©apítulo| 《14》

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Abri os olhos lentamente,  não me encomodando com o escuro habitual que meu quarto estava.  Sempre fora assim,  desde quando tinha idade suficiente para entender e escolher as coisas que eu queria.  Tipo essas cortinas azul escuras.

Me apoiei sobre meus cotovelos e olhei para o lado.  Supostamente,  Jessy já estava no andar de baixo,  fazendo panquecas ou qualquer coisa que encontrasse na cozinha. Cai novamente,  deixando meu corpo relaxar.  Então fui pega pelos pensamentos da noite de ontem.

Eu e Jessy conversando sobre meu pai.
Depois seu quase noivo.

Ela disse que eu precisava conhece-lo.  Apenas ascenti,  sabendo que não aconteceria.  Eu não ficaria por mais de duas semanas nessa cidade,  de qualquer forma.

Ouvi alguns barulhos atrapalhados lá em baixo.  Sorri,  ela devia estar se embolando com as panelas.  Logo ela que conseguia fazer tudo ao mesmo tempo. 

Enquanto eu me dava bem na cozinha,  permanecia virgem.

Já ela,  se dava mal na cozinha e em qualquer lugar da casa,  mas poderia ter quantos namorados quisesse,  e um quase noivo.

--Precisa de ajuda?  --Gritei,  quando ouvi um barulho de vidro quebrando. Ok,  eu não usaria esse copo ou prato, mesmo.
Mas então,  outros barulhos ensurdecedores vieram em seguida,  me fazendo pular da cama rapidamente e correr em direção a cozinha.  Eu nem precisei chegar lá para ver o estrago que minha casa tinha se transformado. 

Havia uma escova de dentes no meio dos degraus. Logo em seguida, a mesa de centro quebrada e cacos de vidro espalhados em volta dela.  Gotas quase inexistentes de sangue manchavam o carpete cinza,  me alertando de que o perigo estava ali. Peguei um dos maiores pedaços de vidro quebrado e segurei firme,  pronta para acertar quem viesse na minha frente. 

Pisei com cuidado no chão de madeira,  para não cortar o pé e lentamente,  me apoiei contra a parede de divisão da cozinha.  Sai bem devagar detrás dela e levantei minha faca provisória,  apertando o punho em volta dela.  Mais o que vi,  foi algo muito simples:

Jessy estava lavando o antebraço,  que sinalizava um pequeno corte. E juntava com a ponta dos dedos do pé,  os pedaços de Bacon engordurados do chão. Sua expressão era de derrota.  Alivie meu corpo,  deixando o caco de vidro em qualquer lugar,  mas ainda analisando todos os cantos da casa,  caso alguém estivesse a minha espera para atacar.

--Voce está bem?  --Perguntei. 

Ela parou de mexer no bacon do chão e me olhou,  dando um leve sorriso amarelo.

--Um pequeno acidente?

Isso saiu como uma pergunta.  Me fez rir.
Ela era tão frágil,  pensei que seria tão simples matá-la. Algo que me tornei;  Assassina ao invés de pianista.
Suspirei e me abaixei para recolher o bacon do chão.

--O que aconteceu?  A sala está uma bagunça.

--Eu sei,  Beka.  Eu estava descendo as escadas enquanto escovada os dentes,  ai eu cai e rolei a escada até quebrar a mesinha.  Acho que isso me fez ficar um pouco tonta,  então quando cheguei na cozinha, esbarrei nas panelas e derramei todo o bacon de ontem a noite. --Ela parou para respirar e fez beicinho diante a situação -- Eu não queria quebrar a mesinha. Prometo que vou pagar.

Joguei o bacon no lixo e lavei a mão,  com detergente. 

--Não,  está tudo bem. Vou vender tudo que está nessa casa junto com ela. --A segurei pelas mãos e a puxei --Vamos fazer um curativo nisso.

--Porque você vai vender essa casa?  Rebeka,  você nasceu e foi criada aqui!  Eu não entendo.

--Eu aprendi que quanto mais a gente se apega a uma coisa,  mais rápido essa coisa é tirada de nós.  Eu só não quero me apegar,  sabe?  --Dei de ombros --Só não quero me apegar.

Liberdade PerigosaOnde histórias criam vida. Descubra agora