Descoberta (parte II)

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Me levantei. Ele sorria enquanto estendia o caderno que eu tinha levado na noite anterior.
- Quanta indelicadeza, vem à minha casa, passa a noite e não me cumprimenta.
Adam era o licantropo, o garoto de cabelos prateados e uma grande porcaria tinha acontecido, ele tinha me descoberto.
- C-como?
Ele gargalhou.
- É um pouco difícil não te ver. Um ponto branco no meio da escuridão. Sabe é quase como querer gritar no ouvido de alguém e querer que ele não escute.
Deixei meus ombros caírem, eu tinha falhado. Escutei ele gargalhar e o encarei.
- Será que não pode entrar e fingir que não me viu?
- Claro que não. Vai passar a noite aqui de novo?
Eu confirmei.
- Então ficarei também. Não quer entrar?
Neguei surpresa.
- Tenho que ficar aqui fora.
Ele sentou se encostando na árvore e bateu no chão ao seu lado.
- Eu fico aqui então. Vamos, sente. Faça o que tem que fazer.
Eu me sentei, manti os olhos na casa.
- Então, o que a prometida faz em minha casa durante a noite?
Encolhi meus ombros.
- Estou cumprindo um dever.
Senti os olhos dele sobre mim e engoli em seco, aquela noite não seria fácil.
- E qual esse dever?
- Vigiar a casa.
- Por quanto tempo?
- Cinco noites.
- Já foi uma, então com essa terei um par de olhos em meu quarto por quatro noites.
Me inclinei para o lado, me afastando dele.
- Acho que sim...
- Não vai se cansar de ficar me olhando?
- O que? Espera, não é como se eu fosse ficar te olhando, eu só estou observando as movimentações e você estar aqui em baixo meio que complica isso.
Me defendi. Ele riu. Eu tinha olhado para ele enquanto falava e vi que ele também tinha se inclinado, mas para o mesmo lado que eu, eu me afastei mais.
- Então não veio por mim?
Balancei a cabeça bem rápido, ele estava me deixando muito nervosa. Ele se aproximou mais.
- O-o que está fazendo?
Ele riu e se afastou.
- Se não veio por mim, não tem problema eu ficar aqui.
Eu suspirei derrotada.
- Sabe, ficar às escuras no jardim de licantropos não é uma coisa muito racional de se fazer.
- Por que?
Ele deu de ombros.
- Eu consegui sentir seu cheiro bem antes de chegar aqui e te encontrar não foi difícil, além disso nós não recebemos invasores muito bem, nosso senso de territorialismo é bem forte.
- Nossa, então todos lá dentro sabem que eu estou aqui?
- Apenas os maduros. Mas como eles sabem que estou aqui não saíram. Ontem tive um grande trabalho para convencer os servos a não te dilacerar.
- Obrigada por salvar meu pescoço.
- Sempre que precisar.
Ele piscou e eu me afastei.
- Espera, vocês só se transformam na lua cheia e bem, esta minguando.
Eu tinha feito meu dever de casa e lido o livro dos portadores e descobri que licantropos são lobisomens. Ele riu alto.
- A minha clase pode se transformar desde que haja brilho da lua. Por isso somos prateados.
Eu pensei um pouco.
- Então não podem na lua nova?
Ele negou.
- Nossa! Quantas classes vocês têm?
- Tem os prateados, os brancos, os vermelhos, os negros e os dourados.
- Os brancos são submissos à lua cheia, são uma rara e bela visão. Os vermelhos são não controlam sua transformação, os dourados são os que se transformam durante o dia, durante o período da lua cheia, hoje são a maioria. Em porcentagem digamos que eles sejam 40% do total, os vermelhos 20% os prateados 20% os brancos 17% e os negros são 3%. Os mais raros, eles se transformam quando desejam, são os mais fortes e admirados.
Me lembrei do lobo de olhos verdes na floresta, ele exalava poder e elegância.
- Então vocês ainda são dividos entre si.
- Todos somos.

×××
Pronto. Felizes?
Kkkk
Eu estou.

Céus
Percebi agr q esse cap não tinha saído! Desculpem!
Aiiii
Vcs devem ficar irados comigo
Mas foi sem querer!

Cidade de Magia - Marcada por EspinhosOnde histórias criam vida. Descubra agora