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Jane estava deitada, coberta por um macio lençol que a envolvia completamente, deixando apenas seu rosto visível. Seus olhos verdes permaneciam fixos nas cortinas, seu corpo ainda sentindo os resquícios da noite anterior. Sua respiração era lenta e pesada, como se estivesse à beira do esgotamento. "Santo Deus, dê-me forças", murmurou ela. Uma solitária lágrima escorreu por sua face direita enquanto afastava as cobertas, bocejando e esfregando os olhos.
Decidiu que não podia mais ficar ali, lamentando-se. Na noite anterior, Jane havia feito uma promessa a si mesma: não permitiria que ninguém a humilhasse novamente. Mesmo sem compreender completamente o motivo, aceitara o casamento com Hans por uma obrigação familiar.
Dirigiu-se a um grande guarda-roupa de madeira e abriu as portas, voltando-se para pegar suas roupas que ainda estavam na mala. Ajoelhou-se e retirou peça por peça, pendurando os vestidos e guardando suas peças íntimas na primeira gaveta disponível.
Ao terminar, escolheu um vestido florido e vestiu-o, em seguida pegou um casaco de lã, passou a mão pelos cabelos e os trançou, amarrando a ponta com uma fita vermelha. Seu estômago roncou; ela precisava comer algo. Respirou profundamente para organizar seus pensamentos.
Ao se aproximar da porta, avistou o vestido de noiva sobre uma poltrona. Segurou a maçaneta e balançou a cabeça, precisava ser forte. Não era mais aquela doce e inocente garotinha; agora era uma mulher.
Seguiu pelo longo corredor decorado com quadros, sem parar para admirar as fotografias. Ao chegar ao topo da escadaria, alisou seu vestido com as mãos e prosseguiu. Um silêncio dominava cada cômodo daquela vasta casa. Do lado de fora, o céu estava magnífico naquela manhã de inverno, com um tom de azul-escuro, enquanto os pássaros cantavam nas árvores.
Caminhou lentamente até a cozinha, onde encontrou Adeline perto da pia, terminando de organizar os pratos no armário. Jane soltou um suspiro tão profundo que esticou os botões do casaco de lã.
— Bom dia, senhorita Furtzmann! — cumprimentou Adeline, interrompendo sua tarefa.
— Bom dia, Adeline — respondeu Jane com voz suave.
Adeline se aproximou da mesa já posta e retirou prontamente a xícara suja.
Jane notou que Hans já havia tomado seu café da manhã e, para sua sorte, não precisaria fazer-lhe companhia. Sentiu alívio ao perceber que ele havia acordado cedo.
A jovem puxou a cadeira e estendeu a mão em direção ao apetitoso bolo à sua frente, enquanto Adeline servia o café em sua xícara. Jane expressou um sorriso amigável como agradecimento, saboreando seu desjejum em completo silêncio.
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BASE MILITAR DE HORB
Hans permanecia imóvel ao lado do imponente pilar que marcava a entrada da base, soltando uma fumaça distraída de seu cigarro. Seus olhos fixavam-se no campo vazio diante dele, coberto por um manto espesso de neve intocada, cercado por um alambrado alto cujos arames farpados reluziam sob a luz do sol.
Acima da porta de entrada, um relógio na parede de pedra marcava inexoravelmente o tempo, mostrando que faltavam apenas dez minutos para as nove da manhã. O som distante das rodas de um veículo se aproximando quebrou o silêncio da paisagem gélida.
Sem perder tempo, Hans deu uma última tragada em seu cigarro, deixou-o cair no chão e apagou-o com a ponta de seu sapato preto, cuidadosamente lustrado.
O Korvettenkapitän Schmidt exibia um largo sorriso. O oficial subordinado estacionou o veículo em frente à base, e o superior foi o primeiro a descer. Ele fez a saudação cordial dos membros da SS para Hans.
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Pássaros no Inverno
RomanceDurante a Segunda Guerra Mundial, a Alemanha nazista e o mundo são envoltos em uma tormenta de trevas, sofrimento e fúria. Em meio ao caos, a vida de Jane Anne Schoreder sofre uma reviravolta surpreendente e todos os seus sonhos desmoronam. Jamais p...