26. Um Sopro

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Jane estava sentada à mesa de madeira maciça, adornada com uma toalha delicadamente bordada, compartilhando momentos preciosos com Stephan, um garotinho de cabelos cacheados e olhos brilhantes, transbordando energia e curiosidade.

Enquanto degustavam o irresistível aroma do café fresco, que emanava da xícara de porcelana decorada com motivos florais, suas conversas fluíam despreocupadas, repletas de histórias sobre o passado e sonhos para o futuro.

Cada palavra era como uma nota suave em uma melodia harmoniosa, preenchendo a pequena cozinha com calor e intimidade.

Batidas na porta de madeira antiga interromperam o silêncio tranquilo, despertando a curiosidade de ambos.

― Bom dia! ― cumprimentou Hans com um sorriso radiante, parecendo revigorado após inúmeras noites de insônia. O brilho em seus olhos denunciava a energia renovada que pulsava em seu ser.

Jane sorriu ao vê-lo sentar-se à mesa e depositou um beijo carinhoso em sua testa. Hans, ao se acomodar, desabotoou o casaco, revelando um ar descontraído e pronto para desfrutar do momento.

Com entusiasmo, Hans esticou o braço e pegou uma fatia de bolo. Percebeu que Stephan parecia um tanto acanhado com sua presença, talvez intimidado pela rigidez imposta por sua farda.

― Ei, qual é o seu nome, meu jovem? ― perguntou Hans, curioso, olhando na direção dele.

Stephan, com coragem extra, respondeu:

― Me chamo Stephan, senhor.

― Não precisa ficar com receio de mim, Stephan ― disse Hans, cortando um pedaço de bolo. ― Quantos anos você tem?

― Ah, eu tenho sete anos, senhor.

Hans sorriu e deliciou-se com a fatia do bolo. Em seguida, tomou um gole de café, sentindo o líquido quente percorrer seu paladar.

― Nada de "senhor", apenas tio Hans. Quando eu tinha sua idade, adorava esta época do ano! Corria pelo bosque com minha espada de madeira, imaginando ser um valente cavaleiro em busca de aventuras inimagináveis.

Stephan animou-se ao mencionar dragões, seus olhos brilharam intensamente, transportando-o para um mundo de fantasia.

Hans riu diante da transformação do semblante do garoto, que deixou para trás qualquer constrangimento na presença dele. Enquanto todas essas emoções aconteciam, Jane observava em silêncio.

― Incrível! Como descobriu isso tão rapidamente? ― indagou Hans, fingindo surpresa.

Stephan suspirou ao mencionar a espada que deixou na fazenda dos avós.

― Que tal se eu te oferecer a minha? Tenho certeza de que você será um caçador incrível e dará a ela todo o cuidado que merece ― propôs Hans, oferecendo sua própria espada.

Os olhos de Stephan brilharam como estrelas cintilantes em uma noite de verão.

― Prometo que cuidarei bem dela ― respondeu Stephan imediatamente.

― Tenho certeza de que sim, pois um verdadeiro caçador não pode se separar de sua espada, concorda? ― disse Hans, animado.

― Admiro profundamente a coragem de vocês ― afirmou Jane, com um sorriso encantador. ― Enfrentar a tarefa de caçar dragões é desafiar todos os limites do perigo!

― Não precisa se preocupar, minha querida, pois temos um herói corajoso que nos defenderá dessas criaturas assustadoras ― disse Hans, dirigindo-se a ela. ― Entretanto, lamentavelmente, precisarei me ausentar.

Pássaros no InvernoOnde histórias criam vida. Descubra agora