Instituição Wolf Kimberley (Em Revisão)

Parte 97

A chuva caia forte e grossa, as poucas pessoas que se encontravam ali tentavam se esconder nos grandes guarda-chuvas negros assim como suas roupas. Eu observava tudo de longe, encostada em uma arvore grande enquanto deixava a chuva me molhar completamente.

Fazia duas semanas desde que eu tinha matado Nate. Mesmo depois do que ele fez, várias pessoas decidiram que ele ainda merecia um enterro. Os primeiros dias depois da notícia não fora fáceis, o clima estava muito ruim, e todos viviam discutindo. Ari e Kathy choraram durante três dias seguidos antes que elas finalmente aceitassem o fato de que um de seus amigos as tinha traído e machucado apenas por vingança. Elias andava amuado pela casa graças a Erick que não abriu a boca durante as duas semanas. Eu odiava ver meu pequeno sofrendo, mas ainda assim não me meti, os dois precisavam se resolver sozinhos, eu só podia esperar que o tempo se encarregasse de colocar tudo em seu devido lugar. As primas não quiseram vir ao enterro, assim como Ari e Kathy, aliás haviam apenas umas dez pessoas de preto de baixo da chuva olhando a lapide negra e metade daquelas pessoas só estava ali para ter certeza de que o traidor tinha pagado pelo que fez.

O clima no chalé era frio e tenso, mas conforme o tempo foi passando todos começaram a relaxar e tentar voltar a viver normalmente. Loren e Trent tinham se juntado para tornar tudo mais fácil, brincando e alegrando todo mundo com suas palhaçadas. Elias, Ari e Kathy viviam na cozinha inventando coisas novas e fazendo de todas suas cobaias. Logan e seus betas tinham ido algumas vezes para sua matilha cuidar das coisas, ao contrário de mim que não precisava lidar com tudo, afinal Samanta e Lucian ainda eram os alfas e cuidavam da maior parte das coisas.

As primas tinham voltado a cuidar do prédio que estava quase completamente pronto, tudo tendo que ser dividido novamente já que agora Ari iria morar sozinha com Clark já que os dois tinham se resolvido, Diana resolveu fazer a faculdade da cidade mesmo e James tinham pedido transferência para a mesma faculdade querendo ficar com a companheira, ambos também já tinham resolvido que iriam morar no prédio juntos. Tina e Giovanna iriam morar no chalé de seus companheiros. Só quem não tinha se resolvido era Erick e Elias, apesar disso Elias ia morar comigo e meus companheiros, enquanto assim que seu apartamento estivesse pronto, Erick se mudaria para lá.

Basicamente todos passavam o dia inteiro no chalé. Eu gostava disso, mas haviam momentos em que eu apenas queria ficar sozinha com meus companheiros ou com Lili, o que eu não podia fazer quase nunca. Isso me deixava um pouco mal-humorada, afinal desde que toda essa merda começou ainda não tive muito tempo com meus companheiros a sós, cada hora era uma coisa nova que aparecia para atrapalhar, e em alguns momentos tudo o que eu queria era estar em volta de seus braços, cercada por seus calores e cheiros. Só queria que as coisas se acertassem logo de uma vez.

Observo todos começarem a se afastar do tumulo para irem embora, já que a chuva tinha começado a piorar ainda mais. Todos vão embora rapidamente e eu continuo ali encostada no tronco da arvore olhando de longe a lapide negra. Parte de mim imaginava como seria se Nate não tivesse feito toda essa droga por vingança, se ele não tivesse se deixado levar, eu podia apostar que ele ia ter um grande futuro pela frente, uma vida boa, talvez encontrasse sua companheira, começasse a faculdade, pelo que fiquei sabendo ele tinha grande interesse em engenharia, ele era jovem e tinha um futuro pela frente, infelizmente ele estragou isso e escolheu seguir pelo pior lado, no final sua escolha teve consequências, e todo seu futuro foi jogado fora quando ele teve que pagar pelo o que fez com a morte.

Três sombras chamam minha atenção, viro o rosto para ver meus companheiros seguindo com guarda chuvas e roupas de frio em minha direção. A essa hora eu já estava completamente molhada, as roupas negras grudando em meu corpo pequeno, meus cabelos grudados na testa e pescoço, graças a Deus por eu ser um lobo e não ter perigo de pegar um resfriado.