•Por Rodrigo
Eu precisei beijar ela. E por incrível que pareça, foi bom. A infeliz beijava bem. Bem até demais pra mim. Logo minha língua pediu espaço e ela liberou o que ficou muito melhor. O beijo era diferente. Um diferente bom. Ela tinha um gosto que parecia ser a mistura de mel e menta. Minhas mãos se encaixaram perfeitamente em sua cintura e as mãos dela no meu cabelo, que era o que eu mais amava. Eu gostaria que aquele beijo não acabasse nunca, só que o ar se fez necessário e não tivemos mais saída.
—Ei, você tá maluco?! Quem te deu o direito de me beijar?! —ela soltou as palavras assim que nós nos separamos.
—Para de reclamar que eu vi que você também gostou.
—Não gostei coisa nenhuma. Gosto de cerveja com águ...
—Prefiro você calada sabia... Então cala boca e me beija. —a interrompi e puxei para mais um beijo.
Ela estava linda naquela noite. Parecia que havia escolhido a roupa só pra me provocar.
Por mais que ela falasse que não havia gostado, o corpo dela reagia ao contrário. Quanto mais nós nos apertávamos, o desejo falava mais alto e deu pra perceber que era recíproco. Até que ela se afastou.
—Parou. Agora acabou. Eu preciso ir embora. —Limpou os rastros do beijo na sua boca, pegou sua bolsa e foi para a parte de fora da boate.
—Ei, espera Juliana, eu te levo em casa. —Fui atrás dela.
—De jeito nenhum. Deixa que eu vou sozinha mesmo.
—Claro que não. Aqui as coisas são muito perigosas, deixa que eu te levo vai.
—Não! Eu vou de taxi!
—Loirinha para de ser marrenta.
—Olha aqui, marrenta é a sua mãe...
—Olha lá... Minha mãe é muito gente boa tá. Marrenta também, mas não chega ao mesmo nível que você. —Ela não me deu atenção, mas eu continuei a falar. —vai Ju, eu te levo, te deixo na porta da sua casa.
—Não, você vai me agarrar, do mesmo jeito que fez lá dentro.
—Prometo não encostar em um fio de cabelo seu. —levantei as mãos em sinal de redenção. —Deixa seu orgulho de lado por um minuto sequer, por favor?
Ela ficou um tempo calada e resolveu ceder.
—Vamos logo então.
Ela entrou no carro; batendo os pés, mas entrou. Eu não havia contado pra ela, mas na mensagem que a Yanna me mandou, me pediu pra que cuidasse da Ju, e eu iria fazer o máximo pra que isso se realizasse. Eu sei que ela não estava merecendo pelo que fez comigo na noite passada, mas mesmo com tudo isso, eu nunca seria capaz de deixa-la ali sozinha.
Chegamos no prédio e desci junto com ela.
—Porque que você desceu? —perguntou confusa.
—Ué, eu não disse que iria te levar até a porta da sua casa?! então eu vou te levar até a porta da sua casa.
—Tá bom Rodrigo. Sua boa ação do dia já foi feita, não precisa me levar até lá em cima.
—Entra lá logo e não reclama, vai.
—Folgado.
—Folgada.
Ela foi na frente, nem cumprimentou direito o recepcionista do prédio, o qual parecia ter algo importante pra dizer, e já subiu para o seu apartamento.
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Boas Mentiras
FanfictionMentiras. E mais uma mentira. E mais uma, e mais uma... Todos são acostumados a mentir. Mesmo sendo algo ruim e que não nos agrade, insistimos neste erro. Mas será que existem as boas mentiras? Ou mentira é mentira e ponto final? Digamos que depe...