Minha barriga roncou bem alto. Já eram mais de três da tarde e estava apenas com o suco e um sanduíche e meu estômago já deveria ter digerido tudo. Lark riu ao meu lado.
- O que foi?
- Tem certeza? Eu posso te levar para comer alguma coisa.
- Eu vou esperar.
Ele encarou mais à frente. A rua estava vazia. Todos que tinham terminado os testes já haviam seguido seus caminhos, exceto por um alf e uma garota estranha.
- Me diga, por que mesmo que você insiste em esperar?
Eu o olhei com cara de choro. Minha barriga doía. Eu estava muito agradecida por ele ter esperado comigo.
- Eu não sei o caminho devolta.
- O quê?◇•°•◇
Eu simplesmente devorei tudo o que tinha no prato em menos de cinco minutos. Me encostei na cadeira finalmente sentindo alívio e satisfação. Agora precisava de uma cama.
- Pelo visto estava bom.
Eu sorri para o alf puro.
- Muito. Obrigada. Desculpe o incômodo.
Ele negou.
- Não se preocupe. Peço apenas uma coisa em troca.
- O quê?
Ele sorriu me deixando ansiosa.
- Garanta-me uma amiga nesta cidade.
- Fechado!
Ele voltou a comer e eu o observei. Era muito elegante, eu diria que era um nobre. Ele me pegou o observando.
- O que foi?
Eu continuei estudando cada detalhe dele. Era fascinante. A beleza dele parecia cintilar, e aquelas orelhas eram muito curiosas.
- Não se incomode comigo, pode comer tranquilo.
Eu lhe exibi um sorriso e ele voltou a comer. Os cabelos pareciam fios de ouro, ele os prendeu atrás da cabeça antes de entrarmos no restaurante, o que o deixou mais masculino, os olhos azuis passavam tranquilidade e os cílios dourados combinavam perfeitamente. Mas ainda sim, as orelhas compridas e pontudas eram o mais curioso nele. Eu, claro, não pude me segurar.
- Elas dão alguma vantagem?
Ele terminou de mastigar e engolir para me responder.
- O quê?
- Suas orelhas.
- Ah! Sim, eu posso escutar a longas distâncias. - ele me encarou. - Eu escutei o que aquela fada falou para você mais cedo.
Abri bem meus olhos entendendo porque ele tinha ficado um pouco vermelho, na hora eu ignorei, mas agora eu entendia. Começei a gargalhar. Ela deveria saber que ele estava escutando e mesmo assim quis cochichar.
- Os jogos estavam certos sobre elfos!
Ele franziu o cenho.
- Que jogos?
Lembrei que as tecnologias daquele lugar eram um monte de velharias.
- Não se incomode. Vai ser difícil explicar.
Ele piscou e voltou a comer. Aproveitei e observei as outras criaturas no restaurante. A maioria das garçonetes eram fadas coloridas. Os clientes pareciam pessoas comuns, mas emanavam uma espécie de energia estranha.
- Vão querer mais alguma coisa?
Uma garçonete com asas de borboleta olhava de mim para Lark. Eu o encarei e ele respondeu com seu olhar.
- Não, obrigada.
Ela sorriu e saiu. Ele terminou de comer e colocou uma moeda na mesa e se levantou. Eu encarei a moeda. Era mesmo o suficiente? A borboleta humana voltou e pegou a moeda radiante. Bem, parecia ser o suficiente. Acompanhei o alf porta afora.
- Qual a loja?
- A de tecnologias Externas.
Ele me olhou surpreso.
- Você está relacionada com mais uma pessoa impressionante.
- Por que?
- Brittany Nithal, a vigésima terceira cadeira no Conselho e dona da única fonte de materias externos. Você não sabia?
Neguei impressionada com a provável importância de Britta, a realidade é que eu não sabia se esse Conselho era realmente importante, mas a forma como ele falava o fazia parecer.
- De onde você é?
Dei um sorriso de lado e desviei o olhar. Mais uma vez aquilo...
- Da Terra...
Ele abriu muito os olhos.
- Então você vivia com os vazios? Você conhece o mundo sem magia? Como te encontraram? Quem? Como é lá? Realmente não tem nada mágico?
- Calma! - Eu ri, entendi porque Britta sempre mangava quando eu perguntava sobre tudo naquele lugar. O olhar encantado era o mesmo. - Eu posso falar com calma, tem tempo.
Realmente tinha bastante tempo.
- Mas poderia me dizer direitinho quem são esses vazios?
Ele começou a caminhar e eu o acompanhei.
- É assim que chamamos os habitantes da Terra, vazios, por não terem magia.
Não gostei nem um pouco, afinal eu deveria ser considerada uma vazia até poucos dias atrás.
- Mas, então, como é lá?
Ele estava tão ansioso quanto eu ficava com aquele lugar.
- Acho que normal. Os prédios são maiores, as pessoas não têm orelhas grandes ou asas ou terceiros olhos. - Dei de ombros - É mais fácil dizer se você perguntar coisas específicas.
Ele pensou um pouco.
- O que se come?
Estranhei a pergunta.
- Comida normal, porquê?
Ele riu.
- Aqui se conta para as crianças que os vazios tentam roubar nossa magia e para isso nos comem.
Fiz minha pior careta. Que absurdo!
- As pessoas realmente saem matando umas as outras?
- Não! - pensei um pouco. - Sim... mais ou menos, é complicado. Quando se está em guerra, ou por interesse, quando se é psicopata...
- Então esses psicopatas realmente existem? Em história dos vazios vemos que muitos dos que lideraram eram esses psicopatas que assassinam crianças e mulheres sem o menor rancor.
Comecei a ficar triste, porque por mais que fosse em parte verdade era a história do lugar em que nasci e cresci e que tenho por lar.
- Existem essas pessoas, mas muitas vezes eram obrigados por outros a entrar em guerra, ou para evitar uma. Não tem guerras aqui?
- É proibido pelo Conselho guerras, batalhas e assassinatos. Mesmo em disparidades entre espécies. Apenas as criaturas sombrias não são julgadas pelo Conselho.
Ele me lembrou de uma pergunta que martelava repetidamente em minha cabeça.
- Afinal, o que são essas criaturas sombrias?×××
Desculpem se tiver muitos erros em toda a história. Eu não reviso direito, mas quando terminar esse livro vou revisar ele inteiro. Sempre procuro escrever direitinho, mas quando se empolga não dá pra parar pra corrigir erros.
Bem, o frufru continua mais um pouco. Mas estou pensando em agilizar mais a história, então em breve eu chegarei com um aviso assim: A aventura começa.
Aguardem ansiosamente até lá.
Prox cap: *ainda não definido*
Colocarei o titulo em breve. É q eu queria colocar esse logo. Amanhã vai ser só anoite tmbm.
Brighid
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Cidade de Magia - Marcada por Espinhos
Fantasy" Houve um tempo em que o que se chamava fantasia coexistia com o que chamavam realidade. Durante séculos a humanidade afetou drasticamente seu mundo, criou coisas que não se pode nem imaginar. Essa habilidade humana se tornou uma ameaça... " Tiry...