Capítulo 1 - part 1

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3 anos atrás

Era para ser o meu melhor dia....

Acordei com uma horrível dor de cabeça, que nem o meu corpo eu conseguia mover. Era que cada parte do meu corpo estava pegando fogo.

Ouço a porta do meu quarto sendo batida. Me levanto com um pouco de dificuldade e a abro.

-FELIZ ANIVERSÁRIO!!!! _ gritaram as Madres (Maria e Rose) e as minhas amigas que moram comigo no orfanato. Olhei um pouco assustada para elas, e que vejo um enorme bolo que estavam as suas mãos e acabo abrindo o meu melhor sorriso.

-Obrigada!!!_ eu disse abraçando todo mundo que estava ali

-Parabéns Ana!! Hoje você está fazendo os seus 13 anos. Esta ficando cada vez mais velha querida. _ disse Rose me dando um abraço de urso e um beijo no topo da minha cabeça

-Obrigada tia Rose _ falei com o sorriso de orelha a orelha, segurando as lágrimas nos meus olhos que insistia a cair

-Ana não esquece do bolo. _ disse Maria estendendo o bolo que parecia ser de chocolate ( eu amo chocolate ). Depois disso as Madres e as garotas começaram acederem as velas e cantar o parabens. No final eu acabo esquecendo as dores que sentia. Fiz o meu pedido e soprei as velas.

-O que você pediu Ana? _perguntou Lisa, a minha colega de quarto.

-Lisa!!! _ repreendeu a Madre Maria. - O desejo deve ser segredo. _ a Lisa acabou fazendo um bico de pirraça

-Não tem problema não, tia Maria. Eu desejei que os próximos dias sejam como hoje. Só felicidade. _ eu disse sorrindo e abraçando a todos

O meu dia foi igual a de uma princesa. Ganhei muitos brinquedos e roupas. Era para ser o meu melhor dia. Mas as dores voltaram. E aumentava cada vez mais, principalmente quando a noite ia chegando. Mas eu não queria preocupar ninguem. Por isso que eu ocupava a minha mente com brincadeiras para não me lembrar das dores. Mas mesmo assim estava sendo insuportável para eu segurar.

Quando chegou a hora do jantar, falei para as Madres que estava sem fome. As Madres acabaram concordando e eu subi as escadas indo direção ao meu quarto. Mas quando eu andava pelo o corredor, senti uma dor enorme em minha cabeça que me faz ficar tonta, e derrubar o vaso de flores que estava numa mesinha. Fazendo com que ela ficassem em mil pedacinhos

-VOCÊ ESTÁ BEM ANA?? _ ouço a voz da Madre Rose gritando lá em baixo

-ESTOU BEM TIA ROSE!!!_ gritei de volta. Mas vou correndo para o meu quarto. Antes de eu chegar a minha cama, sinto com que as dores se tornasse bem pior, me fazendo cair de joelhos e gritar de dor. Vou me rastejando até a janela onde que vejo a lua cheia que parecia que estava brilhando ainda mais do que antes. Sinto o meu corpo queimar e grito de novo e escondo a minha cara entre os joelhos.

Pouco tempo depois, ouço alguém abrindo a porta e chegando perto de mim.

-Você esta bem Ana? _ reconheci essa voz, era da Lisa. Nego com a cabeça ainda entre os meus joelhos

-Fica ai que irei chamar as Madres _ dessa vez eu não respondi, só ouço os passos distanciar de mim.

Eu sinto algo mudar em mim. O meu faro parecia está bem melhor e ouvia sons que pareciam ser de longe distancia, principalmente a Lisa chamando as Madres e falando de mim. E isso estava me deixando com mais medo, mas, felizmente as dores já pararam.

Ouço passos subindo as escadas apressadamente e vindo correndo para o meu quarto. E avrindo a porta novamente. Sabia que eram três pessoas pelos os batimentos cardíacos de cada um e os seus cheiros, e eu sabia até de quem eram ( Maria, Rose e Lisa ). Sinto uma mão fria apertar em meu ombro.

-Você está bem querida. _ perguntou a Madre Rose, com a sua voz carinhosa.

-Estou bem tia Rose. _ falei com a voz um pouco rouca.

-Então querida olha para gente. _ falou a Madre Maria. Fiquei um tempo parada hesitando por alguns istante. Até que aos poucos vou levantando a cabeça, e finalmente a olho, depois me viro para as outras.

-AI MEU DEUS!!! ...MEU JESUS CRISTO!!! _ gritou a Madre Rose que tinha uma cara que parecia ter visto uma assombração. Mas não só ela, como também a Madre Maria e a Lisa.

Eu não estava entendendo nada das suas reações. Mas toda vez que ia me levantando, elas iam se afastando. Quando eu me levanto completamente, as Madres e a Lisa já estavam praticamente coladas na porta. 2 metros de distancia de mim.

Por que? Perguntei para mim mesma.

O que me deixou mais triste. Não foi que elas tinham se afastado de mim. Mas sim, elas me olharem com medo. O que eu fiz?

Elas pareciam que olhavam mais para a minha cara. Então eu me viro, para a janela, pra ver o meu reflexo. Quando eu me vejo...

Não... Não... isso não pode está acontecendo.

Ponho a minha mão devagar em meu rosto para ver se aquilo realmente estava acontecendo. Sinto os meus olhos se encherem de lágrimas, quando vejo que aquilo infelizmente era tudo real.

O meu rosto estava peludo.

Os meus dentes estavam enormes.

As minhas orelhas estavam pontudas.

As minhas mãos estavam também peludas e com garras.

Mas o que mais me assustou foi os meus olhos.

Que a onde que antes eram azuis se tornou branco.

Olho de volta para as Madres e a Lisa com dor no olhar. Até que ouço uma voz, que saia dentro de mim. Deixa eu sai. Eu não sabia o que fazer, parecia que eu estava ficando louca. A janela. Preciso sair. Ouço a voz novamente. Não sei o por que, mas acabo me virando e tentar abrir a janela, parecia que não era eu, mas como se eu estava sendo controlada.

Porem as garras não deixava. Com raiva, acabo dando um soco no vidro. Onde que acaba se quebrando.

Subo na janela, pronta para pular. Dou a última olhada para as Madres e a Lisa, que ainda tinham o olhar de medo. E pulo.

A altura da janela até o chão. Era aproximadamente 6 metros. Mas quando cheguei ao chão, não senti nenhuma dor. A floresta . Ouço a voz novamente, não sei se eu confiaria nessa voz. Mas eu também estava desesperada para sair daqui. Antes de entrar na floresta que havia atrás do orfanato. Ouço a voz da Madre Rose : Montro. Aquilo foi como uma facada no coração. Entro na floresta com as lágrimas escorrendo pelo o rosto. Só queria que aquilo se acabasse. Então deixa eu sair. Disse a voz. Mas dessa vez eu não queria pensar em nada. Somente deixei que ela saísse e me entreguei a escuridão.

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