Capítulo 36

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Sofia na multimédia!!!!



Ela está linda.

Foi esse o pensamento que teve, quando a viu percorrer o corredor em direção ao que, supunha ele, seria o seu quarto. O vestido vermelho e preto que usava arrastava-se ligeiramente no chão e o toc toc dos saltos que calçava eram o único som que se fazia ouvir.

Ele tinha lá entrado sozinho, com o intuito de explorar o local e procurá-la, arranjando depois uma maneira de a tirar dali em segurança.

Não se conseguindo conter com a visão que tinha à sua frente, Alexandre seguiu-a até um quarto forrado a vermelho e preto. Viu-a caminhar até a uma divisão, que supôs ser a casa de banho. Ao entrar, analisou tudo o que tinha à sua volta: as cortinas, as janelas rodeadas por molduras esculpidas, uma cama de dossel... e que cama...

Pensamentos perversos passaram-lhe pela mente. Com uma sacudidela de cabeça, deixou-os para trás, sabendo que não haveria tempo para essas coisas. O som de passos do outro lado da porta fechada indicaram-lhe que ela iria sair de lá a qualquer momento. Procurando, com um olhar rápido, decidiu que a segunda porta do aposento seria a mais indicada para um esconderijo temporário. Conseguiu lá enfiar-se no preciso momento em que Sofia saiu da casa de banho, em direção ao enorme muro a que chamavam de porta.

Mesmo com saias e vestidos a taparem-lhe a visão, Alexandre conseguiu discernir a incapacidade de Sofia de empurrar a porta em direção ao seu trinco. Uma jovem entrou... ou, melhor dizendo, demónio. Era a mesma demónio que tinha levado Sofia do acampamento. Teve vontade de sair de onde estava só para lhe dar um murro naquela cara aparentemente inocente.

Elas trocaram umas palavras, que foram impercetíveis a Alex, principalmente por ter seda e outros tipos de tecido a quererem encontrar uma nova casa na sua cabeça e ouvidos. Os olhos cor de sangue da demónio vagueavam pelo espaço, desaparecendo logo de seguida do seu ângulo de visão. Enquanto isso, Sofia continuava quieta no mesmo lugar e na mesma posição, parecendo absorta nos seus pensamentos, a observar tudo. Logo a seguir, a outra estava de volta e dirigiu-se ao armário. O corpo de Alex ficou tenso, como que pronto para a luta que tanto desejava ter. Não havia luz na divisão e, para não ser descoberto, fundiu-se com o escuro, camuflando a sua energia vital com os seus poderes. Viu a demónio virar-lhe as costas depois de o encarar durante um minuto.

– Descansa. Amanhã vais ter um longo dia... – Alex viu-a sair. Suspirou ao mesmo tempo que Sofia.

Alex reparou no seu olhar cansado. Ao vê-la dirigir-se para a cama, sentiu-se mais seguro de que mais ninguém entraria naquele quarto, pelo menos durante o resto de noite. Foi quando ela se sentou no colchão, alisando a colcha que tinha por baixo das mãos, que Alex saiu do seu esconderijo.

Conseguiu atravessar metade do lugar antes de ela olhar para cima e o ver. O grito assustado fê-lo correr e tapar-lhe a boca com a mão.

– Queres que nos descubram?! – A sua voz não era mais do que um sussurro irritado.

– Alex...? – Foi a simples resposta dela. Sofia olhava para ele sem o ver. Parecia que sonhava, o que a tornou mais adorável.

O preto dos seus lábios e as sombras nos olhos tornavam as suas safiras ainda mais luminosas, como se tivesse a lua no seu olhar.

O abraço foi inesperado. Não que ele não quisesse ser abraçado por ela, só que, ao ver o estado de cansaço e alucinação no seu rosto, não esperava sentir os seus braços em redor do seu pescoço com a força que sentia.

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