Badabum

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A comida que chegou era uma mistura de sopa, macarrão e alguma carne branca, parecia frango, mas não posso garantir, comi tudo tão rápido que o sabor ou mesmo a alta temperatura não importaram. As duas à mesa riram de minha gula.
- Então, estava gostoso?
Limpei minha boca com um paninho e bebi um pouco de água fria.
- Não sei, não senti o gosto, estava com muita fome. Vocês não vão comer?
O rosto de Liang formou uma careta e Britta tornou a gargalhar.
- Não, eu não como nesse lugar, a cozinha de Liang não me agrada.
Encarei Liang.
- Comer carne animal para mim é como você comer carne de um rato.
A imagem de uma pessoa comendo um rato surgiu em minha mente e não foi nem um pouco bonita, já que o bicho ainda tinha os pelos e a pessoa o colocava na boca com as mãos inteiro, era nojento e o horror se estampou em minha face.
- Porque não vamos para casa?
Concordei, pois já imaginava sopas de rato, rato assado, rato a milanesa, rato recheado, e por aí seguia.
Britta se levantou e eu quase a segui, até que...
- E a conta?
- Não se preocupe. Liang estava alimentando você, não eu.
O sorriso que trocaram incidavam uma certa esperteza e uma falsa satisfação.
- Ah! Eu também vou. Quero conhecer melhor a Ti- digo, Maika.
E Liang juntou-se a nós, em seu vestido chinês. Ela atraiu diversos olhares pelas ruas, inclusive olhares únicos, duplos e triplos.

◇•°•◇

Na casa de Britta seguimos à cozinha e ela pegou um pote de salada de sua geladeira esquisita (parecia mais um armário qualquer, não tinha tomada nem era revestida, simplismente de madeira e fria) e sentou na mesa redonda. Quando sentei a escutei dizer bacon, ovos, arroz e carne! E a salada virou um prato com tudo o que ela tinha dito.
- Você tem que parar de usar magia pra essas futilidades.
Liang sentou ao meu lado, Britta a respondeu de boca cheia.
- Para que ser bruxa então? E não é você que tem que comer salada todo dia.
- Também não sou eu quem nunca criou coragem para aprender a cozinhar e fica dependendo de feitiços.
- Fala a grande chef de cozinha! Quem faz a comida geralmente é a Claren, ela foi em outra missão, eu não faço nada sem ela.
Ambas se encararam com cara de raiva, então suspiraram e Britta voltou a comer sua "salada".
- Britta, você vai colocar a Tirya na Unique?
Ela respondeu com a boca recheada de ovos e arroz.
- Ela faz o teste em catorze dias.
Liang bateu as mãos sobre a mesa enquanto se levantava em um estrondo.
- Em catorze dias! Ela tem que se preparar! Tem que treinar. Nem sabemos o que ela é, como vamos fazer ela passar pelo teste? E se eles quiserem examinar ela?
Britta sacudiu o garfo para Liang tranquilamente, como se dissesse não ser um problema. Me senti flutuando no meio daquela conversa.
- Sem alarde! Eu inscrevi ela como meio Alf, vou lançar um feitiço pra nela pra conseguir fazer uma flor desabrochar e pronto.
- Mas e o teste teórico? Ela não sabe de nada daqui. Ela nem sabia que eu era vampira. Vampiros são os mais fáceis de identificar.
- Temos catorze dias, ela vai saber todas as respostas se preciso. Mas ela não vai precisar fazer o teórico.
Liang olhou desconfiada para Britta.
- O que quer dizer com ela não prescisar fazer o teórico?
Um sorriso malicioso surgiu nos lábios de Britta.
- Porque o diretor já a aceitou. O teste de classificação é uma mera fachada.
Os olhos de Liang se arregalaram, e os meus também, eu não entendia nada daquilo, ou a seriedade, mas eu queria me integrar na conversa nem que de intrusa.
- Sabrina ainda é minha fã.
Liang fez uma careta.
- Você seduziu a irmã do diretor?
Seduziu? Britta gosta de mulheres?
- Eu só disse para ela ocasionalmente em uma ligação noturna que minha nova protegida precisava entrar na escola. Ela simplesmente se senbilizou pela pobre meio-alf órfã encontrada no mundo exterior.
- Você usou os sentimentos de Sabrina por você!
- Não seja ridícula! Eu não gosto de fêmeas, nunca iludi Brina.
Desisto. Meu QI não acompanha essa conversa!

◇•°•◇

Depois da refeição Britta e Liang me obrigaram a ler um livro sobre as criaturas, por precaução. Entrei no quarto e encarei o encadernado, mas minha mente fluiu para outros lugares. Liang e Britta pareciam ser completos opostos e em seu pouco tempo juntas discutiram bastante. Britta disse que eram incríveis juntas, as três. Dara deveria ser o elo entre as duas. Eu conseguia imaginá-la ainda jovem discutindo com as duas por brigarem, fazendo-as se peordoarem e brigando por a ter causado problemas.
Dara, imaginava se ela estava bem. O que seria aquela sombra. O que ela temia tanto que a fez se revestir com frieza e calculismo. Começei a temer, ao imaginar que todas as criaturas horrendas deveriam ser verdadeiras. Agarrei o medalhão e a chave. Sob a janela eu chorei, chorei o que ainda não tinha chorado. Permiti que as lágrimas salgadas escorressem de meus olhos como se fossem me limpar. Lembro de certa vez ter lido que chorar era bom para a saúde, esperava que aquelas lágrimas me curassem da solidão. Nunca tinha passado mais de uma noite longe de minha mãe e já fazia mais de um dia, senti que aquelas eram apenas as primeiras, e por isso derramei ainda mais, assim que parava lembrava novamente e tornava aos prantos. Quando me exauri lavei o rosto e observei da janela.
Minha vista era a janela vizinha, uma sala grande com um piano. Dara tocava piano, era uma artista completa. As lágrimas ameaçaram novamente até que...
- Por favor, chega. Eu vou gritar se tiver que escutar mais de seu drama.
Tinha uma pessoa na sala. Esfreguei os olhos embaçados, mas não adiantou muito.
- Se quiser te dou umas balas, mas para por favor, minha orelhas não aguentam mais.
Depois de muito piscar consegui ver a pessoa debruçada na janela. Sei que deve ser meio engraçado e cliché, mas bateu aquela brisa suave com o cheiro de campo e o sol brilhou parecia refletir especialmente para aquela visão. Seu rosto era perfeito, o cabelo meio comprido era branco puro e esvoaçava ao redor de seu rosto como para deixa-lo ainda mais bonito, os olhos, o que eu poderia dizer daqueles olhos? Eram mágicos, no momemto em que o vi meu coração pareceu parar para ganhar um novo ritmo, como se fosse a primeira vez que batesse.
- O que foi?
Eu pisquei, saindo de meu transe. E o encarei e senti meu coração acelerado, deve ter sido por eu ter chorado mais cedo. Mas o ritmo só aumentava, o que era aquilo?

×××××
Hey yo!
ALA(esses são vocês - Amados Leitores Amados - ), estou muito emocionada hoje, eu estava assistindo From the new world e chorei muito, pq o meu personagem mais amado continuou morto e o final foi lindo e triste. Por isso vou homenagear ele nessa história pq eu mesma me apaixonei por ele ( ele nao é o amor só de vocês Saki e Satorou, eu amo ele também! ), por isso vamos ter o Shun por aqui. Sinto tanta saudade dele!
Perdoem minha sensibilidade ALA, mas eu vivo desses amores por pessoas inexistentes, queria que fossem reais!
Melhor acabar aqui meu desabafo.
É só que eu queria explicar o encontro ali em cima, foi espontâneo mas tmbm guiado por meus sentimentos e o Shun♥ tinha q ser compartilhado.
Muitos pandas!
Brighid

Cidade de Magia - Marcada por EspinhosOnde histórias criam vida. Descubra agora