- Está nos dizendo que uma mulher apareceu e falou que alguém enviava uma mensagem para você? Que o homem que procura não está longe, o que queimou te deu um presente e o de olhos verdes tem que ser salvo pu ele trará destruição.
Confirmei. Britta suspirou e se jogou na poltrona azul. Estávamos na sala da casa dela, Shun estava na outra poltrona, pensante, Liang estava sentada no braço da poltrona de Britta e eu em um sofá enorme sozinha. De algum jeito me senti isolada.
- Quando exatamente ela apareceu?
Shun tinha retornado de seus pensamentos.
- Assim que eu peguei na árvore.
Ele suspirou e voltou a encarar o chão sussurrando para si mesmo que sabia, se levantou e veio a mim. O olhei de baixo, ele se agachou e pegou minha mão esquerda e olhou para a palma. Não tinha nada, estava exatamente como uma palma deve estar.
- Ela te tocou em algum lugar?
Eu pisquei, vi Britta se levantar e tentar ver o que Shun olhava por seus ombros. Liang, rápida como um piscar de olhos, já estava ao meu lado.
- Na minha bochecha e ombros.
Ele examinou meu rosto e então abaixou as mangas de minha blusa. Prendi minha respiração. Minha pele estava um pouco verde, finas linhas se retorciam no tom, do centro para o restante de minha pele.
- O que é isso?
Ele sequer me olhou.
- Brittany, cure-a. Ela se encontrou com uma dríade.
Ele saiu de minha frente e sentou ao meu lado, segurando meu braço.
- O que é uma dríade? Me curar de que?
Liang puxou meus cabelos para trás e Britta se aproximou, sussurrando palavras estranhas.
- São ninfas da floresta. Elas vivem em árvores e algumas têm veneno. Você foi infectada e tem que ser tratada.
Abri bem meus olhos, Liang tinha usado uma voz muito calma, mas a palavra veneno fez a voz surtir efeito contrário. Me desesperei, fechei minhas mãos em punho e encarei Britta, ela tinha aberto seus olhos, eles estavam prateados, o que me assutou muito. Ela estendeu a mão e tocou em meu ombro. Queimou mais que fogo, doeu mais de quebrar um osso. Tanto que logo tudo se apagou.Abri meus olhos e encarei o véu branco que cobria a cama. Senti meu corpo pesado e dolorido e um enfado enorme. Minha boca estava seca e senti muito calor. Tentei levantar minha cabeça, o que ganhei foi uma tontura que me deixou enjoada. Desisti e fiquei deitada. Tentei mexer os pés, as mãos, mas tudo doía, parecia que não me mexia há semanas. Meu corpo estava dormente e demourou um bom tempo para que eu o sentisse normal. Depois do que pareceram horas consegui me sentar.
Estava no quarto que Britta me dera, parecia ser meio de tarde. Não escutei barulho algum vindo da casa. Não me levantei, não conseguia, então apenas me encostei na cabeceira e esperei. Esperei e esperei, mas o tempo não passava e eu continuava ali, sozinha. Minha sede aumentou ainda mais e eu já tinha jogado os lençóis longe havia um largo tempo. Coloquei minhas pernas para fora da cama e tentei me levantar, o corpo estava muito pesado. Enfim consegui, minhas pernas tremiam a cada passo, mas fui me acostumando e logo já estava quase normal. Saí do quarto e abri a porta do de Britta, ela não estava lá. Devia estar na loja. O que tinha acontecido para eu estar dormindo no meio da tarde?
Encarei as escadas que seguiam abaixo de mim, elas pareciam aumentar e aumentar, seguindo para o outro lado do mundo. Engoli em seco e desci o primeiro degrau. Todos os meus músculos protestaram, tive que me apoiar no corrimão. No sexto caí de bunda bem na quina de outro degrau escorregando para o outro e fazendo minha lombar arder com o atrito contra a madeira. Soltei um grito abafado e um gemido de choro. Esfreguei minhas costas. Aquilo ardia como álcool em ferida. Escutei um estrondo e alguém entrar correndo na casa. Me joguei sobre o degrau afim de ver pela beirada quem era. Ao olhar para baixo vi um vulto branco parar. Ele estava com as mesmas roupas elegantes e estranhas de quando o vi pela primeira vez. Shun olhou para cima e viu apenas metade de meu rosto. Ele correu para as escadas.◇•°•◇
Eu tinha sido carregada de volta para a cama. Assim que disse estar com sede Shun me apareceu com um copo de água. Ele estava muito agitado e continuava naquelas roupas, eu não parava de olhar para aquelas orelhas fofinhas e peludas, com a enorme tentação de tocá-las. Depois de beber tudo coloquei o copo no criado mudo ao lado da cama. Minhas costas ainda ardiam e meu traseiro doía da queda. Sorri para Shun que permanecia sério o tempo todo.
- Então, o que aconteceu?
Ele se espantou, mas logo se recompôs. Sentou-se à beira da cama ao meu lado, fazendo meu coração pular acelerado.
- Depois que Brittany começou a fazer a cura você começou a gritar e a queimar, fogo saía das suas mãos. - O olhei espantada, ele estava me segurando, eu devia tê-lo queimado, el percebeu minha preocupação. - Você usou seu fogo contra mim, mas não se preocupe, já me curei, tenho uma regeneração de raposa. Não foi nada.
Ele me mostrou as mãos e as vi intactas. Suspirei aliviada.
- Depois você desmaiou. Fazem seis dias.
Me assustei. Seis dias!
- Eu fiquei dormindo esse tempo todo?
- O veneno de uma dríade é muito forte, e ele já estava em quase todo o seu corpo. Você teve muita sorte. - ele estreitou os olhos, parecia triste - Poucas pessoas sobrevivem ao venneno de uma dríade, ainda mais com o grau de infecção que você estava.
Fiquei em silêncio por um bom tempo. Shun se levantou repentinamente.
- O que foi?
Ele se curvou para mim e se dirigiu à porta.
- Brittany chegou. Devo ir.
Então saiu, me deixando sozinha e curiosa a respeito do seu olhar. Algo deve ter acontecido.×××
Yo!
Um novo cap quentinho saindo.
Nunca escrevi tanto tão rápido. Foram 1003 palavras em menos de 20 minutos (dava para ter assistido um ep de Magi)
Estou a mil aqui.
Prox cap: Chamas
Brighid
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Cidade de Magia - Marcada por Espinhos
Fantasy" Houve um tempo em que o que se chamava fantasia coexistia com o que chamavam realidade. Durante séculos a humanidade afetou drasticamente seu mundo, criou coisas que não se pode nem imaginar. Essa habilidade humana se tornou uma ameaça... " Tiry...