Capítulo CATORZE

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•Por Juliana

Acordei e percebi que já estava sozinha no quarto. Estranhei, pois ainda era cedo. O relógio marcava oito e quarenta e cinco. Estranho Rodrigo ter levantado tão cedo.

Tentei dormir por mais tempo, mas sem sucesso, o sono não vinha. Resolvi então me levantar. Fiz minha higiene matinal e desci para tomar café. Quando cheguei na cozinha encontrei só Vanessa fazendo algumas coisas por ali e ela logo me disse que papai e Rodrigo estavam na edícula que havia no jardim.

Quando olhei pela porta de vidro, os vi numa conversa animada. Resolvi ir mais perto e falar com eles.

—Bom dia meninos. —falei alto.

—Bom dia minha princesa. —Papai se virou para mim.

—Bom dia... —Rod falou.

—Será que eu posso saber do que o assunto se tratava? Vocês pareciam estar numa conversa bastante animada hein...

—Papo nosso filha. Papo nosso. —Deu uma olhava de canto para Rodrigo. O que esses dois estavam tramando ein?!

—Sei não hein... —desconfiei.

Nossa manhã passou rápida. Ficamos a maior parte ali na edícula mesmo. Ligamos a TV que ali havia e ali continuamos.

Quando se aproximava das onze da manhã, o telefone de casa tocou, Vanessa foi atender e descobri que o telefonema era pra mim. Estranhei, mas atendi.

—Alô?! —falei.

—Alô, aqui quem fala é a madrinha mais linda do mundo, conhece?

—mais conhecida como Daniela? Claro que conheço!!! —rimos animadas. —Madrinha que saudade!!!

—Nem me fala meu amor. Só acontecendo algo muito grave com o seu pai pra você vir pra Teresópolis ein menina...

—Ahh, nada vê madrinha. É que a vida lá é muito corrida, por isso.

—Aram, tá. Quem quer, sempre dá um jeitinho. —ela falou num tom malicioso.

—Já vi que a senhora continua a mesma né... Terrível como sempre.

—Sempre!!! Então, te liguei pra te fazer um convite...

—Ai, tenho até medo do que pode ser...

—Só quero te convidar pra vir almoçar aqui em casa hoje garota da mente fértil... Nada demais!!

—Rum... Claro que eu aceito né! Pode colocar um prato a mais aí que eu vou!!

—Então tá bom. Só te liguei para fazer o convite. Aqui em casa nós colocamos o papo em dia.

—Tá bom então madrinha. Beijo!

—Beijo! Te espero aqui tá, não demora!

—Tá bom. Já já eu chego ai.

Sem duvida alguma eu tinha a madrinha mais doida do mundo! E mais especial! E mais linda! E mais tudo!!

—Daniela no telefone filha?

—Sim pai. Ligou para me convidar pra almoçar lá com ela.

—Entendi.

—Vou subir pra me arrumar pra ir então. —me levantei do sofá que havia ali.

—Não está se esquecendo de nada não? —Ele perguntou.

—Não... Chinelo está nos pés... Celular... Tá tudo aqui.

—O Rodrigo também vai com você Juliana. Ele é sua visita. Vai te acompanhar.

—Ah pai, mas é que a madrinha convidou só a mim...

—Juliana...

—Tá bom. Vem Rodrigo, você vai comigo.

—Por favor Rodrigo, acompanhe a Juliana. —pai falou pra ele.

—Não Gil, deixe a ir sozinha. Não me importo de ficar aqui.

—Vá, por favor. Será melhor. —ele insistiu.

—Tudo bem então. —ele se levantou e fomos até meu quarto.

Peguei minha roupas e fui para o banheiro para troca-las. Quando voltei, ele estava sem camisa. Porque aquele infeliz precisava ser tão lindo? Corporalmente falando, claro.

—Desculpa, já estava escolhendo a camisa. —ele pegou uma qualquer e a vestiu. —Se não quiser que eu a acompanhe não tem problema, eu fico aqui.

—Se você ficar meu pai não me deixa ir. Mas tá de boa, pode ir sim.

Pegamos nossas coisas e seguimos de a pé para a casa da minha madrinha, que não era muito longe dali.

—Dinda!! —gritei no portão quando chegamos.

—Pode entrar Juju. —Ela gritou de volta.

Abrimos o portão e entramos para dentro de sua casa.

—Querida, cheguei. —falei quando abri a porta.

—Oi meu amor, fica a vontade viu. —ela saiu toda descabelada da cozinha. —Tudo bem? —me abraçou.

—Tudo e você? —abracei-a de volta.

—Tudo ótimo! —nos separamos. —E esse quem é?

—Ah, esse é o Rodrigo, meu amigo. —o apresentei.

—Olá Rodrigo, prazer. —Ela o cumprimentou com dois beijinhos.

—O prazer é todo meu. —a cumprimentou de volta.

—Desculpa por recepciona-los com esse visual, mas é que a crise tá feia e nós tivemos que demitir a empregada.

—Eu iria comentar sobre isso, mas pensei melhor e não falei. —rimos. —e o Dani, está por aqui?

—Está sim. Enfurnado naquele quarto, como sempre né. Daniel, vem aqui filho. —ela gritou.

—O que foi mã... —parou de falar de repente. —Ju? Você por aqui? —veio rapidamente em minha direção.

—Oi Dani, pois é, meu pai ficou ruim aí vim visita-lo. —nos abraçamos apertado.

—Nossa quanto tempo cara... Faz uns cinco anos que não nos vemos.

—Pois é, quando que você voltou de Nova York?

—Voltei faz um ano, mais ou menos.

—ah é verdade. Até quando eu estava indo pro Rio, você estava voltando do intercâmbio, verdade!

—Você não mudou nada; quer dizer, está mais linda, claro.

Ficamos ali na sala conversando animadamente e colocando as fofocas em dia. Eu, o Dani e o Rodrigo que ficou meio calado.
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Beijinhos porque estou meiga hoje.

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