Trilhos e lojas

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Não sabia o que esperar quando entrasse na casa. Abri várias portas, mas todas davam a um cômodo deteriorado, na última, quando pensava que ficaria ali para sempre, me surpreendi com uma floresta muito densa.
Estava bem tarde da noite e a única iluminação vinha de pequenos feixes de luz que atravessavam a copa alta da árvores que eram gigantes. A vegetação rasteira era baixa e tinha muitas flores, quando a luz batia nelas parecia que brilhavam com luz própria, azuis, rosas, brancas, todas lindas e de um tipo que nunca tinha visto. Me senti em um conto de fadas e a emoção quase me fez esquecer da situação. Eu estava fugindo, não fazendo turismo. Tomei a direção em frente, várias vezes acabava me encantando com o lugar e me vi em uma clareira depois de alguns minutos, olhei para cima e vi a lua. Ela estava crescente, quase cheia, o estranho era que estava grande demais e não tinha as crateras, era como um sol com luz mais fraca. O peso em minhas costas me lembrou que deveria continuar.
Após quase meia hora caminhando o encanto começou a se tornar receio e então medo. Com o tempo fui escutando os sons na floresta e sentia que olhos curiosos me acompanhavam, passei a temer de haver tomado a direção errada.
Quando meu coração já estava para ultrapassar o limite de batimentos por segundo e minha cabeça já não aguentava mais imaginar o que poderia acontecer a uma garota sozinha perdida na floresta no meio da noite eu finalmente vi os trilhos.
Sabe aquele momento em que você está prestes a receber a nota que tem quase certeza de que será a pior da sua vida e vê que conseguiu a média, lembra de como é a sensação? Bem foi o que senti quando vi aqueles trilhos, e juro que eu poderia ter me ajoelhado e beijado eles se não tivesse levado um susto com uma coruja, ela voou bem do meu lado e pousou numa árvore do outro lado dos trilhos e ficou me encarando com aqueles olhos que parecem saber de tudo. Tirei uma pena branca de meu cabelo e tive uma nada agradável surpresa.
Meu cabelo estava branco, digo, loiro de novo. Comecei a ficar com medo, estava preto poucos instantes atrás. Precisava encontrar essa Brittany logo. Eu corri pelos trilhos como se um trem estivesse para passar e já exausta e acabada cheguei numa estação. Era antiga, ainda com aqueles bancos de madeira e ferro, inclusive a estação era de madeira. Eu praticamente me deitei no chão ao subir na plataforma, respirei várias vezes antes de realmente me levantar. Saí da estação e me encontrei com uma cidade, não, era mais um vilarejo ou algo do tipo, parecia um daqueles lugares que se tem em jogos, mas meio misturado com algo moderno, era estranho. As ruas eram de pedra, assim como as casas que tinham madeira também, havia algumas construções de cimento, outras todas de madeira. Longe eu podia escutar sons de risada, no final da rua havia uma espécie de taverna, olhei as letras nas vitrines das lojas, sempre de madeira, tinham nomes estranhos e as letras pareciam tremular, como se estivessem dançando umas com as outras. Tinha a loja de habilidades, uma loja com o nome de Beijo da seria, outra que dizia vender os melhores inibidores, um era um consultório para saber o que fizeram com você, outro era um salão, alegava conseguir pintar o cabelo de qualquer um. Passei por lojas, casas, lugares que pareciam teatros e quando cheguei perto da taverna dobrei em uma rua. Nessa tinham lojinhas que tinham comida na frente, uma livraria, Loja de Tudo, esse era o nome. Já quase no final tinha a tal Loja de tecnologias Externas, o E de externas estava virado para o outro lado. Tentei olhar através da vitrine, mas estava escuro, bati algumas vezes, mas nada, fui para a lateral, tinha uma porta de serviço, tentei abrir, mas estava trancada, bati nela. Como se alguém estivesse em uma loja no meio da noite! Suspirei, encostei na porta e escorreguei até o chão. Estava cansada, e não tinha para onde ir, sabia que aquele lugar era estranho e tudo o que tinha era o nome da loja e da dona, não podia confiar em ninguém, então coloquei a mochila sobre o colo, apoiei minha cabeça nela e dormi ali mesmo.

×××
Yahallo
Sou eu, a escritora.
Uso este espaço aqui para perguntar uma coisinha: o que vocês estão achando do livro?

Sei que minhas postagens são irregulares, eu tento manter uma média de quatro em quatro dias, mas é um pouco difícil.

Eu conto com a ajuda de um amigo meu nesse livro. Ele faz pesquisas para mim e me ajuda a decidir muitas coisas.

Ainda vão vir muitas surpresas por aí. Espero que amem e que tenha mais leitores em breve. Meus primeiros sempre serão lembrados e estarão gravados em minha alma.

Um abraço de panda
Brighid

Cidade de Magia - Marcada por EspinhosOnde histórias criam vida. Descubra agora