Sophia -BÔNUS

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Sophia

Dois dias depois do hotel

Se à dois dias você me perguntasse se eu estava feliz e satisfeita com meu destino, eu respiraria, sorriria e diria que não podia ser melhor, mas ciente de que por dentro eu sentia tudo ao contrário.

Mas porra, nada descrevia minha real felicidade naquele momento.

Minha irmã estava se recuperando, por Deus se recuperava rapidamente, eu estava ao lado do homem que mais amo no mundo inteiro, Laura estava morta, Victor estava morto, Natanael estava morto e eu estava em casa.

Sim, eu estava na minha casa.

Sem deixar com que os vizinhos nos vissem, entramos e deixamos o doutor Paulo Neto cuidar de Rebeka. Ele era estrangeiro, veio do Brasil, lugar que eu estaria em vinte e quatro horas com Vincent e permaneceria lá por bons meses aproveitando nossas liberdades juntos.

--Os passaportes estão aqui --Vincent apareceu da porta, todo sorridente mostrando nossos passaportes novos --Daniel está vindo para ficar com Rebeka e nós podemos ir arrumar nossas malas.

Eu sorri, assentindo e me virando para o Doutor.

--Vincent te levará até a porta. Em quinze minutos sua conta estará Redonda, Dr. Neto. Agradeço muito por ter salvado a vida da minha irmã.

Ele me cumprimentou.

--Fiquem longe de encrencas, Srta. Stevens. E obrigado pela recepção.

--Por aqui, Dr. Neto. --Vincent o conduziu até a saída.

Puxei a cadeira para trás, sentando-me de frente a Rebeka que mantinha os olhos fixos no teto.

Ela tinha acordado já à algumas horas, o que me deixou completamente aliviada. Expliquei o que aconteceu depois que ela ficou inconsciente. A bala, por sorte, atravessou sua costela de trás para frente, não permanecendo em seu corpo, o que facilitou sua recuperação. Também contei o quanto foi fácil para Daniel escapar da Polícia depois de ter matado Natanael, finalmente.

Também tínhamos contatos no FBI, Swat, exército, Interpol, CIA e todos os campos civis na extensão do país. Fácil tirar a cola dos nossos sapatos, caso encontrassem algo relacionado a nós.

Daniel e eu tivemos uma longa conversa, e quando digo longa quero dizer que durou exatamente quatro horas, quinze minutos e vinte e três segundos. Eu sabia que ele amava Rebeka, pois outra pessoa não perdoaria um ato desses. Pedi perdão, realmente arrependida. Ele perdoou, se reconciliou também com Vincent e seguiu para um eterno banho. Depois saiu para, segundo ele, "resolver os últimos detalhes antes de abandonar toda essa porcaria de vida".

--Então está indo embora. --Resmungou Rebeka, ainda com os olhos grudados no teto.

--Vamos colocar como se fosse uma lua de mel antes do casamento. --Brinquei --Vou resolver minha vida com Vincent lá, enquanto você resolve sua vida com Daniel aqui.

Ela balançou a cabeça, e por fim, me olhou.

--É justo. --Apontou para a porta-- E onde está o homem das cavernas?

Sorri.

Eu sabia que ela se referia a Daniel, pois lhe contei o estado que ele chegou aqui. Roupas rasgadas, rosto inchado e todo cheio de sangue. Se uma pessoa normal o visse no meio da Rua à meia noite, com certeza morreria do coração.

--Estou aqui. --Olhamos para a porta.

--Essa é minha deixa --Me levantei e beijei a testa de Rebeka --Vou com Vincent até nosso apartamento arrumar as malas. Voltamos antes de irmos para o aeroporto.

Ela me olhou, ternamente e me assoprou um beijo. Passei por Daniel, deixando dois tapinhas em seus ombros, e fui a procura de Vincent.

Liberdade PerigosaOnde histórias criam vida. Descubra agora