Meu coração estava acelerado, muito acelerado. Coloquei a mão em seu rosto, meus olhos se trasbordaram de lagrimas e ele me abraçou, largando o que tinha em sua mão. Lagrimas escorriam em meu rosto. Era uma tortura ficar ao lado dele e não poder sequer tocá-lo. Eu queria tocá-lo, sentir os lábios dele contra os meus, mais uma vez.
Eu queria que ele me beijasse, mas não queria dar o primeiro passo. Eu sei, era uma loucura, desejar tanto aquele que poderia ser meu irmão, sangue do meu sangue.
- Precisamos cuidar desta mão. – Digo, desviando meu olhar do dele e segurando sua mão ferida.
Depois de muito protesto, ele aceita que eu cuide de sua mão. Graças aos santos dos homens transtornados, tinha sido apenas cortes artificiais. Depois de Raul tomar um banho e voltar para a sala onde eu estava, tentando inutilmente catar os cacos a minha frente, ele me faz levantar e praticamente cai em seus braços, ou, eu me joguei nos braços dele? Não sei!
Senti o toque dos seus dedos acariciarem meu rosto. Estávamos tão próximos.
Fiquei fitando seus olhos. Seus lábios se aproximaram de mim calmamente. Não me afastei. Ao contrário, eu esperei.
- Não vai me parar? – Raul sussurrou de forma carinhosa, que acabei por respirar com dificuldade.
Não lhe respondi. Sua boca me beijou uma vez solenemente, deixei-o fazer isso, pois eu o desejava profundamente. Ele parou e ficou me olhando com extrema intensidade e pude sentir sua respiração quente e agoniada. Sua outra mão começou a subir por meu braço, deixando traços de sua carícia, suave, criando uma sensação que eu já conhecia. Seus dedos chegaram até meu ombro e começaram a puxar a alça de minha blusa. Ele se aproximou lentamente e sua respiração bateu contra minha pele e beijou bem ali. Como Raul podia criar esses sentimentos tão fortes, a ponto de me deixar com falta de ar. Ele se afastou só um pouco, voltando a encontrar meus olhos.
- Raul. – Choramingo.
- Que sentimento é esse em meu peito? – Ele questiona-me, mais eu não teria como responde-lo, pois nem eu entendia o que estava acontecendo comigo.
Seus lábios se aproximaram, me beijando mais uma vez, com mais força, intensamente e sem pensar em nada, eu retribuí na mesma intensidade. Ele puxou por ar, abrindo um pouco mais sua boca, e eu abri a minha, deixando a sua língua insistente entrar.
- Ahh... - ele gemeu de uma forma que fez meu corpo inteiro arrepiar.
Estava quente ali, bem quente. Ele mesmo parecia fogo, porque, cada vez que me tocava, meu corpo entrava em chamas.
- Hum... - Deixei escapar.
Coloquei meus braços em volta de seu pescoço e o puxei mais para mim, e só com meu movimento, ele gemeu mais uma vez, como se estivesse se satisfazendo. E o beijei, não querendo pensar no que estava fazendo. Como se nada ao nosso redor existisse, como se nada impedíssemos de ir adiante com aquilo. As mãos dele seguraram, firmes, minha cintura.
Droga! Por que ele me deixa assim? Ele fez força com seu corpo, como se quisesse me deitar ali mesmo sobre o chão.
- Raul... - Falei com um pouco de consciência que eu ainda tinha.
Nossas bocas estavam a milímetros uma da outra, a respiração quente dele batia contra mim e, provavelmente, ele sentia a minha. Meu corpo estava prestes a explodir, a cada toque dele. Eu queria mais, a cada beijo, eu queria muito mais e isso parecia que estava passando dos limites.
- É... vo-você tem razão... - Ele falou um pouco perdido, e parecia tonto, pela forma como me olhava.
O que passou pela minha cabeça para chegar a esse ponto com ele? Como pude retribuir seus beijos? Perguntas e mais perguntas explodiam em minha cabeça, me fazendo voltar à realidade. Olhei diretamente para seus olhos, então olhei para sua boca, estava vermelha, pela intensidade com que nós nos beijamos.
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Desconhecidos
Romance"PROIBIDO PARA MENORES DE 18 ANOS." Livro Completo. Beatriz Moller - 26 anos. Ela fotografa para as maiores revistas e mais famosas marcas do mundo e estampou mais de 50 capas de revista ao redor do mundo. Conhecer o mundo e ganhar altos cachês, e...