Horas se passaram. Eu ficava parada abaixo do sombreiro olhando para cima, quando chegou o meio dia já havia pensado em todas as besteiras que já fiz em minha vida, desde ter um fervorosa discussão com o aspirador de pó por sempre achar um jeito de encontrar meu midinho do pé até a de horas atrás. Tentar resolver tudo sozinha e salvar todo mundo foi um plano que falhou miseravelmente. Eu realmente tinha pensado que poderia lidar com uma espécie inteira sozinha.
Depois só pensava na fome avassaladora que eu sentia, além da fraqueza, minhas mãos tremiam sem parar tinha quase uma hora, o sono me atingiu em cheio, o corpo pedindo por repouso para economizar energia, mas eu não podia dormir, não com aquele impostor podendo estar por perto. O calor também era torturante, até mesmo cheguei a considerar entrar na água lodosa, mas achei que gastar energias para descer até lá seria um desperdício.
Os segundos que passavam pareciam me dilacerar e eu não conseguia pensar em mais nada além da fome, dor e fraqueza. Me sentia impotente, vulnerável como uma lagarta em seu casulo, qualquer um podia me destruir e eu não faria nada.
Eu não resisti muito. Não sei quando, mas antes de chegar a metade da tarde eu dormi.Despertei com um barulho. Abri meus olhos e senti dormência nas pernas, tinha dormido sentada em posição fetal. Estirei as pernas e senti a ardência do sangue voltar a circular subitamente. Permaneci imóvel até que minhas pernas voltassem a ter sensibilidade. Me levantei e procurei a origem do barulho, o fim do dia estava próximo, o céu já tomava tons roxos e laranja.
Passei is olhos por todo o perímetro até que eles parassem no canto onde tinha a única saída da jaula de leões. Ela estava aberta. Meu coração disparou. Eu podia sair, estava livre. Mas logo a realidade recaiu sobre mim, podia ser alguma armadilha, alguma artimanha do impostor.
Um pássaro piou acima de mim e eu levantei meus olhos para ele, uma grande ave de rapina, ele rondou a região então voltou para a mesma direção de que tinba vindo.
Ainda estava decidindo se iria ou não sair dali. Quando escutei a voz dele.
- Sua comida está ali. Não vai comer?
Olhei para o alto do paredão. Lá estava quem me mantinha cativa.
- Não quero nada vindo de você.
Ele gargalhou.
- Você já me deve sua vida.
- Minha vida não é mercadoria.
- Então me deve um grande favor.
- Não me lembro de ter pedido para ser salva.
- E eu não me importo.
A fúria me dominou, quase chamei o fogo mais uma vez, mas o que veio em seu lugar foram náuseas e uma breve tontura. O que era aquilo?
- Se insistir em não comer por muito tempo terei que ir aí e forçar tudo para dentro de você. - Ótimo, que viesse. Daria uma surra nele. - E vai estar muito fraca para fazer qualquer coisa.
Agora estava com raiva. Se eu não fosse tão fraca não estaria daquele jeito, não teria falhado com todos.
- O que fizeram com os outros?
Ele riu alto. Realmente não gostava daquela atitude e personalidade no corpo de Shun.
- Acho que posso contar. - ele parou me torturando. - Mas não vou. Vê-la em angústia e medo por eles é bem mais divertido que contar.
Ele se virou e saiu. Bati meu pé com força no chão com raiva, mas me arrependi logo depois, meu pé estava machucado e agora uma dor percorria minha perna. Me sentei e me encolhi. Estava presa. Era uma inútil e suja. Suspirei. Será que podia ter esperanças de ser salva?×××
Pessoal, estou sem internet. Isso ser triste. *gastando dinheiro pra postar*
Enfim. Farei o possível e o impossível para continuar postando diariamente. Se não der pra colocar em um dia posto tudo no outro dia, prometo que vcs não ficarão sem saber o final até o final da próxima semana.
Sim, MpE vai acabar. Mas CdE vai começar. Qndo colocar aqui o último cap desse volume já colocarei, no mesmo dia, o prefácio do CdE. Talvez um ou dois caps, mas só poderei prosseguir com as postangens quando a internet voltar, por isso por favor, não tirem o CdE de suas bibliotecas pois ele definitivamente vai ser finalizado e terá sua sequência.
Makienai Ala!
Brighid
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Cidade de Magia - Marcada por Espinhos
Fantasy" Houve um tempo em que o que se chamava fantasia coexistia com o que chamavam realidade. Durante séculos a humanidade afetou drasticamente seu mundo, criou coisas que não se pode nem imaginar. Essa habilidade humana se tornou uma ameaça... " Tiry...