intercambista

33: "Você confia nele?"

Eu queria gritar, eu queria chorar e eu queria bater nele. E eu poderia fazer tudo isso, mas limitei-me a ficar sentada em minha cama com as pernas junto ao meu corpo. Droga, eu não esperava por essa!

- Você não esperava por muita coisa. - meu subconsciente toma minha voz para falar baixo.

O quarto estava escuro, fechei as janelas para impedir que a luz entrasse e tranquei a porta. Não queria ser incomodada por ninguém. Meu silêncio estava incomodando até a mim mesma, mas meu corpo não reagia a nada, era como se eu estivesse em transe. Não fiquei assim por muito tempo, meu celular vibrou em meu bolso e automaticamente o peguei.

Niall Horan: "Merda, não devíamos ter discutido em voz alta aqui!"

Leio a mensagem de Niall, e ignoro. Volto a fazer nada mas meu celular acende em cima da cama, atraindo minha atenção de novo.

Niall Horan: "Dá pra me responder?"

E mais uma vez, ignoro a mensagem. Não estou afim de falar com ele. O meu coração dói só de lembrar da frieza de suas palavras, eu nunca pensei que alguém como ele fosse me tratar daquela forma.

Niall Horan: "Se não me responder, eu vou até aí."

Reviro os olhos.

- Pode tentar, está trancada mesmo. - encolho os ombros e deixo o celular desbloqueado. - Droga! Ele sabe abrir! - exclamo quando me lembro da noite que ele abriu sem dificuldade alguma a porta do escritório dos meus pais.

Saio da cama com um pulo e corro até a cadeira da minha mesa de estudos, vou até a porta e encaixo a cadeira na maçaneta, como as pessoas fazem em filmes. Volto para a cama e fico observando, notando que tenho mais uma mensagem.

Niall Horan: "Okay, você que pediu..."

No mesmo instante vejo a maçaneta ser abaixada, mas a porta nem se mexe. Ouço pequenos ruídos e imagino que ele esteja fazendo o seu serviço de abrir uma porta. Niall empurra a porta, que estremece mas se mantém fechada.

- Mas que porra? - ouço ele sussurrar.

Alguns segundos e meu celular vibra novamente.

Niall Horan: "Abre essa porta ou eu vou derrubar ela e chamar atenção de todo mundo!"

Ele ameaça e internamente digo "pode tentar, o intruso aqui é você.". Niall resmunga alguma coisa lá fora, e de repente um baque na porta faz com que eu salte na cama, mas aquela ainda não se abre.

- Droga! - reclamo, e vou até a porta, puxo a cadeira e abro a porta. - Está querendo quebrar a minha porta? - quase grito, mas contive-me ao lembrar que minha família e Louis estão lá embaixo.

Niall estava pronto para tentar derrubar minha porta novamente mas volta a sua posição normal. Sem dizer nada, ele puxa meu braço com força e me leva até o banheiro. Seus olhos tinham um brilho diferente, e seus passos eram rápidos.

- Você não devia ter me feito gritar com você lá! - ele exclama, assim que fecha a porta. - Droga! Droga! Droga! - ele anda de um lado para o outro em meu banheiro, mas mantenho-me em silêncio quase choramingando por meu braço estar doendo pelo aperto de Niall. - Merda! Provavelmente, eles já descobriram! - Horan continua praguejando pelo banheiro e então caio em mim.

- As escutas! - entendo seu desespero, e minha expressão começa a acompanhar a sua.

- É, lerda, agora que você percebeu! - ele quase grita para mim, e me encolho na parede. - Eu estou morto! - Niall sussurra, como se falasse para ele mesmo.