Havia se passado um minuto desde que o som da risada deles havia se dissipado quando Serafine tornou a falar.
- Vocês viram aquilo? Eles são exatamente iguais. Tudo!
Adam se virou para ela.
- Sim. Elas eram idênticas.
Ele parecia preocupado. Mas do que eles estavam falando?
- Do que vocês estão falando?
Eles responderam em coro.
- Deles.
- Delas.
E apontaram para onde Shun e o garoto tinham sumido. Eu olhei e estranhei.
- Não eram não. Tinha até um garotinho.
- Garotinho?
Adam perguntou estranhando.
- Espera. Então... - Serafine juntou as sombrancelhas - Vocês não viram as mesmas pessoas que eu? Eram dois caras iguais.
Adam olhou para o vazio.
- Duas garotas iguais fora das jaulas.
- Um cara - eu não ia falar que tinha visto Shun, se realmente eram pessoas diferentes então tinha uma boa chance de ele não ter nada haver com aquilo, então omitir seria melhor. - e um garoto. Acho que tinha uns sete anos.
Serafine levou uma mão ao queixo e começou a andar de um lado lara o outro entanto pensava.
- Se todos vimos pessoas diferentes então provavelmente não era nenhuma delas. Talvez... - ela parou e olhou para mim e Adam - Vocês conheciam as pessoas?
Adam respondeu primeiro.
- Sim.
Shun eu conheço, mas o garoto... apenas a sensação de já ter visto ele era um possível indício. Tentei pensar. Um garoto de sete anos... minha mente não funcionava como eu estava querendo.
- Acho que sim. Não me lembro do garoto, mas me parece familiar.
- Bem, - Serafine começou - eu conhecia. E muito bem.
Ela andou mais duas vezes em círculos depois parou.
- Vocês... sentem ou sentiam algo por essas pessoas?
Abri meus olhos surpresa. Agora eu lembrava do garoto. Era o Marco, um garotinho que brincava comigo quando eu era pequena, eu... tinha gostado muito dele.
- Sim.
Respondi assim que me lembrei. Adam demorou dessa vez. Me virei e vi ele com uma expressão de espanto. Ele olhava intensamente para mim.
- Tudo bem, Adam?
Ele despertou piscando, olhou para Serafine e depois para mim.
- Está. - ele voltou a olhar para Serafine - Sim. Parece que sim.
- No meu caso. - ela riu de lado - Eu vi meu namorado. O que não foi muito legal de primeira.
Eu ri para ela, entendendo como se sentiu. Foi horrível a sensação de achar que Shun era um traidor.
- Então parece que temos um monstro da cópia.
- Metamorfos?
Eu sugeri, orgulhosa por lembrar que alguns metamorfos eram capazes de copiar até mesmo humanos. Afinal eu não tinha dormido em todas as aulas de Tarsa que passou a semana inteira repassando para nós quase tudo sobre muitas espécies.
- Não.
Serafine descartou imediatamente.
- Metamorfos não poderiam ter aparência diferente para cada um de nós ao mesmo tempo.
Adam explicou. Deixei meus ombros caírem.
- Também tem isso. - Adam continuou depois de alguns minutos - Eles teriam que saber o que pensamos ou sentimos para assumirem a imagem de quem... gostamos.
Serafine estalou os dedos como se tivesse uma ideia.
- Sim! Talvez eles não precisem fazer isso. Provavelmente é automático. Como se algo neles fizesse que nós mesmos nos enganemos. Vocês sabem de alguma espécie que fassa isso?
Repassei todas as criaturas que tinha estudado nos dois volumes que tinha lido de Os portadores, mas nada. Olhei para Adam, mas ele também não parecia pensar em nenhuma.
- Tem um feitiço que pode fazer isso, mas é muito difícil e quase ninguém conhece. Além disso, ele não é exato, sempre tem alguma falha. E no caso, pelo que eu vi eles não tinham nenhuma minúscula falha. E também o feitiço dura muito pouco. No máximo trinta segundos. Nenhum bruxo conseguiu mais que isso na história.
Adam agarrou uma das barras.
- Tem uma espécie.
Nós duas nos viramos para ele.
- Eu vi em um livro faz muito tempo. Não me lembro o nome, mas sei que eles tem essa habilidade. Podem assumir a imagem de quem você... tem fortes sentimentos.
- Sim! Tem uma mesmo! - Serafine falou. - A professora Srife estava falando de uma assim essa semana. É uma espécie banida que foi extinta. Eles têm a aparência grotesca quando não usam seu poder. Uma mistura de dragões e trolls.
Me lembrei do monstro.
- O monstro que levou Marian tinha asas que lembravam as de um morcego e uma cauda grande.
- Isso!
Serafine se empolgou.
- Com certeza são eles. Por isso devem estar sequestrando e matando as pessoas. Por vingança por terem sido banidos e por tentarem acabar com eles. Agora sabemos contra o que estamos lutando.
Ela exibiu um sorriso malicioso.
- Sabemos alguma fraqueza?
- Está brincando? - ela me olhou ainda com o sorriso - Eu sei todas.×××
Esse cap teve um tamanho mais normal. Eita pessoal. Vai ser massa. Falta pouco. Os próximos caps devem se manter nesse tamanho. Andei olhando minhas anotações e percebi que vocês na verdade ainda não sabem praticamente nada da verdadeira história, por isso fiquei um pouco triste, mas empolgada também. Estou louca para contar tudo. Esse primeiro livro não está a nível de toda a trama que a vida de Tirya envolve. Digamos que teremos de tudo por aqui. Kkk. O grande inimigo ainda espera. A verdade por trás de Eric e a história da mãe e da avó dela. O que elas são. A história de criação da Cidades. E ainda tem mais. Ufa. Ah e a questão da humanidade. Pessoal, qndo terminarem de ler essa serie vcs vão se sentir poderosos. Kkkk
Byeou!
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Cidade de Magia - Marcada por Espinhos
Fantasy" Houve um tempo em que o que se chamava fantasia coexistia com o que chamavam realidade. Durante séculos a humanidade afetou drasticamente seu mundo, criou coisas que não se pode nem imaginar. Essa habilidade humana se tornou uma ameaça... " Tiry...