©apítulo| 《5》

7.8K 646 27
                                    

Daniel me olhou furiosamente por um segundo. Então suspirou e deixou sua cabeça deitar um pouco. Franzi o cenho e fiz o mesmo. Ele não desviava os olhos de mim, aquilo me assustou um pouco. Eu sabia que alguma coisa se passava ali. Talvez uma ideia e, se fosse para nos tirar dessa, eu faria qualquer coisa.
--É um desperdício, Medisker. Você não sabe como o papai e o Vincent ficarão tristes. Mas direi que foi necessário. --Victor puxou meus cabelos para trás e  soltei um gemido de dor --Ela eu posso levar para um pouco de diversão, o que você acha?
Daniel permaneceu calado, ainda de olhos em mim.
--É jovem e bonita.
--Ela quebrou o meu nariz, chefe. --Olhei para o lado. Aquele desgraçado de quem peguei a arma estava ali de novo. Não havia reparado. --E depois o amigo dela me abandonou em meio ao lixo. Sem tirar que Daniel me...
Victor sacou a arma e atirou na cabeça do cara. Benjamin  como eu me lembrava.
Eu nem havia percebido meus olhos lacrimejando antes do disparo. Eu tinha certeza que ficaria marcada para o resto da vida.
--Alguém mais quer me interromper? --Victor suspirou e guardou a arma de volta na cintura. Voltando a segurar meus cabelos. --Espero que não se importe com isso, Daniel.
E então ele me beijou. Um beijo com direito a língua e tudo. Meu corpo queria agonizar de repulsa e ódio por aquele idiota cretino, só que seu beijo era bom, ele era charmoso e de qualquer jeito eu iria morrer. Então retribui.
Mas ele parou e quando olhei para Daniel, ele estava três vezes mais vermelho e irritado. Eu também ficaria se fosse ele. Victor era abusado e cheio de rodeios.
--Só que o idiota ali tem razão, --Victor apontou para Benjamin --Você é uma vadia que me atrapalhou muito até aqui.
Olhei para ele e para Daniel que por fim me deu algum sinal. Ele olhou duas vezes para mim e para a arma na cintura de Victor e arqueou uma sobrancelha. Eu estava com as mãos livres, poderia pegar a arma. E o cara atrás de Daniel estava muito bem focado em seu cinto de coro para perceber que Daniel estava se mexendo demais. Se fosse como eu estava pensando, iríamos sair dali mortos. Mas se ele acreditava que não, tudo daria certo.
--Uma última palavra, princesa?
Daniel balançou a cabeça uma vez, duas vezes e na terceira vez ele jogou a cabeça para trás com toda força que seu corpo permitiu. Enquanto Victor se virava para ver o motivo de seu capanga ter gritado de dor pela cabeçada nas bolas, agarrei seu revólver e dísparei.
--Vai se foder! --Gritei para ele.
A bala atravessou seu sapato e ele gritou de dor. Um som agudo e dolorido. Puxei a arma e joguei para Daniel no instante seguinte alguém me acertou nas costas, me fazendo cair. O impacto não doeu tanto. Escutei três disparos seguintes e levantei a cabeça. Daniel estava lutando com um dos capangas de Victor enquanto ele fugia com o cara do facão. Engatinhei para Benjamin e peguei sua pistola. Tentei mirar e disparar contra Victor, mas a arma estava travada e eles longe demais. Então fugiram.
Daniel terminou a luta acertando uma cabeçada na testa do outro cara e me fez revirar os olhos com esse golpe. Clichê demais.
Então correu para onde Victor tinha fugido sem ao menos me notar caída no chão.
Tentei me levantar e ignorar a dor na minha nuca. Me apoiei em uma das árvores e olhei em volta. Quatro homens caídos em torno de mim e sangue espalhado para todos os lados. Meu pai com toda certeza me odiaria mais por isso.
Apertei os olhos com força e os abri.  Tudo era mais claro agora.  Victor podia estar em qualquer lugar naquele momento.  Eu seria um alvo assim como Daniel?  Mais que porra!  Eu nem mesmo sabia onde é que estava. Segui na direção contrária onde os três grandes homens correram e comecei a caminhar o mais rápido que podia,  me apoiando uma vez ou outra nas árvores,  até que encontrei um dos fins daquela floresta e,  uma vez fora dela,  vomitei o que parecia ser todos os meus órgãos. Era tudo muito recente.  À  alguns dias minha vida era um saco,  E  agora toda essa adrenalina...  Certamente eu estaria morta em algumas horas.
Agora sim eu entendia do que se tratava Daniel Médisker.  Ele era um mafioso,  ou um contrabandista,  ou um assassino ou algo do tipo: fique longe,  Ele é perigoso!
Bom,  o que se podia dizer era,  com um vocabulário medíocre,  que eu estava mais que perfeitamente fodida. Escutei um barulho ao longe,  apesar de não tão longe.  Nesse momento desejei que fosse um animal selvagem à aqueles trogloditas. Então corri,  minhas pernas finalmente entendendo a situação.  Eu corri tanto,  Mais tanto que quando parei finalmente em meio ao nada,  meus pulmões encheram de ar tão subitamente que queimaram.  O suor escorrendo pelo meu corpo e minha nuca dolorida,  como se eu tivesse acabado de cair de vinte lances de escadas.  Eu nem mesmo sabia porque ainda estava de pé.
Olhei em volta,  também  não sabia se estava sendo seguida. Só queria chegar em algum lugar,  com alguns conhecidos.  Talvez Maicon,  meu vizinho direito,  ou Jessy,  uma das minhas amigas do clube de música.  Olhei para cima. Mamãe e Shophia estavam comigo? 
Vou me juntar a vocês hoje?  Hm?  Só me deem uma resposta.
Me perdi tanto em devaneios que não percebi um carro se aproximando. Rápido demais,  até.  Estreitei os olhos e o vi.  Daniel estava vindo.  Ele me mataria agora,  ali. Era toda a certeza que eu tinha no momento.

Demorado e pequeno,  mas espero que aproveitem!
-Beijos e queijos de uma assassina apaixonada ha'ha

Liberdade PerigosaOnde histórias criam vida. Descubra agora