©apítulo| 《40 》

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Obs: Todos os bônus serão curtos.

Sem revisão*

***

Daniel

Eu nem estava a fim de me desviar dos socos ou soltar as minhas mãos que estavam presas na cadeira, para trás do meu corpo. A única esperança de uma vida normal, minha última esperança tinha acabado de morrer junto com Rebeka. Eu havia perdido todos que amava, talvez tivesse sido amaldiçoado antes mesmo de nascer.

Olhei sob o inchaço de meus olhos, pela sequência de pancadas que tinha levado no rosto, para Natanael. Minha alma estava se desvairando, passava pelo purgatório no momento.

Me repreendendo mentalmente quando outro soco acertou meu rosto novamente. Me perdoe, Rebeka. Se eu soubesse que ela morreria, se eu tivesse imaginado antes disso tudo, nunca teria dado carona a ela. Desde o começo, vi como era inocente, como buscava apenas a felicidade e sua liberdade e agora, era o fim. Ela estava morta, estava acabado. Eu chegaria ao inferno e seria bem recebido, era questão de tempo. Se eu já não estava lá.

--Chega, isso basta.

Ouvir Natanael falar me fazia ter enjoo. Ele conseguiu o que queria, conseguiu destruir a minha vida de uma vez.

--Como se sente? --Zombou, com ironia na voz.

Eu tinha decidido. Não ia mais lutar. Se quisesse me matar, teria isso por sua vez. Eu não faria mais questão.

Alguns de seus homens entraram no quarto. Um deles disse algo em seu ouvido e então se retirou novamente. Natanael segurou sua arma, puxou a trava e a apontou para mim.

--Como? --Perguntou, um pouco alterado.

Não soube o que pensar. Eu não sabia sobre o que ele falava quando apontou a arma, então olhei para a porta e vi Vincent entrando. Ele vestia roupas escuras, bem arrumado. Parecia ter acabado de entrar nessa briga. Seus olhos se puseram em mim por uma fração de segundos, sobrancelhas erguidas. Analisei ele quando foi até seu pai, disse algo a ele que abaixou a arma e se retirou do quarto. Então Vincent puxou uma cadeira e se sentou na minha frente. Alguns homens apontaram a arma para mim, Vincent os olhou, irritado.

--Olha a porra do estado dele. Acha que vai fazer algo contra mim?

Sorri. Ele que não duvidasse de mim, mas eu não tinha um motivo para ainda lutar.

--Quero espaço, tenho que falar com ele e então Daniel será todo de vocês.

Os homens se entreolham, hesitantes.

--Agora! --Esbravejou.

Todos saíram, um deles permaneceu na porta, mas longe o suficiente para não escutar nada do que Vincent dissesse.

Ele me olhou, apoiando uma mão no queixo. Suspirou e, tirou um pano de seu bolso.

--Olha o que te fizeram --Disse, molhando o pano com saliva e tentando limpar meus ferimentos, mas me afastei --Para de ser teimoso, me deixa...

Ele tentou mais uma vez, e de novo eu recuei. Suas mãos caíram ao lado do corpo e ele se inclinou para mim.

--Daniel, isso não tinha que ser assim. Porque você... Scheibe, Bruder...

Tinha me esquecido de que quando Vincent ficava nervoso, falava em alemão.

Ele respirou fundo, olhou para a porta e se aproximou mais de mim.

-- Ich werde dich aus. --Ele sabia que os homens de Natanael não falavam alemão, então se aquele escutasse, não saberia que ele havia acabado de dizer que me tiraria dali --E você pode ficar com a Rebeka.

Liberdade PerigosaOnde histórias criam vida. Descubra agora