Instituição Wolf Kimberley (Em Revisão)

Parte 3

-Está tudo bem? –Ari pergunta vindo se sentar ao meu lado na escada do castelo. Aparentemente todo mundo havia ido para as janelas a fim de ver o que estava acontecendo do lado de fora. Eu odiava quando as pessoas tendiam a cuidar da vida que não pertencia a elas.

-Claro.

-Desculpe se pareço intrometida. As coisas andam tensas por aqui, acho que todos estão tentando arrumar qualquer coisa para ocupar suas mentes. Você é nova e misteriosa, isso lhes chama atenção.

-Porque as coisas estão tensas?

-Trent e Matt são guerreiros acima de tudo, mas ainda são professores do instituto na maior parte do tempo, estamos em época do que a maioria chama de férias, são duas semanas onde os jovens do instituto não são obrigados a treinar e podem ficar com os amigos ou com a família. Trent e Matt tendem a ficar na fronteira essa época do ano. Mas por algum motivo estão aqui agora. Ainda não sabemos o que está acontecendo. Apenas que Samanta saiu sem menos nem mais, e que mandou os dois para o instituto com outros guardas. Isso é o suficiente para deixar todos tensos. -Meus olhos vão para Ari por alguns segundos. Ela era uma mulher bonita e parecia suave e delicada como uma flor. Aos poucos ela estava mostrando que era tudo, menos uma flor delicada. Ari era esperta e inteligente, estava claro que era mais eficiente do que eu havia imaginado. Ainda assim ela conseguia ser tudo isso, e ainda ser uma otíma garota de grande coração. Não dava para ficar mais óbvio o quanto ela se preocupava com todos, o suficiente para esconder a própria preocupação

-Então Trent e Matt são guerreiros e professores?

-Sim. Imagino que seu primeiro encontro com eles não tenha sido dos mais agradáveis.

-Não se preocupe, foi um pouco mais do que agradável. –Olho para o lado a tempo de ver um sorriso no rosto de Aria. Mais do que agradável era um eufemismo, eu tinha amado cada segundo daquilo. Parte de mim pretendia se manter o mais longe deles possível depois da cena que fizemos na frente de todo o instituto, não que eu me preocupasse com o que qualquer um achava, mas eu logo estaria indo embora, e me aproximar dos dois mesmo que a ideia fosse tentadora parecia uma má ideia. Claro que a outra parte de mim, maior do que a anterior apenas queria correr para dentro do instituto e leva-los para meu quarto onde eles pertenciam. Esses pensamentos e sentimentos eram meio loucos, e não sabia exatamente o que fazer sobre eles, não era como se eu fosse o tipo de garota que caia em amores por dois desconhecidos estilo amor a primeira vista. Mas foda, eu não podia fazer de conta que a química não estava ali tão presente que fazia todo meu corpo pulsar em necessidade.

-Eu também sou professora no instituto. –Ela inclina o pescoço de lado, observando o grupo de crianças que corriam e jogavam futebol juntos. Eu mesma tinha estado os observando desde que terminara a ligação com James. O ar fresco parecia a melhor ideia para acalmar os hormônios em ebulição em meu sistema. –Sou professora de estratégia e batalha. Não consigo fazer meu cérebro parar de trabalhar nas possibilidade do que pode estar acontecendo, e planejar estratégias para lidar com o problema.

-Qualquer um que olhasse para você agora, jamais pensaria que está tão preocupada.

-Samanta e Lucian geralmente pedem minha ajuda quando algo acontece, se deixar minha expressão passar qualquer preocupação, as crianças e adolescentes vão entrar em pânico, e é tudo o que não precisamos agora.

-Você é mais sensata do que eu esperava.

-Não tanto quanto você é Cameron. –Ela se vira ligeiramente para mim e sorri, ela não havia tomado meu comentário como uma ofensa, o que era bom, porque não tinha esse destino. –É parecida com sua mãe, mas do que com seu pai. –Depois de tudo isso, não era de admirar que Ari soubesse o que estava acontecendo e o porquê eu estava aqui,

-Como descobriu?

-Além da aparência? Você cheira a alpha, age como alpha e tem uma aura de segurança e obediência que apenas um alpha pode exercer sobre os outros.

-Não imaginei que fosse assim tão perceptível.

-Não é, ao menos que seja alguém que sabe onde procurar.

-Você seria uma ótima Beta. –Antes que Ari possa responder alguma coisa, o portão se abre e uma picape entra na propriedade. Eu poderia sentir seu cheiro dali, por isso não foi nenhuma surpresa quando minha mãe desceu do carro e seguiu em minha direção. Ari tinha razão, eu era mais parecida com Samanta do que teria imaginado.

-Cameron. –Samanta me cumprimenta com um aceno de cabeça. Inteligente na parte dela não querer forçar uma intimidade que não tínhamos. –Vamos conversar em meu escritório.