Capítulo TRINTA E QUATRO

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•Por Rodrigo

O dia não foi muito bom. Começando pela proximidade "grudenta", porque era grudenta, da Ju e daquele Lahan. Eu não o conheço, mas logo de primeira não fui com a cara dele. Moleque abusado.

A partir do momento em que a Ju falou que iria passar o almoço com ele, passei a gostar menos ainda dele. Chamei o elevador e fui para a recepção, no andar de baixo. Perguntei para Isabela que horas era a minha próxima turma e ela me respondeu dizendo que era em quarenta minutos. Fiz um marmitex simples com as coisas que estavam servindo no hotel e comi por ali mesmo.

A turma chegou, tendo nela a maioria mulher. Eu estava no céu. Quer dizer... Esquece. Me aproximei delas, expliquei algumas normas e logo após elas me puxaram para um canto. Haviam ali mulheres da Itália, Estados Unidos, Europa, Paraguai e eu estava completamente perdido nas diversas línguas ali.

Juliana chegou, fez toda aquela ceninha e infelizmente ela estava certa. Eu era o errado ali, porém ela também era errada. Não quero nem imaginar se o Márcio aparecesse ali e visse ela e aquele homem grudados ou me ver no meio de tantas mulheres como eu estava.

Conversamos e não me aguentei, tive que dar um beijo na testa dela. Por dois motivos. O primeiro era pra que as pessoas que nos conheciam não duvidassem do nosso "casamento" e também como uma forma de carinho pela cagada que eu estava fazendo.

Chegamos em casa, conversamos e tudo se resolveu, graças a Deus, porém minha cara foi ao chão quando ela falou que o Lahan era gay. Eu jurava de pé junto que eles tinham algum envolvimento. Mas não. Eles eram apenas amigos e melhor, ele era gay.

Agradeci a Deus por aquilo, porém fiquei super constrangido quando ela riu do meu pensamento. Não sabia onde colocava minha cara.

Incrivelmente, naquele noite, eu dormi tranquilo, porém me peguei pensando nas coisas que haviam acontecido e acabei percebendo algo de diferente. Será que todo aquele chilique que, tanto eu quanto a Ju havíamos dado mais cedo, tinha algo a ver com ciúmes?

Não podia ser. Juliana sentindo ciúmes de mim? Nunca! Principalmente porque o nosso casamento era de mentira. Eu sei que nas coisas do coração a gente não controla, mas ciúmes?! Ah não...

Esqueci toda aquela paranoia e resolvi dormir. Peguei no sono rapidamente.

Bom, o tempo passou e o nosso primeiro mês como um casal estava chegando. Domingo faríamos um mês de casados e eu estava feliz por isso. Hoje já é quinta feira. Havíamos chego do trabalho e era de tarde ainda. Aproveitei o sol e fui caminhar. Convidei a Ju, porém ela tinha um monte de coisas pra organizar e deixou para outro dia.

Do mesmo jeito em que a deixei mais cedo, ela estava quando voltei da caminhada. Com o notebook no colo e muitos papéis do lado.

—Menina, você não se cansa não?! —falei, assim que entrei e a vi do mesmo jeito.

—Cansar, cansa, mas é necessário né... Fazer o que.

Entrei no meu quarto e antes de tomar banho, aproveitei pra pedir uma barca de comida japonesa. Estava necessitado daquilo, tanto do banho quanto da comida japonesa.

Terminei de me banhar e me sentia outra pessoa. Coloquei uma bermuda e fui até a cozinha ver se meu pedido já havia chegado. Juliana continuava da mesma forma, porém parecia que já estava terminando.

—nossa janta já chegou e pode ficar tranquilo porque eu mesma paguei. —ela falou quando me viu.

—Não era pra ter pago.

—Pare de besteiras vai... Vamos comer. —nos sentamos na mesa de casa. —hum —ela chamou minha atenção—sua mãe ligou aqui enquanto você estava correndo.

—Que? Minha mãe ligando?

—Sim. Me perguntou se nós iríamos sair esse final de semana e eu disse que não, perguntou se poderia vir passar o final de semana aqui e eu disse que podia né, claro. Então ela decidiu vir amanhã. Disse que viria de carro, então provavelmente chegaria para o jantar.

—Não, pera?! Você está falando da minha mãe? Ana Sang? Tem certeza?

—ué e existe outra?! —ela sorriu.

—não pode ser. Minha mãe nunca liga perguntando se eu vou estar em casa ou não, querendo saber se pode vir ou não...

—Aí Rod, não tem nada demais nisso. Talvez, por saber que agora você é um homem casado, ela se sentiu no direito de perguntar se poderia vir. Antes ela não perguntava porque você era solteiro né, ela podia chegar a hora que ela quisesse na sua casa, hoje já são outros quinhentos.

—sei não... Pra mim não estamos falando da mesma Ana.

Fomos dormir e aquilo da minha mãe ter ligado pra perguntar se poderia vir pro Rio não entrava na minha cabeça. Talvez a Ju poderia até ter razão. Por conta do casamento ela talvez se sentiu no direito de perguntar, mas sei lá, não parece ser a minha mãe. Resolvi dormir antes que eu pirasse de vez.

No dia seguinte, trabalhamos igual uns condenados. Coitada da Ju, como era secretária do Márcio, ele usava e abusava da sua boa vontade, o que me deixava muito bravo, mas como ela mesma dizia: manda quem pode, obedece quem tem juízo. Ou ela fazia ou ela estava desempregada, então...

Avisamos o Márcio que sairíamos mais cedo por conta da chegada da minha mãe e, incrivelmente, ele aceitou.

Fomos até o mercado para comprar as coisas para o jantar e rumamos pra casa.
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Segura que a sogra vem aí!
Beijinhos!

Boas MentirasOnde histórias criam vida. Descubra agora