Capítulo 35

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Era manhã, e meus olhos ainda não queriam se abrir, eu ainda podia sentir o calor daquele homem ao meu lado e não consegui evitar sorrir. Eu sem dúvida tinha feito a maior das maiores loucuras da minha vida. Eu transei com um desconhecido.

- Tudo bem, eu não deveria. – Digo a mim mesma indo para o banheiro. – Mas não me arrependo. – Olhando-me no espelho e começo a rir. – Foi tão bom que não tem como me arrepender.

Depois de um banho demorado, troquei de roupa e liguei a Dani, eu precisava falar com alguém e este alguém tinha que ser ela, pois ela jamais iria me julgar. Insisti, ela tinha que acordar.

- Oi. – Ela diz com a voz sonolenta.

- Sou eu, preciso falar com você. – Digo eufórica.

- Porra.... Tem que ser agora? – Ela diz irritada. Ela também detesta ser acordada.

- Eu preciso de você.

- O que aconteceu? – Ela praticamente grita.

- Calma, não aconteceu... quer dizer....

- Estou chegando ai.

Segundos depois, Dani estava na minha porta enrolada em um lençol. Não me aguentei e comecei a rir descontroladamente.

- Meu deus. – Disse tentando conter o riso. – Entre, entre logo. – Dani bufou irritada e entro se jogando no sofá.

- Espero que não me tenhas tirado da cama para ficar rindo da minha cara. – Ela diz fingindo estar com raiva.

- Desculpe. – Digo mordendo o lábio ara não rir. – Atrapalhei alguma coisa além do seu sono? – pergunto voltando a rir.

- Eu estava na pausa para o descanso. – Ela diz rindo também.

Minha irmã era muito escrota. Ela curtia sexo casual e principalmente com aqueles caras que ela sabia que nunca cruzaria com eles a atravessar uma rua.

- Mas estamos aqui para falar de você. – Ela diz sentando-se e se enrolando mais no lençol. – O que foi que aconteceu?

Transei com um desconhecido. – Disse na lata, não iria ficar de arrodeio.

- Serio? – Ela diz erguendo a sobrancelha.

- Seríssimo. – Digo colocando as minhas duas mãos no rosto, me sentindo envergonhada.

- E ai ele era bom? – Ela diz com um ar curioso.

- A melhor foda que já dei em minha vida. Pelo menos até onde lembro.

- Tive um Déjà vu. – Dani diz deitando-se no sofá e cruzando as pernas.

- Não entendi. – Digo me sentindo confusa.

- É a expressão usada para descrever aquela sensação de que você já esteve em determinado lugar ou já fez a mesma coisa antes...

- Eu sei o que é Déjà vu. – Digo estirando a língua para ela.

- Ok. – Ela diz jogando os braços para o alto. – Agora conte-me tudo e não me esconda nada.

Depois de contar o que aconteceu, evitando o máximo os detalhes mais íntimos, Dani disse que eu, não deveria ter saído sem me despedir, saído como uma foragida. Que eu deveria voltar a bater na porta do cara e pergunta pelo menos seu nome.

- Não. Eu não vou fazer isso. Eu nem sei se teria coragem de olhar para ele depois....

- Deixa de ser boba. Vocês são adultos e adultos acasalam com desconhecidos.

- Meu deus, Dani...Credo. – Digo me levantando. – Eu não sou uma cadela. – Digo cruzando os braços sobe meu peito.

- Não estou dizendo que é uma cadela. Apenas estou dizendo que é super normal você conhecer uma pessoa, ficar com tesão e dá para ele.

- É normal para você, para mim não é. – Bufo irritada. Você que costuma ir para a cama com qualquer um.

- Ok. - Ela diz se levantando. – Eu não finjo o que sou, não pago de santinha e não tenho medo algum de correr o risco.

- Não finjo ser quem não sou. – Grito.

- Há Beatriz, você não é essa santinha que aparenta ser. Por baixo desta máscara de boa moça, mora uma pervertida, que talvez seja muito mais escrota do que eu. – Ela grita de volta.

- Você está louca? – Digo mais alto ainda. – Eu não sou com você, eu nunca fui para cama com desconhecidos.

- Será Beatriz, será mesmo? – Ela diz abrindo a porta e saindo do meu quarto.

- Volte aqui... – Grito mais ela entra no seu quarto batendo a porta com força.

Porque chegamos a este ponto? Porque eu e minha irmã tínhamos brigado? Apoio meu corpo contra a parede e respiro fundo. Eu não iria chorar. Não havia motivos para chorar. Eu e Dani logo resolveríamos aquela merda.

- Oi.

Dei um sobressalto quando ouvi aquela voz. Meus olhos se prenderam no dele. ele estava ali a minha frente. Lindo e perfumado.

- Oi. – Digo sem graça.

- Senti falta de você quando acordei.

- Você estava dormindo tão bem, não quis acorda-lo. – Mentira. – Sobre ontem eu queria....

- Não. Pare ... não me venha com esta .... Ambos queríamos e foi ótimo. – Ele disse me cortando. – Já agora, aceita jantar comigo hoje à noite?

Olhei para ele surpresa. Seus olhos tinha um brilho especial aquela manhã. Depois de uma prevê pensada decidi aceitar.

- As vinte está bom para você? – Digo com um sorriso tímido.

- Perfeito. – Ele diz se aproximando e dando um beijo de leve em meus lábios. – Agora preciso ir, tenho que trabalhar para ganhar o dinheiro do jantar.

Começo a rir e ele também. Fico ali parada vendo ele ir em direção ao elevador, com uma calça jeans e uma camisa branca, um tênis e nas costas uma mochila de couro. Quando virei-me para entra no meu quarto sinto suas mãos em minha cintura e ele vira-me rapidamente. Ele me beija profundamente e meu coração começa a bater duas vezes mais rápido. Meus pés já não tocam no chão. Sua boca devora a minha boca e minhas mãos afundam em seus cabelos.

- Eu queria poder ficar. – Ele diz acariciando meus lábios com os dele.

- Você precisa do dinheiro para pagar o jantar. – Brinco, dando mais um beijo nele e me desprendendo. – Até mais logo.

Entro no meu quarto e logo saiu a procura dele, mas novamente era tarde demais. Esqueci de pergunta seu nome. 

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