Capítulo TRINTA E DOIS

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•Por Rodrigo

Bom, o final de semana acabou e lá estávamos nós indo para o primeiro dia com o Márcio de gerente. A única coisa que estava passando pela minha cabeça, era pra que Deus me desse paciência pra aguentar ele todos os dias. Eu sabia que ele iria pegar no meu pé, mas eu iria fazer de tudo para que ele não fizesse nada que pudesse prejudicar a Ju. Agora por questão de honra.

Chegamos e logo na recepção Isabela já avisou que a fera estava 'daquele jeito'. Respirei, apertei mais a minha mão junto da Ju , pegamos o elevador e fomos para o nosso setor. Ja lá em cima, cumprimentamos as pessoas por ali e fui deixá-la em sua sala, porém havia algo errado ali.

—Que isso?! —ela questionou assim que entrou na sua sala.

—Você deve ser a Juliana né. Prazer, sou William, o novo funcionário daqui. —ele estendeu a mão para cumprimentar a ela. —Eu vim lá do Leblon. Vim para ajudar no setor de atividades turísticas.

—Prazer. —foi seca. —Mas porque você está aqui na minha sala? Que bagunça toda é essa? Cadê as minhas coisas?

—Então, isso quem decidiu foi o Márcio. Ele que falou pra eu ficar nessa sala e eu estava arrumando com as minhas coisas.

—O Márcio só pode ter pirado, não é possível. —ela saiu dali em direção à sala da gerência, que era naquele mesmo andar.

—Ju, calma, ficar estressada agora só vai piorar as coisas. —falei à ela, mas é óbvio que não adiantou de nada.

—Juliana, que bom revê-la. —Márcio disse quando a viu, com um sorriso mais falso que o sofá de couro que estava naquela sala. —Como está?

—O que você fez com a minha sala? —foi a única coisa que ela conseguiu falar no momento.

—Ah, então, tive que dar a sua sala para o William. Ele vai trabalhar aqui agora e precisava de um lugar pra ficar.

—Ah tá, e eu vou ficar aonde?! —perguntou indignada.

—Então, vou mudar você de cargo. Agora será minha secretária. Estou cheio de coisas pra fazer, preciso de alguém que me ajude a organiza-las.

—Mas eu não posso mudar de cargo. O Rodolfo havia me deixado responsável por administrar aquele setor.

—A questão é que agora o gerente sou eu. Eu decido onde você vai ficar, e é como minha secretária e ponto final. Não falamos mais nisso. —saiu dali com a maior cara lavada do mundo.

Era óbvio que ele havia voltado para a gerência dali para nos atingir, e pior, estava conseguindo. Juliana estava uma fera. Doida da vida. Com essa mudança de cargo, teve que dar sua sala para o mais novo funcionário do hotel e ficou apenas numa mesinha na frente da porta da gerência. Conversei o máximo possível para deixá-la mais calma. Eu, Bruno, Fi, Isabela, todo mundo.

—Se o Márcio acha que me colocando como secretaria eu vou pedir pra sair, ele está muito errado... ô se tá.

Bom, logo ela estava melhor e nós voltamos para os nossos lugares. Fui para a minha sala resolver algumas coisas, já que no período da tarde tinha uma turma de turistas doidos querendo conhecer a cidade.

O horário de almoço chegou e, como sempre, fui até a Ju para irmos almoçar juntos. Quando sai da minha sala percebi que ela conversava animadamente com um rapaz. Animadamente é o caramba, ela estava completamente eufórica. Nem parecia a mesma Juliana de algumas horas atrás.

Não conhecia aquele cidadão e nem queria conhecer. Apenas queria pegar a minha esposa e sair dali. Ué, tô mentindo? Falo mesmo.

—Ju?! —falei, assim que cheguei em sua mesa.—Tá tudo bem por aqui?

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