©apítulo| 《10》

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Não haveria problema algum em sair dali se é claro,  eu não estivesse cercada por uns trinta homens vestidos de branco, como se fossem açougueiros.

Eu precisava pensar rápido.  Tinha uma faca e uma arma com quatro balas. Será possível que eu,  machucada e quase desarmada,  conseguiria matar todos e sair intacta? Pela primeira vez em meses,  eu realmente temia que não.

Onde está Daniel quando eu preciso?

Um deles,  acho que o maior,  pude perceber, se aproximou com um sorriso amarelo no rosto.  Mais não era um amarelo do tipo sem graça,  e sim amarelo mesmo.  Creme dental estava em falta por aqui.

--Esta assustada?  Percebo que não gostou do que viu lá dentro.  --Ele disse,  seus olhos não tinham brilho algum.  --Você viu Eduardo ou Bryan por ai? --Perguntou. 

--Claro  --Falei,  destravando a arma cuidadosamente --Os mandei pro lar doce inferno.

O homem fechou a cara.  Seus olhos agora tremendo um pouco com a raiva contida,  então mandou que um dos açougueiros fosse procurar pelos homens que matei.

Ok,  ele estava furioso e eu cautelosa.  Não era uma situação tão ruim,  já derrotei vinte e um homens de Daniel.  É claro que a situação era diferente agora.  Eu tinha uma coleção de facas a meu favor e qualquer arma que eu quisesse.  Mais eu precisava entender que essa era a realidade.  A liberdade perigosa que eu busquei.  E eu amava.

--Não fique de mal humor! Logo, logo você estará  com eles. --Falei,  com um leve sorriso nos lábios.

Agora ele riu.  Um riso seco e apavorante.  Ok,  as vezes minha língua precisava de filtro. Talvez fosse a hora de eu visitar mamãe e Sophia.

Apertei o gatilho na cabeça do homem depois de empurra-lo contra outros dois.  Os três caíram no chão,  imóveis.  Ok,  uma bala,  três homens.  fiz a mesma coisa com os outros três que estavam ao lado,  e então eles também caíram. Duas balas,  seis mortos.

Então todos os outros pareceram acordar e partiram para cima de mim.  Lancei a faca sobre o que estava mais próximo e me joguei para trás,  virando um mortal de costas e pegando a faca novamente de seu peito, me preparando para lança-la no outro que estava a minha frente,  mas antes de eu fazê -lo,  o cara caiu no chão,  acertado por um tiro de doze.  Olhei para trás,  rapidamente.  Nunca tinha visto aquele homem,  mas não devia ser um inimigo já que estava me ajudando,  então continuei a matar os homens a minha volta,  gastei as últimas duas balas que me restaram e acertei o pescoço de mais uns sete ou oito com minha faca.  Os restantes ja estavam mortos pelo cara que apareceu.  Ele tinha dado conta do recado.  

--Quem é vo... --Comecei a perguntar,  mas quando me virei,  o homem já não estava mais ali.  Ok,  estranho,  muito estranho.

Me virei para frente quando ouvi a porta se abrindo.  Claro,  havia me esquecido do cara que entrou para procurar pelos tals Eduardo e Bryan. Ele olhou em volta e desesperadamente pegou sua arma,  Apontando para mim. Soltei um longo suspiro.

-- Olha,  estou esgotada. Porque não vai pra casa e esquece tudo isso? 

O homem me olhou com desprezo.  Não acreditava muito que ele tivesse me escutado.
Depois de tudo aquilo,  eu só queria encher a banheira do hotel e dormir nela por horas,  relaxada.  Nunca pensei que me envolver em tanta confusão poderia ser tão cansativo assim. E também tinha todas essas crianças mortas. Não deixaria esse pensamento tão fácil.  Em pensar que um dos causadores estava na minha frente,  com a arma apontada para mim.  Fiquei irada.

Liberdade PerigosaOnde histórias criam vida. Descubra agora