©apítulo| 《9》

6.2K 465 11
                                    

Porra,  esse era diferente dos outros gigantes que eu tinha enfrentado no armazém de Daniel.   Esse não era um treinamento,  ele estava disposto a me matar,  de verdade.

--Vou acabar com você,  sua vaca!

E então ele veio.

Veio com tudo para cima de mim,  acertando um belo chute no meu estômago.  Se eu saísse dessa,  inteira não seria.

Olhei para os lados,  procurando por uma escapatória,  alguma arma ou uma solução,  já que minha faca estava grudada no pescoço do gigante,  e se não fosse pelo próximo chute nos meus joelhos,  teria sorrido com a solução que encontrei.

Peguei um dos pares de sapato que deixei caído no chão e quebrei o salto em sua canela,  quando ele me acertou mais um chute.  Gritamos juntos pelas dores diferentes.

--Desgraçado...  --Murmurei sem ar --Vou acabar com você. 

Ele tentava puxar o ferro do salto enquanto eu me preparava para levantar. Quando percebeu o que eu estava fazendo,  o cara me puxou pelos cabelos,  fazendo um lado do meu rosto bater contra o chão. O baque me deixou surda por alguns segundos.  Então ele se livrou do vergalhão do salto e se levantou de pressa,  me levantando junto e se preparando para me lançar contra a parede novamente.  Peguei uma de suas mãos e a torci com toda a força,  tentando jogar meu corpo para trás e derruba-lo.  Consegui.

Ouvi o barulho do osso sendo partido e lancei o homem contra o chão.  Uma fratura exposta,  sangue jorrando e uma bela chance de eu acabar com aquilo de uma vez por todas. Enquanto ele gritava,  chutei suas costas com força,  fazendo-o cair. Depois acertei um chute em sua costela.  Outra fratura.  E mais um chute.  Eu podia sentir a dor por ele. 

--Quem...  é...  vo... cê?  --Ele perguntou,  com a voz arrastada. 

Entrelacei minhas mãos em seus cabelos e os puxei com força,  aproximando meus lábios de seu ouvido.

--Sou a sua perdição,  querido.

E então,  ja cansada de todo esse showzinho,  agarrei sua mão com a fratura exposta e bati seu pescoço contra ela.  O cara se quer soltou a respiração ou pestanejou.

Um homem forte,  certamente.

Mas inútil.

Agarrei minha faca,  colocando-a de volta no lugar e ajeitei o vestido.  Merda!  Estava rasgado na frente da coxa e sem uma das alças.

Terminei de ranca-la e passei a mão pelo rosto.  Uma baita dor de cabeça,  graças ao grandalhão.  Deixei de lado a dor ou qualquer outra coisa que me prejudicasse e voltei ao meu foco.  Clarose bem que o meu foco não demorou tanto tempo.

--Ai meu Deus!  --Loira,  corpo de modelo,  diamantes em fileira no pescoço.  Patricinha,  certamente.

--Ei...  Shhh.  Fique calma.  --Falei,  enquanto ela olhava aquela cena horrorizada.

Então ela gritou, caindo no chão logo em seguida. 

--Mandei se acalmar.  --Murmurei.

Não precisaria me preocupar com ela por algumas horas.

Empurrei a porta de metal com cuidado já que eu não sabia oque encontraria atrás dela. 

Era uma sala azul vazia e ampla.  Fechei a porta atrás de mim e caminhei como se pisasse em ovos,  procurando por câmeras ou algum tipo de detector.  Não existia. 

O próximo cômodo era composto por apenas uma cadeira.  Também azul,  vazio e amplo. Imaginei que fosse algo como: amarre-o na cadeira e descubra tudo o que for preciso. Eu era fascinada por julgamentos e méritos de espionagem contra governo. Tipo aqueles filmes de ação em que um dos espiões era pego pelo governo para ser testado sua capacidade de fidelidade. Então não foi difícil deixar meu pensamento ser levado por isso e não perceber uma sombra na parede.  Não era a minha sombra.

Liberdade PerigosaOnde histórias criam vida. Descubra agora