©apítulo| 《35》

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Quando as portas se fecharam novamente, ele se pôs ao meu lado e unificou as mãos na frente do corpo.

--Ouvi falarem muito de você.

Sorri imensamente. Laura deve mesmo ter falado, nem quero imaginar oque.

--Posso dizer o mesmo. Seu filho bastardo não mede as palavras quando se trata do Sr. Adams.

Pude sentir seu corpo em vibração,  como quem aplaudida em silêncio.

--Daniel te contou toda a história? 

Permaneci calada trocando o peso de uma perna para a outra.

--Ele nunca faria isso se não fosse realmente importante para ele. É bom saber que você é amada por alguém que significa tanto para mim.

Amada?

Meu coração deu um salto para fora do meu corpo. Só de pensar nessa palavra saindo dos lábios de Daniel para mim... não,  Natanael Adams Muller era nada menos que um completo sádico.

Minha reação foi rir, e quando digo rir, quero dizer rir de verdade. Nem me importei com a sutileza,  apenas ri.

As portas se abriram e me pus para fora, sem esperar por ele. Tentei recuperar o ar dos meus pulmões.

--A Srta. é mesmo adorável.

Parei e o olhei, já estava na minha frente. Ninguém além de nós na cobertura e um curto silêncio que não me deixou pensar direito.

--Eu só queria entender por qual motivo você fez o que fez!  Pôr que causar a morte de alguém?  Porque usar alguém para o mal?

Ele riu, dessa vez mostrando uma exuberante postura de Conde Drácula, me intimidou um pouco.

--Devia prestar mais atenção nos detalhes em relação a você,  Srta. Stevens. --Ele olhou no relógio e entrou novamente no elevador --Novamente, Foi um prazer te conhecer.

As portas se fecharam logo que eu coloquei a mão na coxa para jogar minha faca. Mas seria em vão se eu fizesse isso, as câmeras iam filmar e nós teríamos que deixar o hotel, então dei meia volta e fui para o quarto já que não queria estragar outra parte do plano.

Porque ele não me atacou ou então fez algo que deveria ter feito?

Suspirei incontáveis vezes antes de chegar ao quarto e me dei conta de que a chave estava com Daniel. Bufei e me sentei no chão.  Ah, como você é burra, Rebeka!

Suspirei uma trilésima vez e acabei desistindo e caindo no sono ali mesmo, no chão. Então Daniel apareceu quase duas horas mais tarde e me sacudiu pelos ombros. O relógio já devia estar marcando quase meia noite.

--Ei, o que te fez estar ai? Você nem bebeu --Sua voz engraçada estava longe.

Ele me pegou nos braços e, depois de sentir o lençol macio da cama, acabei dormindo de vez.

***

Acendi as luzes e me levantei. Daniel dormia sem roupa e eu também. Imaginei que ele tinha me despido para que eu dormisse mais confortavelmente.  Peguei meu roupão no closet e me arrastei até o banheiro.

Um barulho tinha me acordado, e esse mesmo barulho me fez ficar atenta novamente. Sai do banheiro e peguei a minha Taurus em cima do criado mudo. Engatilhada e mirada, a apontei para a janela que estava aberta.

--Vai acabar machucando alguém.

Revirei os olhos e apontei a arma para a novata. Isso finalmente estava ficando chato. Ela aparecia e sumia quando bem quisesse e como era possível eu não impedi-la?

Liberdade PerigosaOnde histórias criam vida. Descubra agora