Encontro no jardim

4.4K 531 32
                                    

Identificando os portadores
Capítulo 1 Vampiros
[...]
Os vampiros são os seres mais fáceis de diferenciar dos demais. Eles são extremamente pálidos, são altos e seus cabelos negros são marca resgistrada na espécie. Além de possuírem grande elegância e serem atraentes, seus caninos sempre expostos garantem discernir-los entre os outros. Seus pescoços são mais finos e seus olhos possuem um leve brilho no escuro, alguns são cegos porém a audição extraordinária que todos possuem é capaz de substituir quase completamente a falta do sentido.

◇•°•◇

Seguia-se vários desenhos de vampiros, apontando as características primordiais em cada uma. Porque o primeiro capítulo tinha que ser justamente sobre vampiros? Eu tremia com calafrios percorrendo minha espinha, fechei o livro e o deixei na beirada da cama e olhei para a janela, o sol já estava quase surgindo, tinha demorado muito para ler a parte dos vampiros. Saber como faziam para conseguir sangue, como foram os primeiros a estudar a anatomia humana para saber exatamente onde morder me fez ficar com imagens nada agradáveis na mente e agora eu olhava cada canto escuro do quarto com medo, ainda mais agora que sabia serem reais. E mamãe dizendo para não ter medo de fantasias. Ela sabia a verdade, sabia de tudo e mesmo assim mentiu para mim. Me isolou da realidade me prendendo em algo ilusório. Ainda me lembro de como foi chegar na escola e todos os professores falarem de contos maravilhos e eu não saber de nada, de como as meninas sonhavam em ser princesas enquanto para mim aquilo era um fardo, carregar a responsabilidade de um povo.

◇•°•◇

A aurora se ergueu, vermelha e dourada. O céu azul se tingiu com novas cores. E por algum motivo resolvi ir para o quintal muito cedo, não esperava encontrar Shun a aquela hora, mas fiquei curiosa com o que encontraria no jardim de uma bruxa. Não haviam ervas ou rapunzeis, apenas grama, uma cerca de madeira, mais daquelas flores silvestres estranhamente coloridas e lindas, e um balanço em uma árvore, no fundo tinha um portão pequeno de ferro, além era um campo enorme, os trilhos passavam ali e mais ao longe começava uma floresta, me apoiei sobre o portão, o ferro estava gelado o que me fez tremer por alguns segundos, e encarei as árvores, as folhas estavam douradas e vermelhas, nenhuma verde, elas tinham uma beleza exótica.
Dei um pulo e quase caí na grama quando uma mão tocou meu ombro. Os olhos dela brilharam para iniciar uma gargalhada que sei que prendeu com muito esforço.
- Não queria assustar.
Ela estava vermelha e risos abafados escapavam de sua boca coberta. Apertei meus olhos irritada.
- Desculpe. É que eu tinha que avisar.
Ela respirou fundo três vezes e riu umas dez.
- O que ia avisar mesmo?
Ela realmente tinha esqucido o que tinha acabado de falar? Voltei a me apoiar no portão e um calafrio percorreu todo meu corpo.
- Seu cabelo voltou.
Me ergui surpresa e agarrei as pontas. Loiras, novamente.
- Acho que magia não vai funcionar neles. Mas se quiser posso fazer denovo...
A cara de Britta dizia que ia ser um trabalho a mais todo dia colorir meu cabelo, e eu sedi àquela cara.
- Tudo bem. Acho que é melhor ficar com ele assim mesmo. Já estou segura, certo?
Ela confirmou. Suspirando voltei ao portão, porque cabelos são tão chatos? Pessoas morenas querem ser loiras, loiras sonham em ser ruivas, ruivas sonham com cascatas negras. Por que eles não ficavam da cor que queríamos? Seria tão mais fácil. Britta se apoiou do meu lado.
- Elas são lindas, não?
- Mmhum
Fechei meus olhos quando uma brisa esvoaçou meus cabelos.
- Posso ter Maika por favor?
Abri meus olhos e vi um sorriso delicado com muita audácia escondida. Britta se endireitou rapidamente tomando um ar altivo e orgulhoso.
- A devolva na loja.
O que eu era? Um objeto? Eles pareviam estar negociando quem ia ler o livro primeiro. Ela saiu e eu continuei apoiada no portão. Ainda era madrugada e ele já estava ali. Me pergunto se quando ele disse pela manhã significava assim que fosse manhã.
- Seu cabelo...
Me levantei enfim.
- Ele teima em ser loiro.
O sorriso foi leve e discreto.
- Está bem assim. Eu já sei seu nome.
Eu o encarei, esperando que dissesse o nome que me daria. Ele parecia se divertir com minha ansiedade, certamente estava animado.
- Emi.
Inclinei a cabeça para o lado, era um pouco estranho, mas o que uma garota chamada Tirya poderia dizer?
- O que significa?
Ele riu alto, e aproximou o rosto.
- Segredo.
- Mas qual a graça de me dar um nome se eu não sei o que significa?
- Eu vou saber.
Cruzei meus braços, estavam quentes, meu rosto também queimava com a proximidade. Fiz meu bico de indignação.
- Não é justo.
Manias são manias e meu bico era uma, eu sempre fazia quando concentrada, com raiva ou em dúvida. Ele riu e abriu o portão, estendendo a mão. Dei um pulo para sair, o nível era mais baixo e agora eu era menor que Shun, agora eu via que suas orelhas tinham sumido substituídas por normais, eu tinha gostado das branquinhas e peludas, davam vontade de pegar, aquelas eram, bem, orelhas. As roupas não eram mais os tecidos brancos que lembravam roupões elegantes, ele usava calças jeans e um suéter de mangas arregaçadas. Agora que estava ao lado dele via que passava pouco do seu ombro e como ele parecia mais forte que da janela. Me senti pequena.
Com as mãos nos bolsos ele caminhou ao meu lado pelo enorme campo verde e florido.

×××
HEY YO!
AMA, sei que esses últimos caps estão muito frufru, hehehe, mas acalmem-se, esse livro NÃO é um romance, é uma aventura cheia de ação e mistério. Estava apenas fazendo a Tirya sofrer de amor um pouco. O prox cap ainda vai começar com um romance, mas o final vai ter uma reviravolta incrível. Vcs vão se surpreender-msm q eu já tenha avisado-.
O cap que segue ( O homem na floresta das cores) vai ser uma parte importantíssima em toda a história, não só no Marcada por espinhos (planejo fazer uma saga).
E se vc não gostou do Shun, bem não é o único. Um amigo meu está atormentando meu juízo para matar ele. Hehehe.
Ele não é só a paixão da Tirya, vai ser importante. Ninguém por aqui é dispensável, todos terão seu momento.
Não sou nenhuma George Martin, então aturem um pouquinho meus personagens.
- Sou fã do G.M. -
Um pandabraço
Brighid
P.S.: É claro que as vezes alguém precisa morrer ( ˘▽˘)っ♨
( ゚o⌒)

Cidade de Magia - Marcada por EspinhosOnde histórias criam vida. Descubra agora