Eles tinham de sair dali. Samuel sabia disso. Agora que tinha conhecimento da Legião Dourada e do que ela era capaz de fazer, além de estarem próximos da sua filha, sabia que ela estava a salvo... por enquanto.
Agora tinha problemas maiores entre mãos, mais propriamente um problema de dois metros de altura e com um exército de demónios atrás, que lhe estava a destruir o castelo. Queriam encontrá-los e sabiam onde procurar.
– OK. Já chega. Estou farta. – Reclamou Helena, impaciente. – Estou a ficar claustrofóbica aqui!
Samuel levantou-se sem dizer uma palavra, absorto nos seus pensamentos, fez aparecer uma lanterna e caminhou até a porta selada. Ao lado da porta, encontrava-se a cabeça de um grifo em bronze. Puxou o grifo, uma alavanca, que abriu a porta.
Todos ficaram envoltos num silêncio espantado. Samuel saiu para o túnel extenso e frio.
– Sigam-me.
Samuel ia em frente para ver se alguém tinha descoberto a existência desta passagem e a tivesse usado para os apanhar. Quando viu que era seguro, avançou juntamente com o conselho, até o túnel se dividir em três.
– Para onde dão todos estes caminhos? – Começou a perguntar Edgar.
Samuel sorriu, enquanto apontava com a lanterna para o caminho do lado esquerdo.
– Este caminho aqui vai dar até ao poço na baixa, este... – apontou para o da frente – vai dar ao jardim de flores da rainha e, por fim, este... – apontou para o da direita – é o que nos levará ao nosso destino, a cascata da floresta virgem.
Samuel começou a avançar pelo túnel da direita, sem dizer mais nada até ao final do caminho. Não precisou de olhar para trás para saber se o conselho o seguia ou não, pois sentia a magia a juntar-se como uma espécie de escudo.
Parando em frente da grande pedra que fazia de porta para o exterior, Samuel disse as palavras antigas que a abriam "Sakolus, sadingis, salon".
Quando a grande pedra se começou a deslocar, todos vislumbraram e começaram a ouvir um pequeno som de água a correr. Saíram todos e respiraram fundo de alívio. Samuel fez desaparecer a lanterna e virou-se para olhar para o interior do túnel, para dizer de novo as palavras que fariam deslocar a pedra.
Agora, Samuel olhava para os Anciões, pensado na maneira mais rápida de chegar à tribo Titus. Só existiam dois caminhos conhecidos e ambos bastante perigosos, mas Samuel sabia que existia um outro sem armadilhas nem perigo. Ele conhecia o caminho, só não se lembrava era do início dele. Teria de procurar dentro e fora da sua mente.
Andou às voltas durante uns cinco minutos até se lembrar da cascata.
Samuel dirigiu-se até a cascata e observou-a.
– Como é que vamos passar isto?
– Talvez se mergulhássemos. – Declararam Filipe e Safira ao mesmo tempo.
– Sim, isso é uma boa ideia. Vamos lá, pessoal, preparem-se para o mergulho.
Samuel mergulhou primeiro, seguido do resto do grupo. Ao emergir, Samuel olhou em volta, mas estava escuro como breu e ele não via um palmo à frente do nariz.
Saiu da água e, com um toque de dedos, uma luz azul brilhante surgiu no chão, como pequenos pirilampos a indicarem o caminho.
– Venham. – Samuel apressou-se para a saída da gruta, que acabava mais ou menos no centro da floresta. Daí só teriam de seguir em frente mais alguns metros e estariam na tribo.
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Cidade Oculta
خيال (فانتازيا)Sofia é uma rapariga de 17 com uma vida relativamente normal. Está com os amigos, a família e com o seu guarda costas que a segue para todo o lado. Até que recebe um estranho colar de uma vizinha invulgar e conhece um rapaz misterioso que a faz...