©apítulo| 《6》

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Mas o carro foi parando de acordo com o quão perto estava. Olhei para o chão, se eu morresse realmente ali não faria falta para ninguém, disso eu podia ter certeza, além do fato de que eu morreria.
Senti ele parar perto demais e apertei os olhos. Pelos segundos que se passaram, duvidei que realmente fosse passar com o carro por cima do meu corpo.
--Vem, entra aqui. --A voz de Daniel estava meio embargada e quando levantei os olhos finalmente o vi, nitidamente. Seu rosto estava muito machucado e o canto de seus lábios sangrando. Fiquei assustada com aquilo, não é bem o que eu esperava. Isso significava que Victor estava morto? --Eles virão atrás de você se não entrar aqui, Rebeka. Não temos mais muito tempo. --Ou não.
Soltei o ar que eu estava prendendo e me levantei devagar.
--Nao vai mesmo me matar?
--E porque eu o Faria? --Hesitei, E isso fez com que ele revirasse os olhos --Nao acha que eu ja teria te matato se eu quisesse?
É verdade. Certamente eu ja teria partido dessa pra melhor, com toda a habilidade e força de Daniel.
Quando estava com uma certa postura,  comecei a andar em direção a porta do carona bem lentamente.  Ele não teve muita paciência,  acelerou o carro fazendo com que o motor gritasse,  então me assustei e corri para dentro.  Era melhor com ele do que do lado de fora sozinha sendo perseguida. 
--Não vou me desculpar por você ter passado por isso e pelo que ainda vai passar.  --Daniel disse,  com os olhos focados na estrada -- Acho que era o que você procurava quando...
--Nunca procurei a morte.  --Interrompi ele,  já nervosa.  Será possível que eu não conseguiria ficar um segundo perto dele sem querer enforca-lo?
--Pode ser verdade.  Mas agora,  a morte te procura e,  se não acharmos ela primeiro...
--O que?  Tá dizendo que devemos nos matar?
Ele sorriu e começou a dirigir.  Meu coração parecia querer explodir.  Ele nos mataria?  Era um doente!
--Bom,  digamos que seria interessante.  Tem um lugar que devemos ir agora.
Bufei,  contendo o ódio.
--Pro necrotério,  seu idiota?
--Eu diria...  Purgatório.
Gelei,  porém,  me mantive calada. Esse era meu destino,  talvez desde quando eu nasci.  Ao menos agora eu estaria com mamãe e Sophia.  E quanto ao meu pai... Tenho certeza que nenhuma notícia relacionada a mim e minha morte,  o abalaria.

Seis meses depois

Sorri,  achando aquela situação um pouco engraçada. 
Eu estava morta fazia bons meses,  não procurei nenhuma chance de voltar a vida depois disso.  Aquilo era o meu destino,  minha escolha,  Meu caminho.  Era tudo o que eu sempre esperei,  mas não sabia.  Então,  toda a minha vida escondida atrás de quem eu não era,  toda minha vida fazendo o que eu não devia,  só me fez ansiar mais por aquilo que eu me tornei. 
Ali,  no meio de onze homens adultos com pesos de noventa a cento e setenta quilos,  Eu sorria como uma criança ganhando seu presente de natal. 
Apertei minha luvas de couro nas mãos e fechei os olhos,  respirando fundo. Então prestei atenção na respiração de cada homem.  Puxei minha faca com apunhadora de soco-inglês FE-95,  e soltei o ar.  Essa era a melhor parte.
O primeiro foi derrotado antes que levantasse a mão para me acertar um soco.  O outro foi mais demorado,  tive que me esquivar uma ou duas vezes para depois lhe furar no ombro esquerdo.  Então veio,  acho que Robert e Steven, e me fizeram sorrir depois de derruba-los.  Acertei um chute na nuca de um outro e uma facada na coxa do outro e quando dei por mim,  os onze estavam caídos gemendo de dor,  e outros desacordados.
Eu adorava o que me tornei,  meus novos cabelos curtos roçando de leve em minhas orelhas,  as novas cicatrizes ao longo do corpo...  Eu era uma assassina e a sensação que isso me dava era mais que êxtase ou adrenalina.  Era felicidade,  alegria...  Anseio.   Era vida!
--Não acha que já está na hora?  Olha pra isso!   --Murmurei,  limpando o sangue que estava na minha faca e a guardei --É ridículo.
--Você precisa passar por mais uma pessoa antes de ter o que quer.  --Essa era Laura Walker. Nos conhecemos a seis meses atrás, quando eu era uma piada e até sentia um pouco te inveja. Ela e Daniel sempre foram bem... Próximos e ela sempre foi bem eficiente. Me ensinou a segurar em um revólver e a usar armas brancas.

Liberdade PerigosaOnde histórias criam vida. Descubra agora