PRÓLOGO

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Rebeka, 7 anos atrás

Eu estava com o corpo inclinado por cima do fogão tentando pegar o pote de dinheiro no armário

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Eu estava com o corpo inclinado por cima do fogão tentando pegar o pote de dinheiro no armário. Passei a semana toda planejando isso. Teria que ser hoje. Victor, meu namorado tinha dezoito, eu tinha doze, mas nos entendiamos como pessoas adultas. Eu ia morar com ele. Ele ia trabalhar. Nós dois íamos nos casar e ter filhos.
Victor era alto, um metro e setenta e nove, moreno, cabelos escuros, piercing nos lábios... Por isso eu gosto dele e, sobre tudo, existe alguma autoridade em uma pessoa que é filho de um dos maiores traficantes do Alabama e de todo o território extenso envolta do mesmo. Eu sentia orgulho por ele não depender do pai para qualquer tipo de coisa, sobre tudo, o dinheiro. Então ali estava eu, tentada a fugir com ele para uma vida perfeita juntos. Não que eu o amasse, mas era divertido. Ou parecia ser.
Por fim conseguir pegar o dinheiro e colocar tudo dentro da minha bolsa. Minha mãe vai me matar, sem dúvidas, mas eu quero fazer isso. Vai ser algo diferente.
-Rebeka? -Me virei assustada e relaxei quando vi minha irmãzinha parada me olhando. Ela era quase dois anos mais nova que eu.
-Oi, Sophia. -Me aproximei dela, com um sorrisinho no rosto. -Não conte pra mamãe, está bem?
-Você não pode me deixar aqui sozinha. -Resmungou.
-Vou voltar pra te buscar assim que eu puder.
-Promete?
Eu a puxei para um abraço forte.
-Sim. E vamos viajar pelo mundo. Vamos conhecer gente nova e arrumar brigas por ai.
-E nos apaixonar também. -Ela sorriu. Eu ri.
-É. Mas você não pode contar a mamãe.
-E onde você vai ficar?
-Talvez naquela casa abandonada da pista... Eu e Victor ficaríamos sossegados .
-Lá é perigoso, Rebeka...
Soltei o ar pelo nariz e sorri.
-Nada é perigoso para mim. -A beijei e me afastei, olhando para ela uma última vez antes de sair -Adeus, Sophia.
-Se cuide. -Sussurrou.

Corri para o outro lado da calçada, onde Victor estava me esperando com a moto ligada. Ele pegou minha única bolsa, a menor que consegui arranjar, então a jogou nos ombros e me deu meu capacete. Ele se virou e me beijou rapidamente quando eu subi em sua moto, então ele acelerou.

Eu estava deitada no chão por cima de um colchão velho. Adormeci depois de uma discussão com Victor. Ele insistiu muito para eu me entregar a ele. Rum, a ultima coisa que aconteceria, era eu perder minha virgindade em um chão imundo de uma casa abandonada. Se ele achava que porque eu fugi com ele, aceitaria qualquer coisa que ele 'mandasse' estava muito, muito enganado.
Senti ele me sacudir e, quando abri os olhos, não gostei do que vi. Havia desespero neles. Droga, eu sabia que meu pai iria me encontrar, Sophia sempre se preocupou comigo... Ou então, fosse o pai de Victor, ou... Oh, merda, talvez ele tenha mentido e estava sim envolvido com o tráfico também, então seria a policia batendo na nossa porta.
-O que foi? -Perguntei, sentada. Ele não respondeu, apenas me puxou para um abraço e ficou , parado respirando no meu pescoço -Victor, diz logo o que é ou vou arrancar os seus olhos. -Mas ele não disse. Bufei de raiva e o empurrei com força -Victor, o que Ac...
-Sophia. Sophia e sua mãe estavam vindo te buscar e sofreram um acidente. -Ele parou por um segundo e abaixou a cabeça -Seu pai esta a caminho... Eu sinto muito, Beck.
Na verdade, eu parei de ouvir desde quando ele disse que Sophia e minha mãe haviam sofrido um acidente. Era por minha causa. Se eu não tivesse fugido... Eu era a culpada, tinha feito isso acontecer. Eu as matei. Eu era uma assassina.

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Inicio das postagens: 27/02/2016

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