Quando eu cheguei à casa estava ofegando depois da corrida. A noite estava escura e só dava para ver os arredores mais próximos, cada árvore parecia esconder algo terrível em à sua sombra, haviam apenas dois cômodos iluminados, um no térreo e outro no andar superior, já estava tarde, a lateral da casa estava preservada em sua escuridão. Segui o caminho de sempre, a mesma árvore iria me proteger do orvalho que cairia até que o monstro visitasse a casa, era certeza que ele viria ali, afinal sempre era um homem e uma mulher, certo? E como os outros viguavam meninas apenas um deles iria perseguir uma criatura naquela noite junto a mim. Cheguei a árvore e desabei no chão. Minhas costas estavam realmente doloridas, meu pescoço parecia que ia quebrar com qualquer movimento. Tentei massagear, mas só piorava. Soltei um suspiro. Claro que eu tinha que estar ao ponto de virar poeira quando chegasse a noite, ao menos não estava com sono.
- Hey! Não vai nem dizer um boa noite?
Paralizei com o susto. Virei a cabeça lentamente para ver...
- Adam!
Ele estava diferente. Não era só por estar escuro, mas o cabelo dele parecia opaco, um cinza quase preto e os olhos... eles tinham eram de um castanho completamente comum, mas ainda era o Adam, o rosto era inconfundível.
- Pensou que era quem? O bicho-papão?
- Não!
Ele estava de mau humor. Mas que diabos ele fazia ali?
- Pois pareceu. Você estava cheirando a puro pavor e olha que meu olfato não está muito legal.
Ignorei e me concentrei no importante.
- O que você está fazendo aqui?
- Eu moro aqui.
Muito, mas muito mau humor mesmo.
- Eu não perguntei isso. O que faz aqui? Fora. E não lá dentro.
Vi sombras se formarem no rosto dele.
- Como eu poderia ficar lá justo nessa noite?
- Bem. Você deveria estar lá. No seu quarto, na cama. Se revirando ou sei lá o que.
- E você aqui?
Ele estava sendo irônico.
- Sim!
- É claro que não. Hoje vão tentar invadir minha casa e eu não vou ficar de braços cruzados.
Agora eu estava ficando impaciente.
- Você tem que subir e ficar lá. Sério.
- E deixar levarem alguém de minha casa?
- Eles vão tentar levar você!
Eu gritei impaciente. Ele ficou em silêncio por um tempo. Me arrependi de ter gritado com ele, que tinha tentado ao máximo ser gentil comigo nas últimas noites.
- Desculpa. Eu... eu perdi o controle e...
Ele me interrompeu.
- E você vai deixar. Não é mesmo?
- O que?
Eu tinha ficado confusa.
- Você vai deixar que me levem. - ele riu sarcasticamente - Afinal, Maika, - o nome soou mais como uma maldição - Qual é o seu plano mesmo?
Percebi no que tinha me metido.
- Adam, o plano não é meu. Eu... Não quero que tenha que ser assim, mas...
- Mas você não vai fazer nada.
- Adam...
Ele se levantou.
- Tudo bem, vá. Siga seu plano. Vou ser o seu sacrifício.
- Adam, eu...
Escutei um barulho e parei de falar, parecia algo quebrando. Me levantei e olhei para cima, a luz do andar de cima tinha se apagado. Um grunido abafado. Adam voltou a andar, ele não tinha escutado. Agarrei sua manga e ele parou.
- O quê?
Ele perguntou irritado. Não falei nada, apenas escutei ainda segurando a manga dele. Silêncio. Olhei todas as janelas e vi apenas quietude e ambientes escuros. Olhei para a parte de trás da casa, a que levaria até a floresta. Estava escuro, andei sete passos arrastando Adam comigo.
- Ei! O que está fazendo?
Então eu vi, uma sombra partiu correndo de dentro da casa, uma sombra enorme. Me virei rapidamente para Adam.
- Corra!
E eu o soltei e corri em direção à floresta, tentando não perder o monstro de vista.
Depois de vários metros alguém ficou ao meu lado, olhei e vi que era Adam.
- O que está fazendo? Eu disse para correr!
- É o que estou fazendo.
Idiota!
- Mas... o... monstro.
Ele sorriu.
- Não se preocupe. Eu te protejo.
Como se você pudesse, seu teimoso.
Nós entramos na floresta.×××
Ui ui ui.
Adorei esse cap.
Kkkkk
Ficou legal. tanto que jaja vou escrever. Ai. Realmente estamos na reta final agora. No próximo capítulo eles ainda vão discutir mais. Hehehehe
*ogenkidesu*(sim, agora vou me despedir sem sentido nenhum)
Brighid
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Cidade de Magia - Marcada por Espinhos
Fantasy" Houve um tempo em que o que se chamava fantasia coexistia com o que chamavam realidade. Durante séculos a humanidade afetou drasticamente seu mundo, criou coisas que não se pode nem imaginar. Essa habilidade humana se tornou uma ameaça... " Tiry...