Capítulo 22

7.2K 593 15
                                    

Ele não ligava, nem mandava mensagem a meses. Mas tinha uma mania sacana de aparecer quando ele já estava quase desaparecendo da minha cabeça. Raul era a definição da cara de pau, se achava a pica das galáxias.

- Que merda você pensa que está fazendo? - Digo me virando de frente para Raul. - Que porra você está fazendo aqui?

- Eu que pergunto que merda você está fazendo aqui? - Ele diz, com o maxilar rígido e os punhos fechados.

- Olha quem você pensa que é para aparecer assim, se achando a última bolacha do pacote? - Digo me afastando dele. - E pior, quem você pensa que é para atrapalhar minha possível foda?

Descer ao último nível da baixaria era o que estava tentando evitar, mesmo eu queria gritar, mais conseguir controlar a raiva e falei com a voz abafada. Eu estava com ódio, quem Raul pensa que é? Como ele apareceu aqui do nada? Onde porra estava que eu não o vi?

Saiu de perto dele e vou atrás de Sandro.

- Para onde você pensa que vai? - Raul diz furioso.

- Vou atrás de Sandro.

Minha cabeça estava prestes a explodir. Caminho rápido para procurar Sandro que saiu em direção à praia.

- Vai porra nenhuma.

Raul pega meu braço e sai praticamente me arrastando da área da piscina. Procuro sobre os ombros Fernanda e Dani mais nenhuma delas estão ali, onde porra aquelas vadias se meteram? No final eu não tinha muitas escolhas, ou seguia o brutamontes ou o barraco seria na frente daquela galera toda, que trocavam olhares e davam sorrisinhos.

Raul começa a discutir sobre meu biquíni e mesmo eu tentando sair ele segura firme meu braço.

- O que eu visto ou deixo de vestir não lhe diz respeito. - Rebato.

- Me diz sim. - Ele diz me arrastando para dentro da casa.

- Não lhe diz não. - Digo tentando me soltar em vão. - Me solte, você está me machucando.

- Eu não estou lhe machucando, mais se continuar tentando se soltar vou te machucar de verdade. - Ele diz ameaçador.

Começo a socar suas costas e ele sorrir, o que me deixa ainda mais aborrecida. Tento me soltar, ameaço gritar e ele em um movimento rápido me pega os braços me jogando sobre seu ombro.

- Você que pediu isso. - Ele diz e em seguida dá uma palmada na minha bunda, que me faz gritar.

Me debato, murro suas costas mais ele bate ainda mais na minha bunda. Minha luta com ele era em vão, pois não tem como medir forças com um homem como Raul. Raul ainda comigo em seus ombros sobe uma escada, eu me debato ainda mais para dificultar sua subida, mais ele não se abala em nada. Abrindo uma porta entra em algo que percebo ser um quarto. Sem aviso me joga sobre uma cama e pula para cima de mim, me imobilizando os braços com as mãos e minhas pernas com o peço do seu corpo.

Eu observava sua boca se mexendo, derramando argumentos e desculpas esfarrapadas da sua ausência, o que me dava uma vontade grotesca de calá-lo com qualquer artifício do qual eu pudesse fazer uso. Uma mordaça, talvez. Raul era a definição da cara de pau. O cara falava o que bem queria, na hora que queria, do jeito que queria, e ai de quem ousasse contrariá-lo. Sua grosseria sem escrúpulos era de me tirar do sério. Quem ele pensa que é para se achar no direito de dizer o que vestir, para onde ir e com quem ir? Paciência tem limites.

- Seu cavalo estupido. - Grito.

- Chega Beatriz. - Ele diz me fuzilando com os olhos.

- Isso mesmo Sr. Garcia, chega. Me solte agora. - Ordeno.

DesconhecidosOnde histórias criam vida. Descubra agora