Capítulo 4

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Nova York, Novembro de 2013

Raul

Eu já ouvi falar de Beatriz Moller, mais nunca havia visto uma única foto dela. Sempre me disseram que ela era lindíssima e era totalmente diferente das modelos que eu estava acostumado a sair. Mas saber que ela é aquela mulher a qual perturbou meu sono e minhas fodas por estes longos meses, me deixou completamente surpreso. Mais surpreso ainda do que reencontra esta mulher que está aqui sentada ao meu lado, completamente desnorteada em plana Nova York.
-Só pode ser obra do destino. - Digo quebrando o silencio.
- Não vai me dizer que você acredita nisso? - Ela diz forçando um sorriso
- Claro que acredito.
Ela ficou em silencio e eu também. O clima estava estranho, eu estava estranho.
- Eu não sabia quem você era. - Ela diz ainda quebrando o silencio.
- Relaxa, eu também só lhe conhecia de nome.
- Acho melhor você me deixar aqui mesmo. - Ela diz olhando-me com um ar cansado.
- Jamais lhe deixaria no meio da estrada. - Digo segurando suas mãos que estão tremulas. - Onde você mora?
- Estou hospedada no AKA Central Park na rua 58 entre 5a. e 6a.
Aviso ao meu motorista que muda o trajeto, para que possamos ir ao hotel que ela está hospedada. Quando volto minha atenção a ela, percebo que ela está trocando mensagens com alguém. Será que é com o namorado? Acho que não, pelo pouco que percebi da discussão de Gabriel com a amiga louca dela, ela é solteira. Tenho vontade de perguntar com quem ela está a falar, mais me contenho. Eu não sei porque estou sendo tão babaca, porque me sinto tão nervoso, eu nunca fui assim com mulher nenhuma. Não sei porque me incomoda tanto, que ela esteja a trocar mensagens com alguém e mais fico incomodo quando vejo um sorriso tímido em seus lábios por algo que ela acabou de ler.
- Falando com o namorado? - Perguntei já me arrependendo.
- To avisando a Marly que estou indo embora. - Ela diz guardando o celular na bolsa.
Me acomodo melhor e relaxo as pernas e os braços. Um silencio domina o ambiente durante todo o percurso que não demorou muito, mais pareceu uma eternidade. Beatriz estava sentada do lado oposto, parecia perdida em pensamentos olhando pela janela da limousine. Eu pela primeira vez estava sem saber o que falar, como puxar conversa com uma mulher. Porra o que se passa comigo? Eu me perguntava o tempo todo até que meus pensamentos foram cortados quando o carro parou.
- Desculpe por tudo. - Ela diz se preparando para descer do carro, mais eu seguro sua mão.
- Não tem do que se desculpar. - Digo a devorando com os olhos. - Acho que ainda não tivemos aquela conversa.
- Vamos fazer de conta que nada daquilo aconteceu. - Ela diz desviando o olhar.
- Por favor, vamos conversar. - Eu realmente disse isso? Sim eu disse.
- Bom... - Ela faz uma pausa e levanta a cabeça e me encara. - Quer tomar um drinque?
- Um suco cairia muito bem. - Digo mas entusiasmado do que eu gostaria.
Logo Fred abre a porta do carro e eu desço e estendo minha mão para ajudá-la a sair do carro, ela aceita minha gentileza com um lindo sorriso no rosto. Porra eu estou sendo gentil? Sim, estou! Alguma coisa de errada estava acontecendo comigo e eu não sabia porquê. Com ela eu tenho uma vontade incontrolável de ser gentil, educado, amigável, carinhoso e claro minha vontade de come-la ainda permanece no meio disso tudo.
Seguimos para dentro do hotel, a observo enquanto ela caminha tranquilamente e deliciosamente com aquela bunda a minha frente. Logo chegamos no bar do hotel, que tem meia dúzia de pessoas e ela caminha direto para uma mesa em um local mais reservado. Claro que eu preferia estar em um quarto com ela a fudendo com força, mais eu tinha que me concentrar em outra coisa, mais estava ficando impossível e meu pau já latejava dentro da minha calça.
- O que você quer beber? - Pergunto puxando a cadeira para ela se sentar.
Eu realmente fiz isso. Eu preciso definitivamente procurar um psiquiatra, só posso está ficando louco.
- Vodka com Coca-Cola. - Ela diz se acomodando na cadeira.
Sento-me a sua frente e logo um garçom aparece e faço nosso pedido. Para ela a vodka e para mim um suco de laranja sem açúcar. Pergunto se ela está com fome e ela diz que não. Peço o maior sanduiche que tem no cardápio e o garçom volta a nos deixar sozinhos.
- Olha quero que você saiba que não sou do tipo que sai se jogando nos braços de desconhecidos. - Ela diz me fitando.
- Há não? - Brinco, mais percebo que ela não acha graça. - Desculpe.
- Naquele maldito dia, eu perdi todo meu controle, estava aborrecida, bebi mais do que deveria e ...
- E eu apareci na sua frente. - A corto.
- Poderia ser qualquer um. - Ela diz me fitando. - Eu fiz aquilo por vingança.
- Vingança?
- Sim. - Ela suspira e pega o guardanapo de cima da mesa e começa a mexer nele. - Meu ex...
- Ou seja, você me usou para fazer ciúmes ao seu ex. - A corto.
- Jamais. - Ela diz com um olhar firme. - Eu queria provar que eu tinha superado.
- E você superou?
- Não foi fácil, mais hoje posso dizer que superei. - Olho para ele, mais não consigo acreditar que ela está tão segura assim do que diz. - Eu nunca agi daquela forma antes, por favor não pense que sou uma vadia louca, que se atira nos braços dos caras. - Ela diz e parece agora realmente sincera. - Eu não sou Maria chuteira, na verdade eu nem sabia quem era você. Sinto tanta vergonha do que fiz.
- Olha Beatriz, eu também não fazia ideia de quem você era e em momento algum pensei que você fosse uma vadia. - Minto, pois cheguei a pensar que ela era muito vadia mesmo.
- Acho melhor esquecermos tudo que aconteceu aquela noite e por favor não conte a ninguém. - Ela diz quase chorando.
- Não se preocupe, ninguém saberá.
- Sei que vocês jogadores adoram falar das fodas que dão por ai, mais se isso vazar vou negar até o fim e ainda lhe processar.
- Já disse que não vou contar e se você contar eu irei processa-la. - Rebato.
Digo firme, serio mais ela cai na gargalhada e eu fico a encara-la aborrecido por ela está a rir na minha cara. Quando vou ser grosso com ela, o garçom aparece com nossos pedidos. Agradecemos e logo ele se afasta. Ela bebe aquele liquido como se fosse água e eu apenas observo. Ela começa a tagarelar sem parar enquanto eu como meu sanduiche e percebo que ela não é tão fria, arrogante e antipática como algumas pessoas a descrevia.
- Então você vai abrir mão da sua carreira por causa do fim do seu noivado?
- Não, na verdade largar estava nos planos antes mesmo de tudo acontecer. - Ela explica.
- E vais voltar ao Brasil?
- Estou a contar os dias. - Ela diz entusiasmada.
- Engraçado, Nacho falava tanto em você mais nunca procurei ver uma foto sua. - Digo sincero.
- Eu e Nacho noz conhecemos em uma campanha, fizemos algumas fotos juntos. - Ela toma mais um gole de sua bebida e continua. - Espero que ele não tenha falado nenhuma bobagem ao meu respeito.
- Na verdade ele teve uma paixonite aguda durante algumas semanas. - Digo caindo na gargalhada ao lembra a cara de bobo que Nacho falava dela.
- Paixonite aguda? - Ela diz rindo. - Só trabalhamos juntos por algumas horas e ele já se apaixonou?
- Você não tem ideia, ninguém aguentava mais ouvir o nome Beatriz Moller.
- E mesmo assim você não teve curiosidade de ver quem era?
- Para quer? - dou de ombro. - Pelo que Nacho falava e outros colegas de time também, você era uma mulher impossível para qualquer jogador de futebol e ainda por cima comprometida com um almofadinhas. - Percebo o que acabei e me desculpo.
- Talvez vocês tenham razão ele seja um almofadinhas. - Ela diz com um ar divertido.
- E você realmente não sabia quem eu era? - Pergunto curioso, afinal quem é a pessoa neste planeta que não conhece Raul Garcia?
- Eu só conhecia de nome, alguns modelos falavam de você, mais eu não gosto de futebol, para você ter ideia eu nem sei quem são os jogadores da seleção brasileira.
A conversa foi se estendendo e percebi que daquele mato não saia cachorro, realmente ela não é do tipo de mulher que se envolve com jogador de futebol e principalmente os que tem fama de mulherengo como eu. Isso ela deixou bem claro. O que aconteceu aquela noite, realmente foi o efeito do álcool e a dor de cotovelo de uma mulher que tinha sido trocado pela sua melhor amiga pelo noivo. Eu sou um homem preguiçoso demais, não tenho nenhum pingo de paciência de ficar tentando conquistar uma mulher, gosto de mulheres descomplicadas e fáceis para levar para cama e para dispensa-las. Beatriz é o oposto, por mais que ela tenha indo para cama com um desconhecido, eu, ela não é do tipo fácil de se envolver, isso está bem claro. Ela é do tipo que sonha em ter uma família, um marido fiel e companheiro e eu estou longe muito longe de ser este tipo de homem. Posso ser muito canalha mais não sou ao ponto de me envolver com alguém como ela apenas para descarta-la no dia seguinte.
- Preciso ir. - Ela diz se levantando. - Acho que ganhei um amigo jogador de futebol. - Ela diz divertida.
-Ainda está cedo. - Digo me levantando. - Você poderia ter muito mais que isso, você sabe. - Falo segurando seu rosto com as duas mãos.
Como eu queria beijar aquela boca, arrancar aquele vestido e fuder com aquela mulher encima daquela mesa mesmo.
- Engraçadinho. - Ela diz tirando minhas mãos de seu rosto. - Você sabe que amanhã estaremos estampados em capas de revista e nas primeiras páginas de jornal?
- Você quer que eu negue a te o fim correto?
- Sim. Não quero entra na lista das Marias chuteiras. - Ela diz segurando minha mão. - Olha você parece um cara legal, mais sei muito bem da sua fama, tenho muitas colegas que chegaram aos prantos por serem dispensadas por você antes mesmo delas conseguirem vestirem a calcinha.
- Não é bem assim.
- O que aconteceu conosco foi bom e você não teve trabalho nenhum em me dispensar do seu quarto e eu não sai chorando. - Ela diz se afastando. - Então vamos deixar as coisas como esta.
A mulher foi super sincera comigo, estava claro que eu não era o tipo de homem que ela precisava e ela não era o tipo de mulher que eu poderia ter. Eu não sei onde eu estava com a puta da cabeça quando sai em passos lagos atrás dela e a segurei firme pelo braço a fazendo ficar de frente para mim e a beijei como se fosse questão de sobrevivência. Eu a beijei como se ela fosse o ar que eu precisava para respirar. Eu queria fude-la ali mesmo, podia sentir seus mamilos rígidos e desejava morder aqueles biquinhos e chapa-los até ela gritar de tanto prazer.
- Ninguém vai saber. - Digo ainda com meus lábios no nela.

Aquilo era mais um pedido desesperado, do que uma jura.

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