Capítulo 25

131 17 12
                                    



Alexandre decidiu deixar a história dos meus amigos para outra altura. Disse que, depois do impacto que eu iria sofrer, juntando-o à carrada de nova informação adquirida hoje, era melhor eu descansar. No dia seguinte, contar-me-ia mais um "conto de fadas". Se for como tem sido até agora, não irei achar lá muita piada a essa história.

Ele levantou-se do tronco e virou-se para mim.

– Pronta para a bomba?

– Já nasci pronta.

Isto fê-lo dar-me um meio sorriso, pois a conveniência das minhas palavras era aterradora.

– Lembras-te do Fábio?

– O meu guarda-costas com cara de poucos amigos?

– Esse mesmo.

– O que é que tem?

– Ele também é de cá.

– Não me digas que é um elfo, ou assim?

– Irias gostar disso, não é?

– Pelo menos teria alguma coisa a meu favor para gozar com ele.

– Lamento, ele não é um elfo. É mais velho do que parece, acredita, muito mais velho.

– Quão velho?

– Muito velho.

– E ele é o quê? – Perguntei.

– Só um tipo muito esquisito. – Afirmou ele, o que me fez rir. – Prova-o.

– Não necessito de te provar algo que podes perguntar ao rei. E ele é a melhor pessoa para te falar sobre o Fábio. São amigos de infância. E o rei não é tão jovem assim.

Ao lembrar-me do belo homem, torci o nariz.

– Ele não parece assim tão velho.

– O tempo não é mau para toda a gente. Gosta de beneficiar alguns, o sacana.

Passei a olhar para ele de lado. Começava a zangar-me e a cansar-me daqueles joguinhos feitos.

Alexandre procurou alguma coisa nos bolsos. O telemóvel. Voltou a sentar-se ao meu lado.

– Ouve, eu vou ligar-lhe e mostrar-te o quão envolvido nisto o Fábio está, e confirma também tudo o que eu te contei. É o mínimo que eu posso fazer.

Marcou um número e encostou o telemóvel ao ouvido o tempo suficiente para saber se estava a chamar. Depois, pô-lo em alta voz.

Olhei para ele totalmente confusa, mas que raio é que ele estava a fazer?

– Estou? – Ouvi essa voz vinda do telemóvel. Era uma voz conhecida, era a voz do Fábio. Uau, a rede aqui é excelente.

Alexandre fez-me sinal para que eu não falasse e foi o que eu fiz. Sem emitir um único som, aproximei-me dele calmamente e deixei-me ouvir a conversa.

– Sou eu, era só para te dizer que já reuni a legião e estou em Dajevá. Ah, e que ainda não encontrei a Sofia... – Disse ele, calmamente, como se já estivesse habituado a mentir daquela maneira. Bom, ele mentiu-me com uma grande facilidade... disse uma vozinha irritante na minha consciência.

– O quê? O teu objetivo, anjo, é encontrar a princesa, nada mais. Se o Samuel descobre que lhe perdi a filha, mata-me!

– Oh, vá lá, és imortal, tal como eu.

Cidade OcultaOnde histórias criam vida. Descubra agora