Cidade de Magia - Marcada por Espinhos

Min ou Lan? Lan ou Min?

Gui estava muito feliz com seu lobo de pelúcia.
- Você gosta de lobos?
Ele acenou sorrindo. Desde que o recebera não parava de sorrir.
- É que esse parece com o líder da floresta de cores.
Eu me interessei imediatamente, ele estava falando de um lobo negro, e de acordo com os livro dos protadores lobos de cor homogênea são raros, e poderia ser o lobo de olhos verdes.
- E quem é ele?
- Ninguém sabe. Toda lua cheia todos - ele se demorou no to - os lobos tentam roubar a floresta dele, mas ele sempre ganha. É o meu herói.
Eu sorri. Enquanto ele admirava lobos, na idade dele eu admirava a mulher maravilha.
- Por que seu herói é um lobisomem?
Ele desviou o olhar.
- Porque eu sou meio lobisomem, meio vampiro.
- Oh!
Eu me agachei ficando na frente dele. E sorri.
- Eu sei que ninguém gosta de quem não é puro...
Eu senti a tristeza dele e o interrompi.
- Eu sou mestiça também. E não vejo nenhum problema. Deve ser incrível ser super veloz e poder virar um lobo!
Ele riu baixinho, ainda sem me olhar direito.
- Eu não posso virar lobo. Só uma parte, como uma raposa.
Eu sorri.
- Você deve ficar muito lindo com orelhas de lobo. E ter garras com certeza é bem legal, dá para lutar!
Eu dei um golpe no ar e ele sorriu, me olhou com brilho e empolgação.
- É! E quando a lua tá cheia eu consigo sentir todos os outros e eu consigo ver e ouvir melhor!
Satisfeita, me levantei e estendi a mão, ele a agarrou e continuou a falar empolgado sobre lobos.

◇•°•◇

Quando voltamos para a casa de Liang ela nos recebeu com raiva no rosto. Gui ainda sorria e ela o olhou com estranheza. Ele entrou na casa saltitante.
- O que fez com ele?
Ela o olhava transtornada. Dei de ombros.
- Nada. Apenas andamos, comemos doces, conversamos, eu usei seu dinheiro para comprar o lobo. Ah! E aqui esta o restante.
Devolvi a bolsa com as poucas moedas que permaneciam. Ela olhou o conteúdo.
- Sobrou tudo isso? Mas eu tinha dito para gastarem tudo.
- Fizemos tudo o que ele quis e, bem, sobrou.
Ela suspirou e estendeu o braço para que eu entrasse. Andei pelo jardim e subi para a casa de madeira e papel. Escutei uma discussão um pouco distante, mas bem alta.
- Eu disse que a mala era minha!
- É claro que não! Meu colar estava nela!
- E daí?! Eu posso ter pego, ou caiu aí. Não importa, a mala é minha. E eu fico com a cama na janela.
- Ah não! Isso não. Ja fazem três anos que você fica com a cama na janela. Está na minha vez!
- Até parece. Você sempre escolhe para onde vamos, as roupas, e até a escola. Nada mais justo que eu pelo menos escolher a cama.
- Eu não escolhi nada! Só estamos seguindo o que papai disse.
- Mas foi você quem condordou.
- É claro...
- CALADAS!
Olhei para trás e vi que Liang tinha sumido. Gui estava dentro e me encarava já sério.
- Não quero saber de confusão aqui. Vocês vão ficar na parede. Ninguém dorme perto da janela!
Liang saiu e me convidou a entrar na casa. Eu entrei, por mais que achasse que o jardim deveria ser mais seguro, mas eu não podia voltar sozinha para a casa de Britta, não sabia o caminho. Sério, eu tinha que aprender a andar naquela cidade o mais rápido possível, fiz um recém conhecido me levar para casa e ainda me alimentar, fui guiada por uma criança e agora estava presa em uma casa de vampiros. Minha única salvação era uma criança de seis anos que era meio vampiro. Eu estava, definitivamente, em um pesadelo.
- Liang, eh... Você poderia me levar para a casa da Britta?
Eu entrei na sala e ela me encarou.
- Você ainda não sabe andar aqui?
Dei um sorriso amarelo.
- Até o Gui sabe andar aqui.
Olhei para o outro lado da sala, uma garota alta e elegante como Liang estava à porta que levava a um corredor. Ela tinha longos cabelos negros e lisos soltos às suas costas, os olhos negros eram estreitos como os da vampira ao meu lado, a diferença era um rosto mais arredondado e que aquela era bem mais nova.
- Quem é essa?
Girei assustada, a outra garota estava atrás de mim. Qual era o problema desses vampiros que adoravam aparecer atrás das pessoas? Ela me analisava. Essa tinha como única diferença da outra cabelos curtos e espetados, rebeldes e lisos.
- Essa é Maika. E a tratem bem, Min e Lan, ela vai estar na Unique, só que ela já foi aceita.
A de cabelo longo se aproximou, agora eram duas vampiras chinesas com os rostos praticamente em cima do meu me encarando, uma com fascínio a outra confusa.
- Então é você a meio-alf prometida?
- É a que ateou fogo na sala!
Eu olhava de uma para a outra, sem saber o que dizer ou como reagir.
- Meninas, dêem espaço para ela. - Liang me salvou. - Essas são Lan - ela mostrou a de cabelos longos - e Min. - E apontou para a de cabelos curtos. Elas realmente não tinham diferença nenhuma além do cabelo.
- Gêmeas?
As duas riram.
- Não. - Lan respondeu, ou será que era a Min? Eu não tinha pego de primeira. - Eu tenho dezessete e ela tem dezesseis.
- O seu inscius realmente é o fogo?
Eu acenei para a de cabelos curtos.
- Pode mostrar?
- Eu não sei. Nem sempre dá certo e não acontece como eu quero.
As duas suspiraram. Uma aliviada e a outra triste.
- Meninas, já que se empolgaram tanto com Maika, porque não a acompanham até a Loja de Tecnologias Externas?
- O que vai fazer lá?
Eu tentava inutilmente associar os nomes aos cabelos, porque os rostos não serviam, deveria ter fumaça saindo por meus ouvidos de tanto esforço.
- Eu moro com a dona.
- O quê?
Elas falaram em coro, a medida que aproximavam os rostos e abriam a boca exageradamente. Eu sorri e dei de ombros.

×××
Uahhh que sono.
Ah! Buh! Bons sonhos e sorte nesta sexta feira treze. Muahahahahaa
Cuidado com gatos pretos, rachaduras no chão, cemitérios, e bruxas.
Eu qria fazer um cap especial, mas não achei nada de interessante sobre essa sexta.
Até a proxima pessoal!
Brighid