Alexandre decidiu deixar a história dos meus amigos para outra altura. Disse que, depois do impacto que eu iria sofrer, juntando-o à carrada de nova informação adquirida hoje, era melhor eu descansar. No dia seguinte, contar-me-ia mais um "conto de fadas". Se for como tem sido até agora, não irei achar lá muita piada a essa história.
Ele levantou-se do tronco e virou-se para mim.
– Pronta para a bomba?
– Já nasci pronta.
Isto fê-lo dar-me um meio sorriso, pois a conveniência das minhas palavras era aterradora.
– Lembras-te do Fábio?
– O meu guarda-costas com cara de poucos amigos?
– Esse mesmo.
– O que é que tem?
– Ele também é de cá.
– Não me digas que é um elfo, ou assim?
– Irias gostar disso, não é?
– Pelo menos teria alguma coisa a meu favor para gozar com ele.
– Lamento, ele não é um elfo. É mais velho do que parece, acredita, muito mais velho.
– Quão velho?
– Muito velho.
– E ele é o quê? – Perguntei.
– Só um tipo muito esquisito. – Afirmou ele, o que me fez rir. – Prova-o.
– Não necessito de te provar algo que podes perguntar ao rei. E ele é a melhor pessoa para te falar sobre o Fábio. São amigos de infância. E o rei não é tão jovem assim.
Ao lembrar-me do belo homem, torci o nariz.
– Ele não parece assim tão velho.
– O tempo não é mau para toda a gente. Gosta de beneficiar alguns, o sacana.
Passei a olhar para ele de lado. Começava a zangar-me e a cansar-me daqueles joguinhos feitos.
Alexandre procurou alguma coisa nos bolsos. O telemóvel. Voltou a sentar-se ao meu lado.
– Ouve, eu vou ligar-lhe e mostrar-te o quão envolvido nisto o Fábio está, e confirma também tudo o que eu te contei. É o mínimo que eu posso fazer.
Marcou um número e encostou o telemóvel ao ouvido o tempo suficiente para saber se estava a chamar. Depois, pô-lo em alta voz.
Olhei para ele totalmente confusa, mas que raio é que ele estava a fazer?
– Estou? – Ouvi essa voz vinda do telemóvel. Era uma voz conhecida, era a voz do Fábio. Uau, a rede aqui é excelente.
Alexandre fez-me sinal para que eu não falasse e foi o que eu fiz. Sem emitir um único som, aproximei-me dele calmamente e deixei-me ouvir a conversa.
– Sou eu, era só para te dizer que já reuni a legião e estou em Dajevá. Ah, e que ainda não encontrei a Sofia... – Disse ele, calmamente, como se já estivesse habituado a mentir daquela maneira. Bom, ele mentiu-me com uma grande facilidade... disse uma vozinha irritante na minha consciência.
– O quê? O teu objetivo, anjo, é encontrar a princesa, nada mais. Se o Samuel descobre que lhe perdi a filha, mata-me!
– Oh, vá lá, és imortal, tal como eu.
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Cidade Oculta
FantasySofia é uma rapariga de 17 com uma vida relativamente normal. Está com os amigos, a família e com o seu guarda costas que a segue para todo o lado. Até que recebe um estranho colar de uma vizinha invulgar e conhece um rapaz misterioso que a faz...