu pedi para ir ao banheiro. Só que quando saí do banheiro elas já estavam na área da piscina, e quando vejo ao longe o percurso até lá chegar, quase tenho um ataque. Para chegar a elas, eu tinha que descer uma Puta escadaria que dava na beira da piscina e me deixava como "alvo" fácil de olhares. Eu olhava para a escadaria, e olhava para onde elas estavam e só via um aglomerado de gente. Respirei fundo e desci! Meus olhos procuravam um ponto para eu me focar, e o foco era minhas irmãzinhas fogosas, mas no meio da procura o que encontrei foram outros olhos.