07. Pétalas no Chão

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A noite gelada rapidamente se despediu, como se as horas tivessem adquirido asas. Albrecht se aproximou de Hans com um olhar minucioso e sussurrou algo em seu ouvido, seu rosto carregando uma expressão séria e intrigada, enquanto seus olhos perscrutavam Hans com atenção. Hans ouvia atentamente, capturando cada nuance da conversa confidencial.

Em seguida, Albrecht dirigiu-se à sua sobrinha com reverência, sua figura imponente contrastando com a suavidade do gesto. Inclinou-se com cuidado e preocupação ao se aproximar dela. O ambiente elevava a importância do momento, sombras dançando nas paredes à luz suave das velas que lançavam brilho sobre os presentes.

— Querida, vamos para Horb, que fica a apenas duas horas daqui. Já está ficando tarde; você precisa se despedir de seus pais e seu irmão antes de partirmos.

Jane assentiu e dirigiu-se rapidamente à mesa onde seu pai e dois sargentos tomavam uísque e fumavam charutos. Ao ver a filha se aproximando, Fritz levantou-se e a envolveu num abraço caloroso, beijando-lhe a testa. Jane despediu-se dos outros à mesa, enquanto Fritz pedia licença para ao menos acompanhá-la até o carro.

Do lado de fora, Albrecht abriu a porta do veículo solenemente para sua sobrinha. Um murmúrio de aprovação e felicitações preencheu o ar, abençoando a união recém-formada. Jane corou diante da onda de emoções que a envolvia.

Enquanto o carro avançava, a atmosfera tornou-se expectante e nervosa, deslizando pela escuridão gelada da rua deserta. Para Jane, aquelas duas horas pareceriam uma eternidade.

Albrecht quebrou o silêncio com sua voz, mergulhando na animada conversa sobre estratégias em códigos com Hans. Jane permanecia em silêncio, com o rosto suavemente apoiado contra o vidro gélido da janela, perdida em seus pensamentos.

A estrada, coberta por uma espessa camada de neve, exigia a atenção de Albrecht, que redobrava sua vigilância. Em meio ao cenário branco e silencioso, poucos veículos cruzavam a pista oposta, todos em cautelosa velocidade devido ao gelo.

A sete quilômetros de Horb, uma placa branca capturou a atenção de Albrecht. Ele não hesitou, fazendo uma conversão à esquerda e adentrando o retorno, seguindo pela estrada ladeada por altas árvores, cujos galhos se curvavam sob o peso da neve.

Conforme avançavam, a paisagem mergulhava em um silêncio profundo, interrompido apenas pelo suave farfalhar dos flocos de neve. À frente, a estrada estendia-se quase deserta, com apenas alguns veículos cruzando a pista oposta, todos a uma cautelosa velocidade devido ao gelo.

Cerca de cinco quilômetros depois, avistaram o trevo que indicava o acesso à interestadual. Albrecht contornou o trevo com destreza, seguindo na direção norte, Hans como guia na noite gélida.

Finalmente, chegaram à cidade. Albrecht desceu cuidadosamente a íngreme ladeira que levava a um vale abraçado por uma vasta mata, conferindo um charme característico à cidadezinha do interior. Ele virou em uma rua estreita e inclinada, onde as casas exibiam uma variedade de cores neutras, contrastando com a paisagem natural ao redor.

Ao final da alameda, erguia-se a antiga pensão, destacando-se entre as demais construções. Albrecht prosseguiu alguns metros adiante, seguindo as indicações de Hans até a bela casa no final da rua estreita.

A Lua brilhava no céu estrelado, com poucas nuvens, proporcionando uma paisagem encantadora. O tempo havia se limpado durante a viagem até Horb. O veículo finalmente parou em frente à casa de Hans, que era duas vezes maior do que a casa onde Jane morava com sua família.

Hans desceu primeiro e abriu gentilmente a porta para que Jane saísse, lançando-lhe um olhar furtivo enquanto ela ainda vestia seu traje de noiva. Enquanto isso, Albrecht contornou o veículo pela frente e despediu-se de Hans com um aperto de mão, expressando um gesto cordial de despedida.

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