Capítulo 42

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Talvez fosse loucura, está ali ao lado de Raul em sua casa, á almoçar depois de tantas descobertas. Por mais que uma parte de mim dissesse para partir, outra parte, dizia-me para ficar, o que era a coisa mais insana. 

Mas eu precisava saber mais daquele homem a qual, um dia eu fui apaixonada, e a cada descoberta sobre sua personalidade eu conseguia compreender o porquê de um dia eu ter sido apaixonada por ele. Ere era doce, carinhoso, atencioso e sexy.

Quando meu telefone tocou após o almoço, bufei irritada. Por mais que eu tivesse muitos assuntos pendentes a tratar com minha mãe, eu não estava preparada ainda,para o confronto naquele memento.

- Não vai atente? – Raul pergunta.

- Sim. – Digo irritada.

- Vou lhe da privacidade, preciso fazer umas ligações. – Ele diz se afastando e desaparecendo da sala.

Precisei respirar fundo e contar até 10, antes de atender a chamada insistente da minha mãe.

- Filha. – Ela diz assim que atendo.

- Diga. – Falo seca.

- Filha. – Ela suspira. – Você já soube de tudo, não é?

- Infelizmente.

- Querida... eu só queria lhe proteger.

- Proteger? – Exalto-me – Desde quando eu preciso deste tipo de proteção? Desde quando eu lhe dei o direito de decidir, minha merda de vida?

- Filha...

- Não me venha com suas merdas. – Explodo. – Você não tinha o direito de decidir porra nenhuma por mim, muito menos se meter em minha vida, como você fez.

- Ele não é homem para você. – Ela diz em prantos.

- Isso sou eu que tenho que decidir, quem é, e quem não é, homem para mim, e não você! Você não tinha este direito.

- Filha, ele é um mulherengo, ele iria fazer com você o mesmo que seu pai fez comigo.

- Pelo amor de Deus,mãe. Supera isso! – Digo exausta. – Quando é que você vai parar de viver de passado? Quando é que você vai parar de olhar para os homens como se eles fossem o papai? – Respirei fundo. – Sabe mãe, eu tenho pena no Sr. Jonnas.

- Nós acabamos. – Ela diz derrotada.

Ficamos em silencio, um silencio curto mais que parecia uma eternidade. Eu sei que mamãe tem dificuldade de confiar nos homens depois da traição do papai, mais isso já foi a tantos anos. Ela tem que ter fé nos homens e eu achava que ela tinha em Jonnas. Talvez eu tenha fé em Raul. Será?

- Mãe, você não pode deixar de ser feliz, por causa de um erro do papai. – Digo calmamente. – Jonnas é um bom homem.

- Eu sei. – Ela diz triste. – Eu só não quero vínculos.

Há então é isso?! A minha mãe acabou seu noivado porque quer me manter distante de Raul.?Definitivamente ela tem que voltar a fazer terapia.

- Mãe, eu sou adulta e não vai ser você abrindo mão de uma relação com Jonnas que vai definir meu futuro. – Digo sincera. – Se eu tiver que ficar com ele, não haverá nada que vá me impedir.

- Você está com ele? – Aquilo não era uma pergunta, mais uma afirmação.

- Sim, estou. – Jogo minha cabeça para trás no sofá e afundo meu corpo.

- Ele não é homem para você. – Ela diz irritada.

- Isso sou eu que tenho que decidir. – Respiro fundo, para não perde a pouca calma que ainda me resta. – Mãe, eu te amo, mais nunca permiti ninguém decidir o rumo da minha vida e não seria agora que faria diferente.

- Filha. - Ela diz desesperada.

- Chega mãe. Acho que você já fez merda de mais. – Desliguei o telefone muito decepcionada.

Um buraco se abriu em baixo de mim. Eu nunca havia brigado com minha mãe. Nunca nos metemos, na vida uma da outra. Nunca permitimos que nada, afetasse nossa relação. A que ponto chegamos?

Raul apareceu na sala e percebeu que eu estava nervosa e com os olhos cheios d'água, estendeu a mão dele e pediu para eu segurar sua mão. Eu o fiz e as lagrimas começaram a correr, além de eu esta tremula. Ele me perguntou por que eu estava chorando e eu não conseguia falar, só chorar.

- Não fique assim, Baby. – Ele diz me puxando para seus braços.

Ele abraçou-me carinhosamente e eu me senti protegida no conforto de seus braços. Eu estava em seus braços. Achando que ali fosse o meu lugar. Eu achava que fazia sentido. Ele, a última pessoa do mundo a qual eu pensei ser capaz de me apaixonar algum dia. Um jogador de futebol?

Aquilo não estava certo. Tento sair dos seus braços mais ele me segura mais forte. 

- Por favor, fique mas um pouco. Não tenha pressa. - Eu não tive tempo de protestar, foi calada por um beijo carinhoso dele.

Eu não podia continuar, eu precisava ir embora. Aquilo não estava certo. 

- Eu preciso ir. – Digo ofegante.

- Eu sei. – Ele diz afundando deu rosto no meu pescoço. – Queria pedir para você ficar, mas eu sei... – Ele olha-me com um olhar desanimado. – Eu não tenho este direito.

- Eu tenho que mastigar tudo isso. – Digo suspirando, eu me sentia exausta. – Preciso entender, absorver, compreender...– Digo sincera e saio com dificuldade dos seus braços.

- Eu vou lhe esperar. – Ele diz antes de que eu alcance a porta.

- Não seria justo. – Abro a porta e viro-me para lhe encarar. – Siga sua vida, não espere por alguém que talvez não vá voltar. – Saiu fechando a porta atrás de mim, mas ainda consigo ouvir sua voz. 

- Você vai voltar!

Um homem alto, moreno e de meia idade aproxima-se de mim e diz que recebeu ordens de me levar de volta ao hotel. Claro! Agradeço e aceito sua oferta, afinal qual escolha eu tinha?

No carro, eu fui pensando em tudo, tentando não pensar em nada. Pensava em Raul mais do que tudo, mas pensava em tudo que eu estava passando, em tudo que estava acontecendo. Respirei fundo e suspirei pedindo forças.


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