Capítulo 32

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Aquele animal! – Rosnou Alexandre, impotente.

Sim, ele podia voar, mas nunca iria conseguir vencer a demónio e deixar a princesa sã e salva no chão. Podia lutar contra a criatura, mas, muito provavelmente, iria ver a rapariga que tinha de proteger a praticar a queda livre, sem paraquedas. Necessitava de ajuda.

Voltou para a tribo. Estava furioso. Principalmente com ele. Era um completo incompetente! Nem uma rapariga conseguia proteger corretamente!

– A Sofia foi raptada. – Informou, quando chegou ao pé do rei.

Samuel ergueu lentamente os olhos para ele.

– O... quê? – Parte da pergunta foi feita a rosnar. Se o Alexandre já estava furioso, o rei poderia explodir o planeta com o que sentia.

– Ela... eu não cheguei a tempo.

– Confio em ti para fazeres uma simples coisa... E TU NEM A MINHA FILHA CONSEGUES TER DEBAIXO DE OLHO!

Ele encolheu-se. Sentia-se terrível.

– Senhor, eu vou buscá-la. Tenho a certeza de que foi levada para o palácio das terras do sul.

– Trata de trazeres a minha filha de volta, porque, acredita em mim e no que te vou dizer, se de algo de mal lhe acontece, eu próprio te mato.

Alex acenou e virou-lhe as costas, pronto para reunir a Legião.

...

– Isto está a parecer um déjà vu. – Disse o Hugo.

– Por que dizes isso? – Perguntou a Clara, curiosa.

– Quando viemos para cá, a Sofia tinha desaparecido. Agora temos de ir para umas terras esquisitas porque voltou a desaparecer.

– Ela não desapareceu, Hugo. – Afirmou o Tomás. – Foi raptada, é diferente.

– Preciso de saber se estão dispostos a vir comigo resgatá-la. – Pediu o Alex.

– Não és tu o todo-poderoso do poder e da força? Porque necessitas da ajuda de sete inexperientes? Queres matar-nos? – Questionou o Rúben, de cenho franzido para o Alex.

– Não vou conseguir salvá-la sem ajuda, e sei que posso confiar em vocês. Os vossos progressos foram gritantes nestes últimos dias.

– Conta comigo. – O Tomás acenou e levantou-se, ficando com os olhos à mesma altura dos de Alex.

– E comigo. – Afirmou a Marta.

– A que horas partimos? – Perguntou o Carlos. Era uma pergunta retórica, eles sabiam que tinham de ir imediatamente. Não podiam perder tempo.

...

Eram poucas as coisas de que necessitavam desesperadamente. O que era secundário, poderiam arranjar pelo caminho. Não que Alex tivesse na mente a ideia de parar por algum motivo.

Partiram sem se despedirem de ninguém. Ele acreditaria que, ao não estar nas boas graças do rei, o melhor era mesmo sair quase de mansinho.

Atravessaram a floresta virgem em direção ao sul. Um arrepio atravessou-lhe a espinha. Queria a Sofia de volta, desesperadamente, e iria consegui-lo.


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